Renê Castro   |   27/04/2017 13:59

Como o termo bleisure mudou o mundo corporativo

Com 25% de participação na contribuição para a indústria do Turismo, as viagens corporativas seguem em ritmo acelerado. No último ano, segundo o WTTC, o segmento faturou, ao redor do globo, cerca de US$ 1,3 trilhões com deslocamentos de executivos da

Renê Castro

BANGCOC (TAILÂNDIA) – Com 25% de participação na contribuição para a indústria do Turismo, as viagens corporativas seguem em ritmo acelerado. No último ano, segundo o WTTC, o segmento faturou ao redor do globo cerca de US$ 1,3 trilhão com deslocamentos de executivos das mais diversas áreas. A previsão para os próximos cinco anos é de crescimento de 3,6%, acima da média do PIB mundial. Para os que pensavam que as conferências digitais acabariam com este mercado, eis a prova de que o contato entre pessoas ainda se mostra importante para a geração de negócios.

E foi pensando no desenvolvimento dos viajantes a negócios que o WTTC trouxe ao palco no segundo dia de atividades alguns dos maiores nomes desse mercado.

Incentivados pelo jornalista Stephen Sackur, da BBC, líderes do segmento direcionaram a discussão para a expressão bleisure, mistura das palavras business e leisure e que define um viajante que aproveita sua estada a negócios para realizar atividades a lazer. Fatores como bem-estar social, envolvimento com outras culturas e valorização profissional agora também estão previstas em políticas de viagens e na forma como os travel managers interagem com os fornecedores. Para as TMCs, o desafio é o quanto é possível personalizar esta viagem mista com uma tecnologia capaz de prover e analisar dados com precisão sem abrir mão da segurança do viajante.

Para o CEO da Carlson Wagonlit Travel, Kurt Ekert, está claro que o trabalho de uma agência de viagens corporativas deixou de ser a emissão de tíquetes aéreos e reservas hoteleiras. “Hoje há muito mais com o que se preocupar. O mercado tornou-se um universo altamente dinâmico, com inovações a todo o instante. Nós, como gerenciadores de conteúdo e provedores de tecnologia, devemos manter-se abertos a qualquer tipo de novidade. Os grandes exemplos do momento são o Uber e o Airbnb, duas ferramentas que hoje somos capazes de utilizar, gerenciar e garantir o conforto do nosso cliente graças a análises de comportamento e possibilidades de negociação em um ambiente 100% digital”, considerou, abrindo espaço para a opinião do CEO da American Express Global Business Travel, Douglas Anderson.

“Olhando para trás, vejo o quanto o mundo mudou depois do 11 de setembro [de 2001, data do ataque ao World Trade Center, nos Estados Unidos] e a crise financeira de 2008 (sucessão de falências de instituições financeiras norte-americanas e europeias por conta de uma “bolha imobiliária”). O viajante atual precisa ter plena sensação de segurança durante a sua viagem e, em alguns casos, mais do que isso, ter acesso a produtos e serviços que resultem em uma melhor experiência longe de casa”, afirmou Anderson.

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Douglas Anderson (American Express Global Business Travel), Kurt Ekert (CWT), Masaru Onishi (Japan Airlines), Gordon Wilson (Travelport) e o jornalista Stephen Sackur, da BBC
Douglas Anderson (American Express Global Business Travel), Kurt Ekert (CWT), Masaru Onishi (Japan Airlines), Gordon Wilson (Travelport) e o jornalista Stephen Sackur, da BBC

Já Gordon Wilson, comandante da Travelport, é mais incisivo: o bleisure mudou a forma como se comercializa viagens a negócios. “Não se trata apenas de economia compartilhada. Estamos falando de um fenômeno que ficou latente após a chegada das redes sociais e do universo mobile, criando uma mudança de comportamento considerável no consumidor. Hoje, tudo está na palma da mão. É preciso interagir, fazer parte, se valorizar, sentir-se especial.”

No universo da aviação, a palavra de ordem para o atendimento ao segmento de viagens corporativas é diversificação. No GDS, opções para todos os gostos e bolsos, com serviços auxiliares e rápida resposta a solicitações especiais; a bordo, o cuidado com os pequenos detalhes. “O que faz uma companhia aérea ter sucesso neste mercado é um conjunto de fatores, e não apenas preço. A experiência do passageiro conta muito. Na nossa visão como empresa, o turismo a lazer é muito volátil, ao contrário do corporativo, que se apresenta estável e merece especial atenção”, refletiu Masaru Onishi, da Japan Airlines.

Para os dirigentes, atuar em meio ao universo bleisure exige eficiência, inovação e transparência, três qualidades capazes de determinar o sucesso ou o fracasso de uma empresa.

“O viajante quer simplicidade. Não se pode perder o foco e oferecer o que ele não está buscando. Nosso papel é entender este público e ser cirúrgico na apresentação de produtos e serviços, por isso é tão importante acompanhar as inovações da indústria com a mente aberta”, encerrou Kurt Ekert.

O Portal PANROTAS é media partner do WTTC e viaja com proteção Intermac

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