CEOs brasileiros demonstram otimismo em curto e médio prazo
Mais da metade dos 50 CEOs entrevistados pela consultoria KPMG em uma pesquisa acredita na recuperação do País tanto no curto quanto médio prazo
Ainda que considerando a atual morosidade da economia brasileira, mais da metade dos 50 CEOs entrevistados pela consultoria KPMG acredita na recuperação do País no médio e também no curto prazo. Mais do que isso, esses executivos têm seu otimismo baseado no desenvolvimento tecnológico, na melhora da economia externa e conseguinte exploração de novos mercados e produtos.
Segundo a pesquisa "Panorama Global dos CEOs 2016", um levantamento que retrata as expectativas dos dirigentes de empresas brasileiras internacionais quanto ao crescimento dos negócios, desafios e estratégias para agora e os próximos três anos, 26% dos entrevistados se dizem "muito confiantes" quanto à recuperação da economia doméstica. Ainda que 38% deles considerem a retomada da economia um tanto lenta, mais da metade (58%) acredita na na volta do crescimento e na melhoria de resultados no curto prazo.
Quanto ao médio prazo - lê-se "próximos três anos" -, o número de executivos confiantes aumenta quanto à expansão econômica. Enquanto 58% espera retomada no curto prazo, conforme mencionado acima, 76% acredita na recuperação ao longo dos próximos anos.
Para os entrevistados, fatores de ordem socioeconômica como eleições, manifestações e instabilidade social podem ter reflexos salientes sobre o crescimento das empresas no curto prazo.
ECONOMIA GLOBAL
O relatório apontou ainda que o grau de otimismo é praticamente idêntico quando os executivos são questionados sobre a economia global em termos de curto prazo.
“Os CEOs estão ajustando as estratégias a curto e longo prazo à realidade econômica de cada país. Além disso, estão procurando alternativas para crescimento como joint ventures, alianças e parcerias com outras empresas para responder às mudanças em tempo hábil”, afirma o presidente da KPMG no Brasil, Pedro Melo.
Uma vez que opinaram sobre o desempenho da economia global, os entrevistados deram pareceres acerca dos possíveis impactos da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, nos resultados das organizações. Para eles, poderá haver algum reflexo positivo em aspectos como o crescimento das receitas, planos de expansão para a Europa e acesso ao mercado de capitais.
“Os reflexos do Brexit ainda devem ser apurados, mas é importante os CEOs compreenderem os impactos específicos para o seu setor”, afirma o presidente da KPMG.
Quando ao faturamento das organizações, a maioria dos CEOs projeta um aumento entre 2% e 5% ao longo dos próximos três anos. O otimismo se alicerça sobre as chances de desenvolvimento de novos mercados, de novos produtos, aquisição de novos clientes e novos canais. Com relação aos novos mercados, os CEOs brasileiros apostam no crescimento da Índia, dos Estados Unidos e da China.
"A pesquisa nos mostra que os CEOs, cada vez mais, enxergam os mercados internacionais como atrativos para os negócios. Além disso, não podemos deixar de notar que a inovação vem se tornando pauta recorrente para os executivos", analisa Melo.