PANROTAS participa de debate no Lacte sobre sucessão nas empresas
Presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta e seu filho, José Guilherme, participaram do painel
Hoje no Brasil as empresas familiares são responsáveis por 65% do PIB e geram 75% dos empregos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas como é empreender em companhias que passam de geração para geração? E como é feito o processo de sucessão de pais para filhos? O tema foi trazido a debate em um dos painéis do Lacte19, que acontece hoje (27) no WTC Events Center, em São Paulo.
“Eu vejo que cada caso é diferente. Não existe uma receita pronta. Mas é fundamental ter confiança na pessoa para quem você vai passar a empresa, independentemente de ser parente ou não. Quanto maior a confiança, mais fácil é esse processo”, destaca o presidente da PANROTAS, Guillermo Alcorta, que passou a empresa ao seu filho, José Guilherme Alcorta.
Guillermo C. Alcorta
“O processo de sucessão da PANROTAS aconteceu de forma progressiva, com uma porção de dados que o tempo vai fornecendo”, complementa Guillermo Alcorta.
Para a sócia proprietária da Sabor de Festa, Alexia Lisboa, o processo de sucessão é necessário para a evolução. “Aprendi que o crescimento só e possível com essa passagem, pois nós passaremos, mas o que construímos não precisa passar. Eles não estão lá por serem nossos filhos e sim por habilidades e competências que eles têm”, afirma Alexia.
Juliana Schwartzmann, fundadora da Costa Brava Travel & Events, deu ênfase à força da juventude nesse processo. “A foça da juventude e o conhecimento e atualização provenientes dela fizeram com que a Costa Brava fosse crescendo ao longo do tempo. Na pandemia, a área de eventos se reinventou muito e hoje tem mais de 100 colaboradores. Ao todo, são 220 colaboradores na empresa. O processo de sucessão é difícil, mas quando a família está bem entrosada isso é feito de forma melhor”.
A sucessão do ponto de vista dos filhos
E como os filhos desses empresários recebem – e entendem o processo de sucessão? Para José Guilherme Alcorta, este processo também tem as suas dores e desafios. “O processo de sucessão, no meu caso, resultou no deslocamento de uma pessoa que é a minha referência, que é o meu pai. Eu não queria que ele perdesse isso, também fiquei chateado”, conta José Guilherme.
"Eu a minha mãe nunca tivemos essa conversa sobre a sucessão. Quando ela falou que imprimiu o bastão e me entregou com os olhos cheio de lágrimas, foi o momento em que começamos a conversar sobre isso. A sucessão já existia, mas aquele foi o ponto inicial. Nesse contexto, é importante observar a confiança que eles têm em nós, eles confiam de olhos fechados que vamos cuidar de um bem que eles fizeram. Isso traz muita força", destaca Larissa Albuquerque, filha de Alexia e diretora comercial da Sabor de Festa.
Já Carlos Schwartzmann, co-CEO da Costa Brava Travel & Events, conta que o processo de sucessão na empresa foi lento e construído aos poucos. "Não houve um marco, aconteceu de forma gradual e eu e meus irmãos fomos nos preparando, conhecendo e aprendendo sobre o mercado, suas dores. Nos preparamos muito pra esse momento. E é importante destacar que sempre tentamos separar esses três pilares: propriedade família e gestão", conta Schwartzmann.