Juliana Monaco   |   07/12/2020 15:21
Atualizada em 07/12/2020 15:22

Localiza diz que deixou de ser outsider no mercado de Turismo

O ultimo Café para Viagem da A1 reuniu players do setor para abordar a retoma das viagens corporativas


Divulgação
O último Café para Viagem de 2020 abordou a retomada das viagens corporativas
O último Café para Viagem de 2020 abordou a retomada das viagens corporativas
Depois de intensos com altos e baixos, 2020 termina em ascensão (ou recuperação) para o setor de Turismo. Esta é a percepção dos participantes da edição de dezembro do "Café para Viagem", evento organizado mensalmente pela gestora de viagens corporativas A1. Realizado na última quinta-feira (3), o encontro contou com a participação de Alexandre Gehlen, diretor geral da Intercity Hotéis e presidente do Conselho do Fohb; Jonathas Soeiro, gerente de Vendas Regional da Travel Ace Assistance; Thiago Roldão, gerente nacional travel da Localiza; Augusto Bezerra, gerente de Vendas da Localiza; Lorena Ávila, sócia da A1; e Dedra Freitas, gerente de Vendas da A1.

Alexandre Gehlen relembrou que 2020 começou com ótima expectativa para a Intercity Hotéis, depois de um 2019 de crescimento com reajuste de tarifas em relação à inflação, represado nos anos anteriores. No entanto, a covid-19 alterou o cenário. "No nosso caso, as tarifas foram reduzidas em 14%, 15%, mas houve muita flutuação. Para 2021, não esperamos crescimento [em relação a 2019], mas devemos chegar a 90% do que foi 2019", disse.

O diretor da Intercity mencionou ainda uma projeção do Wall Street Journal de que o mercado de Turismo teria de 20% a 35% menos viajantes corporativos depois da pandemia. Segundo Gehlen, a Intercity projeta que entre 10% e 30% do volume de reuniões e eventos presenciais poderá ser substituído por encontros virtuais. Entre as mudanças que 2020 trouxe para o negócio, ele citou a redução no quadro de funcionários e a mudança no perfil do viajante. Antes da crise, 50% do inventário era usado por grandes companhias e os outros 50%, por profissionais liberais, com tarifas flutuantes, ou para lazer. "As grandes companhias ainda não voltaram. Hoje os hotéis são procurados por profissionais liberais que pagam do próprio bolso ou por viajantes de lazer".

CARRO
Para a Localiza, 2020 foi uma montanha-russa que termina em alta, com uma importante mudança de posicionamento. "Deixamos de ser um outsider no mercado de Turismo”, disse Thiago Roldão. “Antes, muitas agências se limitavam a vender passagem aérea e hotel, e o cliente também não tinha tanta familiaridade com aluguel de carros. A crise mudou esse comportamento", analisa. Hoje, a demanda por veículos é alta porque algumas pessoas estão preferindo dirigir a pegar avião, além de muitas rotas aéreas terem sido canceladas ou reduzidas.

A locadora teve muitas mudanças de perspectivas durante o ano, que começou com grande otimismo, passou por um período de pátios lotados e termina com grande demanda. "Ficamos apenas com os aluguéis mensais, os aluguéis por diária desapareceram. Tivemos de reduzir nossa frota", ressaltou Augusto Bezerra. Com a flexibilização da quarentena, no entanto, a demanda voltou a aumentar. "As pessoas perceberam que, ainda que estivessem em isolamento, precisavam se locomover em alguma medida. Além disso, como o carro é um modal em que é possível viajar sozinho, ganhou a preferência", destacou.

Jonathas Soeiro acredita que os seguros nacionais sairão da crise com uma nova importância, apesar da grande vontade do brasileiro de viajar ao Exterior. Ele lembra que um dos maiores desafios da pandemia foi encontrar uma saída legal para cobrir a covid-19, já que é praxe das seguradoras não cobrir eventos adversos como pandemias, ataques terroristas ou desastres naturais. "Essas restrições são antigas e conhecidas no mercado, mas muitos clientes não se atentavam a isso. Hoje, temos uma seguradora que cobre até US$ 30 mil para custos com covid-19", pontuou.

A A1 também compartilhou a jornada que as gestoras de viagens estão tendo durante a crise. Segundo Lorena Ávila, o mercado corporativo está trabalhando cerca de 30% do que foi 2019. "As viagens internacionais tinham grande volume, mas foram muito reduzidas com o fechamento das fronteiras. Na A1, ainda fazemos viagens internacionais, algumas muito complexas em função das limitações de voos e das fronteiras, mas em quantidades bem menores", analisou.

Para finalizar, todos os participantes disseram que a cultura brasileira será um trunfo para o Turismo no País. "Inserir a cultura virtual aqui parece muito mais difícil do que em outros países. Sorte nossa de estarmos nesse negócio aqui", finalizou Lorena.

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