Felippe Constancio   |   20/09/2016 18:47

São Paulo prepara ofensiva em captação de eventos para 2017

Com mais de 18 mil eventos registrados no banco de dados do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), a capital financeira do Brasil é a cidade que mais sediou e sedia eventos no país, mas isso não quer dizer que sua posição seja confortáve

Com mais de 18 mil eventos registrados no banco de dados do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), a capital financeira do Brasil é a cidade que mais sediou e sedia eventos no País, mas isso não quer dizer que o órgão esteja satisfeito com a posição.

Para 2017, além de aproveitar o aplicativo do Calendário de Eventos, que será lançado no próximo mês, o SPCVB espera ter em andamento sua ofensiva na captação de eventos, conforme observou o presidente da entidade, Toni Sando (foto), durante a feira Equipotel, em São Paulo, esta terça-feira (20).

Felippe Constancio

"Temos tido muita prospecção, mas a conversão não anda na mesma proporção. A proposta é de implementar a equipe técnica, fazendo com que tenhamos cada vez mais profissionais na área de captação para enfrentar a grande concorrência que existe hoje em outros mercados e realizar algumas ações promocionais - como a que estamos lançando hoje", disse o executivo, apontando a ação feita entre o bureau e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), "SP Somos Todos Happy Hour".

"A partir do horário de verão, bares e restaurantes terão petiscos e cortesias para estimularem a ocupação. São ações promocionais como essa que traremos cada vez mais."

Ao apresentar dados do segmento de Mice da cidade, Sando enfatizou a liderança da cidade como sede de eventos sem deixar de mencionar os desafios.

"Neste ano, o número total de eventos deve ficar quase igual ao do ano passado (cerca de 2,5 mil). Embora com o mercado cada vez mais competitivo, São Paulo ainda permanece líder, incluindo nos eventos internacionais. O Bureau trabalha com médio e longo prazo, já que eventos internacionais esperam o cenário econômico melhorar para assinar acordos. Embora a Olimpíada tenha trazido boa imagem do Brasil lá fora, isso tem sido pontual. É preciso mais esforço, principalmente do setor público, em promover o Brasil no Exterior de uma forma mais consistente. Isso ainda é uma pendência porque falta recurso e gente."

CONCORRÊNCIA X PARCERIA
Segundo o executivo, é importante que os demais destinos aproveitem a alta do Rio de Janeiro pós-Jogos Olímpicos. A Cidade Maravilhosa favorece a vinda de eventos estrangeiros, e o setor privado deve se mobilizar para promover outros lugares.

"Aqui a gente está fazendo um trabalho com o Rio para fazer uma dobradinha mesmo, fazer captação de evento junto, para oferecer São Paulo e Rio de Janeiro... eventualmente uma feira aqui e um congresso lá, ou feira lá e congresso aqui. Queremos mostrar que entre São Paulo e Rio tem uma avenida."

Alex Ferro

Contudo, Sando admite que o bureau paulistano está de olho na capacidade dos hotéis em relação ao Rio. "Essa é uma coisa que a gente está atento. Antes da Olimpíada, o Rio tinha 18 mil apartamentos, enquanto São Paulo tinha 42 mil. Hoje, o Rio tem 52 mil, enquanto São Paulo tem os mesmos 42 mil. Isso sem contar os outros meios de hospedagem que surgiram, como Airbnb e similares, que entram com uma nova capacidade de oferta alternativa. Isso acaba somando quando é para atrair um destino e acaba dividindo quando se fala de preço."

SETOR PÚBLICO

Para Sando, é fundamental a visão, por parte do setor público, do Turismo como fonte de negócios e geração de economia. "Eles deixam o Turismo em terceiro plano e acabam comprometendo não um ano, mas uma década, pois você deixa de promover o País por um certo período, enquanto outros países se promovem. Até voltar para o radar, demora muito mais."

Na última edição da IBTM, que aconteceu no começo de setembro, no México, foram apresentadas São paulo, Recife e Rio de Janeiro, enquanto o Brasil não foi apresentado como destino, como lembra Sando. "A hora que o Brasil deixa de levar um estande, acaba comprometendo um ano de trabalho naquela região onde tem todos os compradores e players da Europa."

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