NDC continua sendo tema de discussão no setor corporativo
Assunto foi debatido em painel do Travel & Expense Summit, encontro em São Paulo da Paytrack
O NDC está longe de ser uma novidade no setor da aviação, mas tornou-se foco de discussões nos últimos tempos no que diz respeito à sua acessibilidade no Turismo, principalmente no corporativo. Já implementado – e com sucesso – por algumas companhias aéreas e ainda como uma ideia futura para outras, o assunto foi debatido em painel no Travel & Expense Summit, da Paytrack, que acontece nesta terça-feira (29), no Palácio Tangará (SP).
Mediado pela diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli, que trouxe o olhar dos gestores de viagens, participaram do bate-papo duas aéreas que já adotaram o novo padrão da Iata (mas que estão em diferentes níveis de avanço): Lufthansa Group e Latam Airlines, e a Azul, que ainda não utiliza a linguagem, e não sabe quando o fará.
“Trabalhamos com NDC desde 2015 e nem sempre foi fácil, mas agora estamos mais tranquilos e inovação é uma palavra que não podemos deixar para trás. A estratégia do grupo foca totalmente no NDC, mas não abandona os modelos tradicionais do GDS. Para funcionar no Brasil, tivemos de desenvolver uma série de ferramentas, por conta das especificidades daqui. Mas é uma questão de estratégia que veio para ficar e que continuamos investindo fortemente”, conta a gerente de Contas sênior da Lufthansa, Mônica Nardo.
Já a Latam Brasil mudou sua estratégia de distribuição e passou a priorizar o NDC recentemente, no dia 1º de maio. Em entrevista ao Portal PANROTAS, o CEO da companhia no País, Jerome Cadier, foi enfático ao dizer que a aérea acertou na escolha, mas reconheceu e apontou elementos onde a distribuição via NDC da Latam ainda pode melhorar.
“Para a Latam o NDC é um fato, é o futuro da distribuição tanto de produtos quanto de serviços do mercado aéreo. A Latam tomou a decisão em 2019 de começar o desenvolvimento do novo padrão e, durante a pandemia, aceleramos o processo tecnológico. Desde 1º de maio distribuímos o conteúdo NDC em todos nossos canais indiretos, além do direto, o E-Latam”, diz o coordenador de Vendas, Rafael Marques.
A Azul reforçou no painel sua estratégia de trabalhar com a conexão direta. Que, segundo o gerente comercial sênior da aérea, Anderson Serafim, tem o mesmo princípio que o NDC: trabalhar direto com a companhia aérea e não via GDS. Ele conta que a não adoção do novo padrão da Iata até o momento se dá pela preocupação da Azul com a experiência do viajante.
“Estamos aguardando, porque acreditamos que o NDC precisa passar por um aprimoramento, por isso ainda estamos estudando. Usamos nossa conexão direta e o GDS como ponto de apoio e, com isso, conseguimos entregar muita flexibilidade. Podemos segregar vários serviços e oferecer de forma diferente e personalizada. O NDC ainda é um ponto de interrogação e não sabemos quando vamos implementar. Sabemos que vamos adotar, mas não temos a data”, afirma Serafim.
Impacto na vida do viajante
Toda nova tecnologia que surge o profissional precisa aprender a mexer para aplicá-la em sua vida. Seja no dia a dia pessoal ou profissional, os recursos tecnológicos podem ajudar, mas também ser um empecilho. De que forma o NDC pode impactar na hora do viajante corporativo reservar suas viagens?
“Cada aérea trabalha de uma forma, mas, por meio da linguagem NDC é possível visualizar exatamente o que o viajante precisa e escolhe exatamente o que ele quer. Nas agências de lazer estamos muito bem implementados, mas estamos começando agora a entrar no mundo corporativo, as exigências são outras. Pode ser que o viajante precise, sim, reaprender, a utilizar a ferramenta, mas posso garantir que o sistema é fácil”, diz Mônica.