Karina Cedeño   |   26/04/2019 17:44

American prevê retorno do Boeing 737 Max para agosto

A aérea estipulou 20 de agosto deste ano como a data limite para o retorno dos voos com a aeronave


Divulgação
A suspensão das operações de 24 aeronaves Boeing 737 Max pela American Airlines pode resultar em um prejuízo de US$ 350 milhões para a aérea, segundo declaração do seu CEO, Doug Parker, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre da empresa na manhã de hoje.

O impacto financeiro também tem a influência do aumento nos preços dos combustíveis. Os custos serão maiores, de acordo com Parker, se a transportadora não conseguir colocar sua frota Max de volta em operação até 20 de agosto deste ano. A American já tomou medidas preventivas ao remover todos os voos do Max de sua programação até essa data.

Porém, o CEO da aérea não sabe dizer ainda quais passos a companhia poderia tomar para obter a remuneração da Boeing pelos custos associados ao cancelamento das operações. "Não é algo sobre o qual ainda tivemos conversas", afirma ele. "Em algum momento talvez nós o façamos, mas agora estamos trabalhando para que a aeronave volte a voar", destaca.

As aeronaves Max em todo o mundo foram mantidas em terra desde 13 de março devido aos dois acidentes aéreos que as investigações indicaram terem sido causados por informações erradas transmitidas pelo sensor de aeronave ao sistema automatizado de controle de voo. Um total de 346 pessoas morreram no acidente da Lion Air, em outubro do ano passado, e no acidente da Ethiopian Airlines, em março deste ano.

Parker afirma ainda que 20 de agosto de 2019 será a data limite para retornar as operações do Max, porque a empresa tem 95% de confiança de que a aeronave será recertificada até lá. O presidente da companhia aérea, Robert Isom, acrescentou que, caso a certificação seja mais rápida, a American utilizará a aeronave como sobressalente nesse meio tempo.

A American informou hoje que a paralisação de voos com o Boeing 737 Max resultou em 1,2 mil cancelamentos durante os 18 dias do primeiro trimestre, gerando um impacto final de US$ 50 milhões. Para o período de 13 de março a 19 de agosto, a American cancelou 15 mil voos da Max e precisou acomodar novamente 700 mil clientes.

Junto com as 24 aeronaves Max em sua frota, a American tem mais 74 encomendadas.

RETRAÇÃO NA RECEITA

Os cancelamento de voos do Max desempenharam um papel importante nos resultados financeiros da companhia aérea, com um declínio de 5,4% na receita operacional durante o primeiro trimestre deste ano. No entanto, o lucro líquido da empresa ainda aumentou 16%, para US$ 185 milhões.

A receita americana registrou US$ 10,5 bilhões, 1,8% a mais na comparação ano a ano, mas US$ 30 milhões abaixo das expectativas dos analistas, segundo o site Seeking Alpha. O lucro por ação foi de 52 centavos, superando as expectativas em dois centavos.

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