Tap: taxa de 1,95% sobre cartão de crédito é alvo de críticas

No início desta semana, a Tap anunciou a implantação de uma taxa de serviço de 1,95% sobre as passagens aéreas pagas com cartão de crédito. A cobrança foi iniciada nesta terça (27), primeiro dia útil após o anúncio.

“Essa medida pretende dar maior transparência à relação com seus clientes, que poderão, a partir dessa data, decidir a melhor forma de efetuar o seu pagamento de acordo com sua comodidade e conveniência, sabendo exatamente quais os custos envolvidos”, argumentou a companhia portuguesa em comunicado.

CRÍTICAS
A Abracorp, porém, contestou a decisão da aérea. Segundo a associação, o cartão de crédito é o meio mais eficaz para pagamento de transações, principalmente pelo fato de minimizar riscos de fraudes e "possibilitar total transparência no processo de compra". Além disso, na opinião da entidade, o pagamento em crédito otimiza o processo operacional, resultando na redução de custos operacionais.

Após o anúncio da Tap, a Abracorp emitiu um comunicado alertando dois aspectos negativos da mudança. O primeiro é a elevação dos custos, financeiros para o cliente e operacionais para as agências. O segundo foi o "timing na comunicação" da companhia portuguesa: o fato dela informar a mudança ao trade somente às vésperas da implantação foi motivo de reclamação na associação.

A Abracorp afirmou, por fim, que 70% das suas emissões de passagens são feitas por cartão de crédito, um indicativo, segundo a entidade, de que o mercado já estaria consolidado com esse meio de pagamento.

“É de estranhar essa decisão da Tap, pois em outros segmentos a discussão está exatamente na migração para o cartão de crédito como meio de pagamento preferencial, exatamente em função dos ganhos com produtividade, segurança e transparência”, afirmou o diretor executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe.

Segundo ele, o cliente corporativo será tão impactado quanto as agências, pois a mudança irá encarecer em 1,95% o custo da passagem.

“Em todas as passagens da Tap agora teremos que avaliar o seu custo, pois não podemos e nem queremos voltar ao processo faturado, exatamente pela transparência que o cartão de crédito oferece, além de outros benefícios operacionais”, alegaram os coordenadores do TMG (Travel Management Group).

“O modelo faturado já não existe mais mundo afora, que optou por meios mais seguros e transparentes de transação de pagamento”, afirmou ainda o diretor geral do GBTA Brasil, Wellington Costa.

Vale lembrar que também neste mês a Tap anunciou um aumento na cobrança de taxas de bagagem e reserva de assentos.