Artur Luiz Andrade   |   20/05/2015 18:43

Crise no turismo: Nascimento em recuperação judicial

Uma das mais tradicionais empresas de turismo, com 54 anos de atuação, a operadora Nascimento Turismo pediu hoje oficialmente à Justiça brasileira que inicie imediatamente o processo de recuperação judicial.

PANROTAS / Emerson Souza
Eduardo e Plinio Nascimento
Eduardo e Plinio Nascimento
Uma das mais tradicionais empresas de turismo, com 54 anos de atuação, a operadora Nascimento Turismo pediu hoje oficialmente à Justiça brasileira que inicie imediatamente o processo de recuperação judicial. O presidente e fundador da empresa, Eduardo Nascimento, disse que a operadora não resistiu à pior crise de sua história.

“Queremos agir corretamente, a recuperação judicial é um recurso legal, mas estamos em um momento de crise aguda”, explicou. O maior problema foi o corte de crédito de fornecedores internacionais (a quem a Nascimento deve) e segundo o presidente da operadora há cerca de 300 passageiros com bilhete emitido mas que não terão hotel em suas viagens.

Nascimento não divulga o valor total da dívida. No ano passado, a empresa transportou 110 mil passageiros. “Colocamos patrimônio à venda, mas ninguém se apresentou para comprar, penhoramos alguns bens, colocamos dinheiro que se foi rapidamente. A recuperação judicial nos parece o caminho mais correto. Não fugimos”, afirma.

Segundo Nascimento, a empresa estará fechada de amanhã, 21, até sábado, 23, e reabrirá na segunda-feira. Haverá um telefone e e-mail de apoio aos passageiros.

Credores deverão se habilitar no processo de recuperação e a Justiça e a assembleia de credores decidem, de 90 a 120 dias, se aceitam o plano de recuperação que a operadora irá apresentar. As dívidas passadas entram no processo de recuperação.

A operadora continuará aberta, mas com menos gente. Boa parte dos 350 funcionários será dispensada. Alguns funcionários já chegaram a ser agredidos por passageiros inconformados, e por isso a empresa fechará três dias para essa arrumação interna.

VENDA PARA A CVC
A Nascimento quase foi vendida à CVC, mas o negócio foi cancelado este ano, às vésperas da assinatura. Segundo Nascimento, a quantidade de funcionários era superdimensionada para a empresa e só não houve cortes antes porque eles poderiam ser aproveitados no projeto com a CVC.

“Há negociações em andamento mas de nada adianta eu falar aqui. Precisamos cuidar do imediato. Há esperança material e também espiritual. Temos rezado muito para encontrar um caminho”.

“Estamos recomeçando, como a fênix”, finalizou, realista, mas sem fugir, o empresário Eduardo Nascimento.

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