Artur Luiz Andrade   |   12/04/2012 19:55

EUA: mais gastos e menos viagens corporativas

O setor de viagens corporativas está mostrando sinais de crescimento moderado e estável para os próximos meses

O setor de viagens corporativas está mostrando sinais de crescimento moderado e estável para os próximos meses, de acordo com o relatório Business Travel Quarterly Outlook – United States, da Global Business Travel Association (GBTA), com previsões para os Estados Unidos e também para o movimento global. O estudo mostra que o mercado de viagens corporativas estabilizou-se, após o auge da crise mundial, mas os prognósticos para as viagens internacionais a partir dos Estados Unidos são preocupantes, devido à ainda incerta resolução da crise europeia e ao aumento dos preços do petróleo.

Para a GBTA, ainda este ano o mercado atingirá os níveis de negócios de antes da recessão. Os gastos com viagens corporativas aumentarão 4,6% este ano, apesar de uma pequena queda de 0,8% nas viagens em si.

"Parece que podemos começar a respirar aliviados em relação às viagens de negócios", disse Michael McCormick, diretor executivo e COO da GBTA. "Mesmo com as previsões ainda sombrias em relação à Europa e ao crescimento econômico na Ásia diminuindo seu ritmo, as coisas estão bem melhores do que há 12 meses", analisou.

UM BOM ANO
2011 foi um ano de crescimento para as viagens corporativas nos Estados Unidos, com gastos totais de US$ 251 bilhões (contra US$ 234 bilhões em 2010). Isso inclui US$ 111,7 bilhões em viagens de curta duração, US$ 107,7 bilhões em viagens de negócios em grupo e US$ 31,6 bilhões em viagens internacionais partindo dos EUA. O volume de viagens chegou a 445 milhões, o que deve cair para 440,4 milhões este ano, segundo previsões da pesquisa da GBTA.

Apesar do pequeno crescimento no número de viagens de 2010 (437 milhões) para 2011, a tendência experimentada na última década é de diminuição no número de viagens e crescimento na receita gerada por elas. Em 2000, foram feitas 576,06 milhões de viagens a negócios, com gastos de US$ 242,9 bilhões. O número chegou a 445 milhões no ano passado (queda de 22,7%), com receitas 3,3% maiores (US$ 251 bilhões).

Para 2012 espera-se queda de 1% no número de viagens e aumento de 3,6% na receita gerada. A pesquisa da GBTA mostra que o gasto médio em uma viagem em 2000 era de US$ 422. Em 2011 chegou a US$ 564, um crescimento de 33,6%, onde o impacto da inflação responde por 64% da culpa, ficando o restante (36%) com o crescimento real.

FAZ SENTIDO?
"Essa tendência faz sentido, com exceção de 2010 e 2011, anos em que as coisas estavam voltando aos trilhos depois da pior das recessões. Estamos vendo os guerreiros da estrada viajarem menos, mas tirando maior proveito das viagens, fazendo mais paradas e gastando mais no percurso. A explosão de produtividade é um enorme fator e está sendo viabilizada por um melhor gerenciamento das viagens, melhor tecnologia e pelo maior proveito tirado nas viagens. No passado, o viajante a negócios fazia duas viagens em vez de gastar com uma noite extra, ou três executivos sairiam juntos em uma viagem, enquanto que agora isso diminuiu. É uma tendência evidente, que não vemos parar", explicou McCormick.

MEDO INTERNACIONAL
O pior panorama para as viagens a negócios, segundo o estudo da GBTA, está nas viagens internacionais. Depois de crescerem 8,5% em 2011, elas devem desacelerar para um incremento de apenas 3% este ano. A menor demanda na Europa e na Ásia lidera essa diminuição do crescimento. No ano passado, o número de viagens internacionais a negócios iniciadas nos Estados Unidos chegou a 6,78 milhões, 3,1% mais que 2010. O aumento no número de viagens deve cair para 1,2% em 2012, mas alcançar robustos 4,8% em 2013.

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