Rodrigo Vieira   |   30/10/2017 15:54

ISS, PCI e bitributação são lutas da Braztoa em 2017

Alguns dos temas preocupam o trade e a própria associação


Rodrigo Vieira
Magda Nassar,da Braztoa, fala ao lado do palestrante Benício Filho
Magda Nassar,da Braztoa, fala ao lado do palestrante Benício Filho

Os principais pontos institucionais da Braztoa em 2017 foram transmitidos pela presidente da entidade, Magda Nassar, na manhã desta segunda-feira na convenção anual, realizada em Foz do Iguaçu (PR). Magda não escondeu a preocupação em três pontos principais que envolvem o setor privado de operação de viagens no Brasil: o processo de segurança PCI-DSS, da Iata, cuja implementação foi adiada para ano que vem, o pagamento do ISS, Imposto Sobre Serviços, e a bitributação que o Brasil tem com outros países.

A notícia positiva é que, em sua opinião, o setor está bem representado em Brasília. Braztoa, Abav, Clia Brasil e Abracorp reuniram seus setores jurídicos em um só esforço pelas causas mútuas na capital federal. Na briga com a Anac sobre a inserção ou não da tarifa operador no bilhete, o Turismo saiu vitorioso e reverteu uma das resoluções, a 401. A tarifa operador não é publicada na passagem.

PCI-DSS
A situação preocupa pela falta de esclarecimentos da própria Iata. Um dos principais responsáveis pelo assunto dentro da Braztoa, além do jurídico, é o vice-presidente da entidade, Frederico Levy, da Interpoint. A Braztoa reconhece que a situação é uma incógnita. O certificado de segurança da associação internacional era para ter sido implementado no final do ano, mas foi prorrogado até março. "Acontece que aparentemente nem a própria Iata não sabe como será isso. Vocês, operadores, terão de se organizar. Temos duas empresas na Braztoa já negociadas para que as associadas implementem o certificado de segurança, para não haver autuação da Iata quando a regulamentação for ativada. Temos atualizado todos sempre que podemos, mas é um tema complicado, ainda mais sem country manager Iata no País. Temos trabalhado direto no Exterior."

BITRIBUTAÇÃO
Logo após a vitória do trade contra a alta do IRRF sobre remessas ao Exterior, a Braztoa iniciou a briga da bitributação, novamente jogando com o mesmo time: Abav, Clia Abremar e Abracorp. Os órgãos responsáveis não cumpriram com seus prazos e promessas, mas a Braztoa não para de lutar, segundo Magda Nassar. "Fizemos consulta em março do ano passado, nos prometeram no máximo um ano para dar a resposta, que não obtivemos. Mandamos ofícios para as autoridades, vamos à Receita Federal, contratamos tributarista exclusivamente para isso, mas ninguém dá resposta." As entidades precisam de um parecer da Receita Federal para normatizar a isenção de tributos, como o pagamento de 6% sobre remessas, dentro desses acordos que já existem.

ISS
O pagamento do ISS sobre o lucro ou sobre o que cabe a cada player (e não sobre o valor total do pacote, como é hoje) é outro duelo que preocupa o trade na esfera pública. "Vocês receberam circular sobre isso. A primeira Instrução Normativa (IN) nos colocava no pior lugar possível, pois havia nela um item exigindo que recolhêssemos ISS de 5% sobre o valor total da venda. Esse valor deixaria nosso trabalho impraticável, aumentando extravagantemente o que vendemos", ponderou Magda. "Algumas entidades ficaram desesperadas, como nós."

Posteriormente, segundo Magda as associações foram informadas de que as operadoras receberiam 5% em cima do valor da comissão, do valor agregado. "Mas quando mandaram o texto da IN dizia ali que quem promove e organiza não é considerado agenciamento, portanto tinha de ser recolhido o valor total. Começamos tudo outra vez", afirmou a presidente. "Existe um projeto federal que nos atende quase na totalidade. Seguimos trabalhando em Brasília, com nosso assessor parlamentar, firmemente. O texto foi para votação, mas três deputados pediram vista. Tivemos de aceitar e estamos debatendo com eles, pois temos de passar esse projeto. É crucial para nosso futuro."

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