Artur Luiz Andrade   |   15/06/2017 15:38

Prefeitura corta verba e escolas suspendem desfile no Rio

As escolas de samba do Grupo Especial da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) divulgaram uma nota no final da noite de ontem (14), no Facebook da liga, em que decidem que não haverá desfiles das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro no carnaval de 2018 após a de


Marluce Balbino
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As escolas de samba do Grupo Especial da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) divulgaram uma nota no final da noite de ontem (14), no Facebook da liga, em que decidem que não haverá desfiles das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro no carnaval de 2018 após a decisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, de cortar pela metade os recursos da subvenção destinados às escolas de samba. Crivella não quer repassar os R$ 24 milhões que a prefeitura deu às escolas de samba para o carnaval 2017 e prometeu apenas a metade disso para 2018, alegando que os outros R$ 12 milhões seriam investidos na merenda escolar das crianças do ensino público.

O prefeito iniciou uma guerra declarada contra o carnaval do Rio desde que ignorou a festa em fevereiro passado, mesmo depois dos acidentes na Marquês de Sapucaí. Agora, decidiu cortar pela metade os gastos da prefeitura com as escolas, que acham que com R$ 12 milhões a menos o carnaval perderia a qualidade. E o Turismo do Rio? Quanto perde com essa briga? Com a hotelaria amargando ocupações baixíssimas devido à crise econômica, aos efeitos dos escândalos na cidade e no Estado, que diminuíram os investimentos públicos em obras e negócios, e à falta de estratégia para o Turismo carioca e nacional, será que os hotéis resistirão a um carnaval sem desfiles?

A presidente da Abav-RJ, Cristina Fritsch, foi uma das primeiras a protestar contra a decisão da prefeitura. “Como se não bastasse o prefeito não ter comparecido à entrega das chaves da cidade para o Rei Momo neste carnaval, um insulto para a toda população, já que é uma cerimônia tradicional e não se trata de gostar ou não de carnaval, agora decide cortar em 50% a verba destinada às escolas de samba, que são as grandes responsáveis pelo carnaval. Fica a dúvida se a motivação é por convicções religiosas ou se ele desconhece a receita que este evento gera para a cidade”, ressaltou Cristina Fritsch.

Quando a decisão foi divulgada, a prefeitura garantiu que o remanejamento não significa que as escolas de samba ficariam sem recursos. A ideia oficial é fazer investimentos diretamente nas agremiações por meio do Conselho de Turismo com a utilização de um fundo setorial ou por cadernos de encargos.

A Liesa pediu audiência com o prefeito, mas até segunda ordem o Rio de Janeiro não terá desfiles de escolas de samba no carnaval de 2018.

(Com informações da Agência Brasil)

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