Janize Colaço   |   01/12/2016 16:01

Comissão estuda exploração turística de parques naturais

Embora o primeiro no ranking de belezas naturais no mundo, o Brasil pouco aproveita de seu potencial turístico em parques e reservas. Para debater maneiras de estimular o fluxo de visitantes, a Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados realizou ontem uma audiência p&

Divulgação/Comissão de Turismo
Vinicius Lummertz, presidente da Embratur, e Herculano Passos, deputado federal (PSD-SP)
Vinicius Lummertz, presidente da Embratur, e Herculano Passos, deputado federal (PSD-SP)

Embora um dos primeiros no ranking de belezas naturais no mundo, o Brasil pouco aproveita de seu potencial turístico em parques e reservas. Para debater maneiras de estimular o fluxo de visitantes, a Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados realizou ontem (30) uma audiência pública.

De acordo com o levantamento feito pela comissão, de 76 parques naturais brasileiros, apenas 26 estão abertos ao público e 18 possuem estrutura mínima. Dos visitantes desse tipo de atração, 70% se concentram em apenas duas unidades: o Parque Nacional da Tijuca, onde está localizado o Cristo Redentor, e o Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas.

“Nos demais países que concorrem conosco na atração de turistas internacionais os números são muito fortes. Só os Estados Unidos recebem mais de 200 milhões de visitantes nos seus parques, enquanto nós não chegamos a sete milhões", comentou o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz.

“O crescimento do turismo no Brasil enfrenta diversos entraves, entre eles, a pouca exploração dos parques naturais, que atualmente são encarados no País como locais de preservação e não como atrações turísticas. Enquanto por aqui nós recebemos cerca de 15 milhões de visitantes por ano, os Estados Unidos, por exemplo, recebem 200 milhões de pessoas neste segmento turístico”, afirmou o presidente do colegiado, deputado federal Herculano Passos (PSD-SP).

NOVAS PARCERIAS
Com o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Meio Ambiente prevê a criação de um novo programa de concessão de serviços públicos em algumas unidades de conservação. Três delas, contudo, já devem ser licitadas no início do ano que vem.

“As três primeiras a entrar no programa são o Parque Nacional de Brasília, o Parque Nacional do Pau Brasil, na Bahia, e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás”, frisou o diretor de criação e manejo de unidade de conservação do ICMBio, Paulo Henrique Carneiro. Além disso, Carneiro ainda destaca que os serviços incluem cobrança de ingressos, transporte de turistas, restaurantes, lojas de souvenirs e atividades esportivas na natureza.

Conforme aponta o coordenador de investimento do Ministério do Turismo, Rodrigo Bezerra Marques, a concessão dos parques deve beneficiar economicamente todos os entes federados. “Números preliminares apontam que, se o Brasil iniciar um processo de concessão de parceria público privada para a exploração de parques, nós poderíamos ter o ingresso anual de recursos de mais de R$ 1,8 bilhão na economia”, argumentou.

LEGISLAÇÃO
O presidente da Embratur, contudo, ainda enfatizou a importância do amparo legal na atração de novos investidores e lamentou a falta de estrutura que o setor enfrenta. “Precisamos de um marco legal para fazer avançar a gestão dos parques no nível de concessões, compreendendo a necessidade da participação internacional. Afinal, nós temos poucos agentes no Brasil para isso e o conhecimento internacional nos beneficiaria de muitas outras formas”, defendeu Lummertz.

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