Joaquim Levy: “ajuste será doloroso, mas curto”
Essa foi a conclusão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao explicar uma série de medidas para o ajuste fiscal e retomada do crescimento da economia brasileira. O dirigente da pasta ministrou há pouco uma palestra para 562 empresários participantes do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Essa foi a conclusão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao explicar uma série de medidas para o ajuste fiscal e a tão sonhada retomada do crescimento da economia brasileira. O dirigente da pasta ministrou há pouco uma palestra para 622 empresários participantes do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). O encontro ocorreu no hotel Grand Hyatt São Paulo.
Durante o discurso de abertura, o presidente do movimento, João Dória Jr., afirmou que a crise política é maior que a atual fase da economia, e que retomar o crescimento exige sacrifícios do próprio governo, muito criticado pelos altos gastos públicos. “Será uma reforma profunda e o empresariado está dando esse voto de confiança ao ministro, na esperança de assistir um novo cenário na economia”, completou ele.
Entre explicações, justificativas e análises de dados, Joaquim Levy deixou claro que o ajuste proposto vai exigir esforço de toda a sociedade, e não só do governo. Segundo ele, as renúncias fiscais autorizadas nos últimos anos impactaram no atual resultado do País. “Será um ajuste doloroso, porém curto. O objetivo agora é equilibrar as contas e tornar os gastos sustentáveis. Só assim voltaremos a ter uma trajetória positiva”, explicou ele, citando não só a redução das contas públicas, como também revisões nas regras para o seguro-desemprego, a previdência social e o acesso ao crédito. “O nosso esforço está em fazer toda essa reforma sem gerar impactos negativos para a classe trabalhadora e o empresariado.”
Na prática, o ministério quer reduzir em cerca de 30% os gastos públicos, equiparando aos índices de 2003. Medidas para alcançar melhor qualidade nos gastos já estão em andamento, como é o caso de revisões de contratos. Levy destacou também que o arrocho nas contas, a diminuição da dívida pública e a criação de uma poupança doméstica não significam novos impostos.
“Reduzir as renúncias fiscais é que é fundamental. Tomo como exemplo a reforma do seguro-desemprego. Precisamos garantir a competitividade reduzindo a rotatividade de trabalhadores. Essa medida estimula o investimento da iniciativa privada e mantém o País produtivo. Vamos alcançar o superávit primário de 0,2% e continuar as medidas para conquistar resultados melhores em 2016. Não podemos errar agora”, encerrou ele.
PESQUISA
Ao final do evento foi apresentada a 102ª edição da Pesquisa Clima Empresarial Lide-FGV, índice baseado em uma nota de zero a dez, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos. Os resultados não foram nada animadores.
A eficiência gerencial e o desempenho dos governos obteve a menor nota ao longo dos 12 anos de pesquisa: 0,7% para a esfera federal; 4,7% para estadual; e 1,3% para municipal. Poucos empresários - apenas 11% -, vão empregar em 2015, 39% pretendem mater o quadro atual e 33% vão demitir.
A previsão de receita chega a ser alarmante, já que 38% acredita que o faturamento será pior este ano, em comparação a 2014. Entre os fatores que impedem o crescimento das empresas, o cenário político chegou a 77%, ultrapassando a inflação (12%) e o câmbio (10%). Entre as áreas que precisam melhorar, os números apontam para a política, com 39% das respostas. Ainda segundo a pesquisa, o clima empresarial despencou para 2,2%.
Durante o discurso de abertura, o presidente do movimento, João Dória Jr., afirmou que a crise política é maior que a atual fase da economia, e que retomar o crescimento exige sacrifícios do próprio governo, muito criticado pelos altos gastos públicos. “Será uma reforma profunda e o empresariado está dando esse voto de confiança ao ministro, na esperança de assistir um novo cenário na economia”, completou ele.
Entre explicações, justificativas e análises de dados, Joaquim Levy deixou claro que o ajuste proposto vai exigir esforço de toda a sociedade, e não só do governo. Segundo ele, as renúncias fiscais autorizadas nos últimos anos impactaram no atual resultado do País. “Será um ajuste doloroso, porém curto. O objetivo agora é equilibrar as contas e tornar os gastos sustentáveis. Só assim voltaremos a ter uma trajetória positiva”, explicou ele, citando não só a redução das contas públicas, como também revisões nas regras para o seguro-desemprego, a previdência social e o acesso ao crédito. “O nosso esforço está em fazer toda essa reforma sem gerar impactos negativos para a classe trabalhadora e o empresariado.”
Na prática, o ministério quer reduzir em cerca de 30% os gastos públicos, equiparando aos índices de 2003. Medidas para alcançar melhor qualidade nos gastos já estão em andamento, como é o caso de revisões de contratos. Levy destacou também que o arrocho nas contas, a diminuição da dívida pública e a criação de uma poupança doméstica não significam novos impostos.
“Reduzir as renúncias fiscais é que é fundamental. Tomo como exemplo a reforma do seguro-desemprego. Precisamos garantir a competitividade reduzindo a rotatividade de trabalhadores. Essa medida estimula o investimento da iniciativa privada e mantém o País produtivo. Vamos alcançar o superávit primário de 0,2% e continuar as medidas para conquistar resultados melhores em 2016. Não podemos errar agora”, encerrou ele.
PESQUISA
Ao final do evento foi apresentada a 102ª edição da Pesquisa Clima Empresarial Lide-FGV, índice baseado em uma nota de zero a dez, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos. Os resultados não foram nada animadores.
A eficiência gerencial e o desempenho dos governos obteve a menor nota ao longo dos 12 anos de pesquisa: 0,7% para a esfera federal; 4,7% para estadual; e 1,3% para municipal. Poucos empresários - apenas 11% -, vão empregar em 2015, 39% pretendem mater o quadro atual e 33% vão demitir.
A previsão de receita chega a ser alarmante, já que 38% acredita que o faturamento será pior este ano, em comparação a 2014. Entre os fatores que impedem o crescimento das empresas, o cenário político chegou a 77%, ultrapassando a inflação (12%) e o câmbio (10%). Entre as áreas que precisam melhorar, os números apontam para a política, com 39% das respostas. Ainda segundo a pesquisa, o clima empresarial despencou para 2,2%.