Artur Luiz Andrade   |   31/10/2014 09:42

23 entidades querem permanência do atual ministro

O ministro Vinicius Lages, há menos de um ano no cargo, vindo do Sebrae e que tem se mostrado um interlocutor ativo e interessado com a indústria, ganhou o apoio de 23 entidades da indústria do turismo. Essas entidades elaboraram uma carta pedindo que o ministro seja mantido no cargo, após a posse d

O ministro Vinicius Lages, há menos de um ano no cargo, vindo do Sebrae e que tem se mostrado um interlocutor ativo e interessado com a indústria, ganhou o apoio de 23 entidades da indústria do turismo. Essas entidades elaboraram uma carta pedindo que o ministro seja mantido no cargo, após a posse do novo governo da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com as entidades, o atual ministro “vem se mostrando um grande articulador do conjunto de atores da cadeia produtiva do turismo e estabelecendo um diálogo franco e aberto com a iniciativa privada, pública e terceiro setor”.

Assinam a carta as entidades Abav, ABBTur, Abeaoc, Abeta, Abracorp, Abrajet, Abresi, Alagev. Bito, BLTA, Braztoa, Fohb, Hostelling International, Resorts Brasil, SPCVB, Sindepat, Sinhores SP, FBHA, Fenactur, Fhoresp, Fenagtur, Contratuh e CNTur.

Veja abaixo a carta, endereçada ao vice-presidente, Michel Temer, do PMDB, e que foi enviada também ao presidente do Congresso, Renan Calheiros.

"Excelentíssimo Senhor Vice-presidente da República,

Parabenizando-o pela reeleição, servimo-nos da presente Carta do Turismo Brasileiro, subscrita por vinte e três entidades representativas do turismo nacional, tanto laborais quanto patronais, para resgatar os resultados propiciados pela institucionalização setorial e para solicitar, sobre as bases de união e diálogo que inauguram este novo ciclo histórico para o Brasil, que a mudança com continuidade se dê também na atividade turística nacional.

1. OS 12 ANOS QUE TRANSFORMARAM O TURISMO BRASILEIRO

O setor turístico movimenta 9,5% do PIB global e gera 261 milhões de empregos em todo o mundo, de acordo com o World Travel & Tourism Council - WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo). A expectativa do Conselho para o ano de 2023 é que o número de empregos gerados na área chegue a 337,8 milhões, ou seja, 9,9% do total mundial.
No Brasil, país de imensurável potencial de desenvolvimento do setor, a criação do Ministério do Turismo em 2003 e o lançamento do Plano Nacional de Turismo permitiram, também segundo o WTTC, que a contribuição total do turismo no PIB brasileiro atingisse o índice de 9,2% em 2013. O Conselho ainda espera que esta cresça para 9,5% em 2014, chegando ao patamar de 216 bilhões de dólares. Em ranking da mesma entidade, o país é o sexto colocado no que diz respeito ao PIB do turismo e o quinto em geração de empregos na atividade.

O reconhecimento do turismo como atividade produtiva e sua institucionalização na cena econômica nacional impulsionaram a gestão pública federal do turismo a atender às demandas do crescente valor da atividade que, por ser altamente pulverizada, também atinge pequenas comunidades e empresas em locais onde a indústria e a urbanização não chegaram, garantindo a subsistência local.

Em linha com os dois pilares das gestões dos últimos doze anos – a solidez da condução da política econômica e a criação e fortalecimento de um grande mercado de consumo de massas –, é por meio da expansão do mercado interno, da inserção efetiva do País como destino turístico internacional e da perspectiva de se contemplar as diversidades regionais que o turismo vem alcançando cada vez maior relevância na economia nacional e se consolidando como importante gerador de receitas e empregos para o País.

Em termos de desempenho setorial, nota-se que, a partir da criação do Ministério do Turismo, em 2003, há um aumento no fluxo de turistas estrangeiros ao país. Segundo dados do próprio Ministério, o patamar de turistas internacionais subiu de 3,8 milhões em 2002 para 4,1 milhões de passageiros no ano seguinte, um aumento de 9%. Ao longo dos dez anos de existência do órgão (2003-2013), o ritmo de chegadas de estrangeiros varia em ritmo de crescimento de 4% ao ano, chegando a 5,8 milhões de pessoas em 2013. Ainda que o número seja baixo em relação a outros destinos internacionais e ao potencial do País, considera-se o ponto de onde partimos antes da criação do Ministério do Turismo para se concluir que o aumento foi expressivo.

No mercado doméstico a intensificação observada na movimentação de passageiros em voos nacionais foi ainda maior, muito relacionada à popularização do transporte aéreo no país, fruto do acesso à renda conquistado por meio da política econômica: parte-se de um patamar de 30 milhões de pessoas transportadas em 2003 para quase 89 milhões em 2013.

2. MAIS TURISMO, MAIS FUTURO

Após esses resultados de grandes proporções, em concordância com o Programa de Governo de Vossa Excelência, também no turismo é preciso inaugurar um novo ciclo de mudanças para superar entraves que ainda impedem o desenvolvimento pleno do setor e para garantir que não ocorrerão retrocessos nas importantes conquistas obtidas nos últimos doze anos.

Apesar do bom desempenho da atividade, o Brasil ainda tem muito a ganhar em competitividade quando comparado a outros destinos internacionais. O País, que ocupava a 49ª posição no ranking de competitividade de viagens e turismo do Fórum Econômico Mundial em 2008, passou a ocupar em 2013 a 51ª posição. Se por um lado o Brasil se destaca neste índice por sua abundância de recursos naturais e culturais, por outro, amarga a 140ª posição no que diz respeito à taxação e impostos e a 100ª em relação à priorização do turismo por parte do governo.

Portanto, o pilar da competitividade produtiva sugerido no Programa de Governo de Vossa Excelência vem ao encontro das necessidades setoriais e, no sentido da consolidação do Brasil como destino turístico competitivo, é fundamental o papel de articulação setorial por meio de um órgão de gestão federal do turismo cada vez mais atuante e relevante.

Experiências internacionais de destinos bem sucedidos e competitivos indicam que a parceria entre setor público e privado é um dos fatores-chave para o sucesso da atividade. A atuação conjunta entre o Ministério do Turismo, a Embratur e os diversos atores da cadeia produtiva do turismo, entre eles a iniciativa privada, farão com que o Brasil atinja o posto almejado no turismo internacional.

3. UM NOVO CICLO HISTÓRICO

Em março de 2014 tomou posse o atual Ministro, Senhor Vinícius Lages. Mesmo com o pouco tempo que está à frente do Ministério do Turismo, vem se mostrando um grande articulador do conjunto de atores da cadeia produtiva do turismo e estabelecendo um diálogo franco e aberto com iniciativa privada, pública e terceiro setor.

Destacou-se pela excelente atuação durante o período da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM, em que não poupou esforços para o fortalecimento da imagem positiva que o país alcançou durante o evento também após sua realização.

Para além da continuidade dos programas que dão resultado para o País e do incentivo ao bom desempenho turístico como contribuição à economia do Brasil, ele vem promovendo a união setorial por meio de ações que elevam o turismo a um patamar de atividade estratégica para o desenvolvimento do País.

Por isso, em linha com a perspectiva de continuidade com mudança do governo de Vossa Excelência, sobre as bases de união e diálogo que inauguram este novo ciclo histórico para o Brasil, as principais entidades representativas do Turismo Nacional, que subscrevem a presente carta, solicitam a Vossa Excelência a chance de promoção do desenvolvimento setorial junto ao Ministro Vinicius Lages, por meio da sua permanência nesta nova gestão, com convicção de que dessa forma as políticas iniciadas possam fortalecer, cada vez mais, o turismo brasileiro.

Certos de contarmos com a apreciação de Vossa Excelência, manifestamos nossos votos de elevada estima e consideração.

Atenciosamente,

as entidades”

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