Brunna Castro   |   22/11/2016 12:40

País precisa de US$ 300 bi para ter malha rodoviária ideal

O mínimo necessário para que a malha rodoviária do País alcance um patamar adequado é uma extensão que aumente a densidade para 4,2 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território.

Divulgação/CCR AutoBan/Clóvis Ferreira
Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo
Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo
O mínimo necessário para que a malha rodoviária do País alcance um patamar adequado é uma extensão que aumente a densidade para 4,2 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território. Hoje, esse valor é de 1,7 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados.

Para que essa meta seja alcançada, é necessário um investimento de US$ 300 bilhões por um período de 12 a 15 anos para viabilizar um projeto que conectaria 22 capitais e cinco fronteiras comerciais com a construção de 20 mil quilômetros de rodovias.

Os dados foram apresentados no estudo “Infraestrutura Rodoviária no Brasil”, realizado pela consultoria Bain & Company. Como uma continuidade da primeira versão da análise lançada em 2013, a pesquisa aborda as novas perspectivas para o cenário de rodovias - definidas como quaisquer vias pavimentadas - e autoestradas - rodovias duplicadas - nos próximos anos.

De acordo com o estudo, o investimento, apesar de não ser suficiente para alcançar países com dimensão comparável como Estados Unidos e os da União Europeia, reduziria para 2,6 vezes a distância em relação aos números norte-americanos. Em 2013, os Estados Unidos apresentavam densidade de 10,1 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território, ou seja, oito vezes mais do que a realidade brasileira naquele período.

INSUFICIENTE
"Apesar de ser um excelente ponto de partida, esse esforço não é suficiente sequer para o Brasil acompanhar os outros países”, destaca o autor do estudo, Fernando Martins. Mesmo com a densidade de 1,7 quilômetro por cada 1 mil quilômetros quadrados de território de autoestradas, o número ainda é seis vezes menor do que os Estados Unidos, que conta atualmente com 10,6 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território. Martins ainda aponta o exemplo da China, que possui 10,9 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território.

EXPANSÃO DESDE 2013
Nos últimos três anos, o Brasil registrou um avanço significativo nos últimos três anos, segundo a Bain & Company. Aproximadamente três mil quilômetros de novas autoestradas foram construídos, o que gerou acréscimo de 0,4 quilômetro ao total obtido em 2013. Em 2016, cerca de 1,5 mil quilômetros de vias estão em obras de duplicação, com ritmo de entregas de trechos duplicados constantes durante todo o ano, de acordo com a consultoria.

SÃO PAULO
Na análise da Bain & Company, São Paulo aparece como uma exceção, uma vez que a malha rodoviária do estado alcança 23 quilômetros por cada 1 mil quilômetros quadrados de território - densidade maior do que a da Califórnia (16) e a da França (21).

“Para se ter uma ideia do avanço do cenário paulista, o estado sozinho aprovou mais de dois mil quilômetros em novas concessões nos últimos três anos, enquanto que, se considerarmos o território nacional, esse valor foi de pouco mais de 2,4 mil quilômetros”, ressalta Martins.

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