Como o mercado de experiências vai influenciar o Turismo?
Consultora de marketing exalta relação entre marca e cliente e aposta em experiências físicas como futuro hábito de consumo
"Realocação de verba publicitária", "audiência segmentada" e "hábitos de consumo" são apenas algumas das expressões que comandam a transformação digital pela qual o mundo atual passa, mas até onde esse crescimento vai influenciar o Turismo? Se tudo seguir de acordo com a pesquisa Digital Vortex, da consultoria internacional Cisco, o mercado de viagens será o sétimo mais afetado até 2020, entre 12 avaliados, e isso não significa apenas levar a compra para a web, como já fazem as OTAs.
No caminho contrário do que caminhou a tecnologia até agora, as gerações Z e de millennials começam a valorizar cada vez mais a experiência física. Amazon e Alibaba, maiores varejistas do mundo, por exemplo, já perceberam isso e lançaram suas lojas físicas de olho no mercado de experiências.
"Nada substitui o olho no olho, e isso está presente em todos os setores. É claro que é mais fácil e cômodo comprar na internet, mas logo isso não terá mais tanta importância. A experiência é que vai dominar o hábito de consumo, e isso já começa a aparecer em alguns cantos do mundo", afirmou a consultora de marketing Andréa Dietrich, em palestra ministrada na Expo Disney 2017.
Andréa ressalta a qualidade de serviços que a tecnologia nos oferece atualmente, com a agilização de processos e novas possibilidades de conexão com o cliente. No entanto, acredita que, cada vez mais, será necessário trabalhar para se aproximar do consumidor de modo a criar uma identidade da marca e conquistá-lo além do preço. "As redes sociais e o Google são exemplos de como as pessoas estão expondo seus gostos, o que gostam e o que não gostam. Isso é uma oportunidade gigante para nós", completa a consultora.
FIDELIZANDO O CLIENTE
Em um mundo onde consumidores se transformam em fãs - vide os fãs da Apple -, como fidelizar o cliente de forma a fazer dele um defensor da sua marca? É aí que entra o conceito de experiência no mercado atual. Um agente de viagens, por exemplo, utiliza vídeos de clientes satisfeitos com suas viagens para promover seu serviço. Esse tipo de interação começa a exemplifica, de forma simples, como a experiência olho no olho pode ser útil ao mercado.
"Experiências acessíveis podem fidelizar o cliente de uma maneira que, por vezes, não damos valor. Acabou aquilo de oferecer o produto e conseguir vender porque está em promoção. Preço logo não será o diferencial maior", concluiu Andréa, que ainda citou a Disney como 'case perfeito'. "Os filmes criam a experiência, que é vendida em forma de tickets para os parques, brinquedos, produtos e tudo o que vemos aqui [na Expo Disney]. Não tem como descrever melhor essa relação entre marca e cliente."