2016 foi ano mais difícil para vender Brasil na Espanha
Nem mesmo os anos de maior crise da Espanha foram tão abaixo de 2016
MADRI – Nem mesmo os anos anteriores, de acentuada crise da economia espanhola, foram tão difíceis para vender o Brasil na Espanha quanto o ano passado, segundo a responsável pelo Escritório Brasileiro de Turismo (EBT) da Espanha, Rosiane Rockenback. Para ela, o ano da realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro tornaram o Brasil a grande vitrine de 2016 – para o bem e o mal. “Tivemos uma repercussão extremamente negativa quando o astro do basquete espanhol, Pau Gasol, disse que não sabia ser iria participar dos jogos por causa do vírus da Zika”, conta Rosiane.
Segundo ela, a ampla declaração do jogador de basquete da seleção da Espanha foi exaustivamente repetida no noticiário espanhol. “No dia seguinte, já tinha ligações de operadores preocupados com cancelamentos”, lembra a executiva. Além das declarações do atleta e da veiculação constante de notícias negativas sobre o Brasil, de reclamações de atletas quando chegaram ao País para os jogos a casos de violência, Rosiane conta que os operadores espanhóis também criaram uma expectativa de preços muito altos no País, por causa dos jogos. “O Rio de Janeiro é a porta de entrada para o turista de lazer da Espanha que vai para o Brasil e ele ficou preocupado com a possibilidade de aumento grande dos preços da hotelaria e dos serviços em geral”, explica.
Ainda sem os números do emissivo espanhol, a diretora do EBT na Espanha espera uma redução nas cifras de 2016, na comparação com o ano anterior. “Espero que não seja muito grande, porque, na verdade, em novembro começamos a verificar uma retomada. Mais no interesse, ainda, que em embarques”, conta. Rosiane aponta a presença do EBT na capital espanhola como um dos pontos fortes do Brasil na concorrência com outros destinos pelo turista espanhol, mais acirrada desde a recuperação econômica do país. “A Fitur já é um reflexo disso. Você estandes tradicionalmente pequenos ocupando muito mais espaço, como o Peru, a aposta feita pela Argentina e até mesmo a Venezuela”, analisa.
O PANROTAS é media partner da Fitur 2017.