Karina Cedeño   |   29/12/2016 15:56

Cadastro positivo poderá injetar R$ 1 trilhão na economia

A implantação do Cadastro Positivo poderá injetar R$ 1,1 trilhão (17,4% do PIB) na demanda de crédito dos consumidores, de acordo com levantamento feito pela Serasa Experian.


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A implantação do cadastro positivo poderá injetar R$ 1,1 trilhão (17,4% do PIB) na demanda de crédito dos consumidores, de acordo com levantamento feito pela Serasa Experian.

A iniciativa deverá também incluir 22,1 milhões de brasileiros que hoje estão fora do mercado de crédito, apesar de possuírem histórico favorável de adimplência. A constatação é baseada em simulações utilizando os modelos de scoring desenvolvidos pela Serasa Experian.

O estudo aponta ainda a geografia da exclusão: dos 22,1 milhões que poderiam ser incluídos com o cadastro positivo 9,1 milhões estão na região Sudeste; 5,5 milhões na Nordeste; três milhões na Sul; 2,7 na Centro-Oeste e 1,8 milhão na Norte.

O número (22,1 milhões) representa 14,6% da população adulta atual do País (151 milhões); ou 19,7% da população que hoje tem acesso ao crédito (112 milhões) e 56% da população que hoje não tem acesso a crédito (39 milhões).

Com a injeção dos R$ 1,1 trilhão na demanda de crédito dos consumidores, o potencial de consumo agregado seria equivalente a:

• 5,7 milhões de imóveis populares (R$ 851 bilhões; preço médio de R$ 150 mil)
• 3,6 milhões de automóveis populares (R$ 161 bilhões, preço médio de R$ 45 mil)
• 17,3 milhões de eletrodomésticos (R$ 35 bilhões; preço médio de R$ 2 mil)
• 15,5 milhões de eletroeletrônicos (R$ 31 bilhões, preço médio de R$ 2 mil

Esse potencial de consumo aumentaria a atual relação crédito/PIB, que passaria dos atuais 50,3% para 67,6%. O estudo revela ainda uma redução de juros para 74% da população adulta que hoje tem acesso a crédito (112 milhões de pessoas).

ENTENDA O CADASTRO POSITIVO
É uma metodologia muito mais abrangente e inclusiva de conceder crédito, na qual é analisado todo o histórico de endividamento do cidadão e a forma como ele paga suas dívidas contraídas com os bancos, com as empresas do comércio e com as de serviços (luz, água, telefone, gás).

O cadastro avalia também os compromissos assumidos ainda a vencer com essas empresas. Portanto, são valorizados os fatos positivos, os pagamentos honrados e não somente as eventuais dívidas não pagas que, atualmente, no Brasil, são superdimensionadas. Alem disso, resolve o problema do superendividamento, uma vez que mostra de forma clara se o consumidor tem espaço em seu orçamento doméstico para contrair mais dividas

O Brasil é uma das poucas grandes economias globais que não conta com cadastro positivo. Nos países nos quais os dados positivos passaram a constar nos modelos estatísticos, entre os principais diferenciais, verificou-se maior inclusão das pessoas no crédito.

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