Karina Cedeño   |   12/09/2016 11:20

Startups precisam se livrar do “complexo de vira-lata”

Durante debate ocorrido no GMIC São Paulo deste ano, realizado no último dia 24, diversos nomes do mercado mobile debateram questões relacionadas ao futuro das startups no Brasil. Uma destas questões foi o por que de estas empresas não alcançarem o mesmo pa



Durante debate ocorrido no GMIC São Paulo deste ano, realizado no último dia 24, diversos nomes do mercado mobile discutiram questões relacionadas ao futuro das startups no Brasil.

Uma destas questões foi o porquê de estas empresas não alcançarem o mesmo patamar de outras startups ao redor do mundo. “Será que não estamos pensando muito pequeno? O que nós estamos fazendo para criar as próximas empresas de bilhões de dólares no Brasil?”, questionou o CEO e fundador da Movile, Fabricio Bloisi.

Como comparativo, ele citou as empresas de US$ 200 e US$ 300 bilhões de dólares existentes na China, considerando patético o fato de em toda a América Latina haver apenas uma empresa de US$ 7 bilhões, que é o Mercado Livre. Para o CEO e fundador da PSafe, Marco de Mello, o problema está no fato de os brasileiros guiarem seus negócios pelo "complexo de vira-lata".

“As pessoas não podem ter vergonha de dizer 'nós somos uma empresa brasileira e crescemos aqui com muito sucesso'. Isso lá fora não existe. Chegamos aos Estados Unidos e tivemos lá uma receptividade fantástica, o usuário americano tem um engajamento maior com a nossa plataforma do que o brasileiro”, afirma, relembrando que no País estão sendo criadas grandes empresas de mobile e de tecnologia de ponta.

Mas o que as startups devem fazer para crescer ainda mais e conquistar o espaço que merecem no mercado? Confira as dicas dadas pelos especialistas presentes no evento:

É preciso desbravar territórios ainda não explorados
O COO do Mercado Livre, Stelleo Tolda, contou que, quando a empresa surgiu, o mercado on-line era muito pequeno, o que fez com que a companhia precisasse “desbravar” a, até então, novidade que era a internet. “O que para nós hoje é comum, como comprar pelo computador ou celular, naquela época simplesmente não existia. Tentávamos uma penetração em 3% da população com acesso a internet”, lembrou.

Copiar o modelo de uma empresa inovadora não garante sucesso
“O Mercado Livre atua em 19 países dentro da América Latina e as situações dentro de cada um deles são diferentes. Não vejo nenhum problema em ter como referência quem tem êxito lá fora (referindo-se ao e-Bay), mas hoje somos muito diferentes do que ele é”, afirma Stelleo.
A dica que o Mercado Livre dá para as startups é: não se deixar intimidar e ter um modelo que permita atingir o mundo todo.

É fundamental trabalhar em sintonia
Seja este trabalho realizado por colaboradores, empreendedores ou investidores – lembrando que estes últimos devem estar dispostos a assumir riscos, já que é dessa forma que ideias inovadores são colocadas em prática para que haja disrupção no mercado em que atuam.

Invista. Sempre
Para ajudar a desenvolver as empresas brasileiras, a Movile realizou 25 transações, entre investimentos, captações, aquisições e consolidações nos últimos dois anos e meio. “Se eu pudesse dar um conselho pra vocês, seria: é muito importante crescer rápido, ganhar escala rápido, tornar a empresa maior para você poder ter um poder de mercado forte”, destaca Bloisi.

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