Da Redação   |   26/08/2016 11:17

Taxa de juros do cheque especial chega a 318,4%

O Banco Central (BC) divulgou ontem que a taxa de juros do cheque especial continuou a subir, registrando em 2,7 pontos percentuais de junho a julho. De acordo com os dados, a taxa alcançou um percentual de 318,4% ao ano, chegando a novo recorde na série histórica do BC, inicia

O Banco Central (BC) divulgou ontem (25) que a taxa de juros do cheque especial continuou a subir, registrando em 2,7 pontos percentuais de junho a julho. De acordo com os dados, a taxa alcançou um percentual de 318,4% ao ano, chegando ao novo recorde na série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.

Embora tenha havido uma pequena redução em comparação com o mês anterior, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito continua alta, alcançando um valor de 470,7% ao ano – que, somente neste ano, já subiu 39,3 pontos percentuais.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, sugeriu cautela aos consumidores no uso do rotativo do cartão de crédito ou do cheque especial devido ao custo alto. “Crédito rotativo deve ser utilizado com bastante cautela, por período de tempo bastante curto.”

Ainda de acordo com os dados levantados, a taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 2,3 pontos percentuais, ficando em 151,8% ao ano. Enquanto isso, a taxa do crédito pessoal subiu 3,9 pontos percentuais para 132,2% ao ano e a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 ponto percentual para 29,2% ao ano.

INADIMPLÊNCIA
Já a inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em 6,2%, o que segundo Maciel se deve a influência de critérios mais rigorosos dos bancos na concessão de crédito. Entretanto, a inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual e ficou em 5,2%. Para as pessoas jurídicas, a taxa média registrou 30,4% ao ano, alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho.

Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros para as pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 10,6% ao ano.

A taxa cobrada das empresas subiu 1 ponto percentual para 12,7% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 1,8%, com alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho. A taxa de inadimplência das empresas ficou estável em 1,1%.

OPERAÇÕES DE CRÉDITO
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,4%, em julho e 3,2%, no ano. No mês passado, o saldo ficou em R$ 3,115 trilhões. Esse valor correspondeu a 51,4% de tudo o que o País produz – Produto Interno Bruto (PIB) – ante o percentual de 52,9% registrado em junho deste ano.

Segundo Maciel, em meses de julho não costuma haver queda no crédito. “Efetivamente o mercado de crédito evolui de uma maneira bastante contida ao longo deste ano, refletindo principalmente um nível de atividade em patamar baixo”, disse. Maciel também destacou que o baixo nível de confiança na economia e os juros mais caros também afetam o saldo do crédito. Maciel disse ainda que, no próximo mês, o BC deve revisar para baixo a previsão de crescimento do crédito, este ano. De acordo com a estimativa divulgada em junho, o crédito deve crescer 1%. O BC divulga as projeções trimestralmente.


*Fonte: Agência Brasil

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