TL Porfolio fala sobre mercado de luxo no Brasil; leia
A questão que está na mente de todos hoje e que não deixa de ser debatida se refere ao comportamento e perfil do turista high end brasileiro frente à crise econômica. Ele continua viajando, mudou seus hábitos ou continua desbravando o mundo em busca de novas aventuras?
A diretora da TL Portfolio, Tina Lyra, enviou artigo ao Portal PANROTAS. Leia abaixo.
O perfil do turismo e o do turista de luxo no Brasil
Por Tina Lyra
A questão que está na mente de todos hoje e que não deixa de ser debatida se refere ao comportamento e perfil do turista high end brasileiro frente à crise econômica. Ele continua viajando, mudou seus hábitos ou continua desbravando o mundo em busca de novas aventuras?
Ao meu ver, não há dúvida que a queda da confiança do consumidor em relação à economia, inclusive entre os mais ricos, impacta diversos setores. Sentimos isso nas ruas, no trânsito e no eco do bate papo entre amigos, colegas de trabalho e na mesa do jantar. Porém, o mercado de luxo ainda consegue manter, em 2015, sua constante evolução dos últimos anos. Segundo estimativas da Euromonitor, empresa de pesquisa de mercado, o crescimento real do setor no Brasil será de 4% neste ano, na comparação com 2014.
O público desses segmentos de produtos são as classes de maior poder aquisitivo, que sofrem menos com as questões socioeconômicas do Brasil. Há quem diga, inclusive, que nem mesmo a valorização do dólar em relação ao real deverá afetar esse consumidor das classes AAA. Um consumidor não busca uma commodity para o seu dia a dia, o luxo tem mais a ver com a experiência proporcionada do que a compra em si.
“O consumo significa experiência e pertencimento, e a compra de produtos e serviços de luxo mostra que muitos brasileiros estão dispostos a pagar mais — desde que o resultado tenha a ver com sensações positivas, visibilidade e exclusividade”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Desta maneira, o turismo de luxo tem como característica especial a excelência, o valor genuíno, encantamento, compromisso e obsessão por detalhes. O luxo traduz a transformação do comum em especial; e isso, para muitos, não tem preço. Na TL Portfolio trabalhamos na curadoria dos melhores hotéis mundo afora que proporcionam e preenchem essa necessidade e desejo - experiências que valorizam a qualidade, excelência, técnicas e ferramentas que estimulem o consumidor a uma tomada de decisão de desejo, por um aprendizado, pelo crescimento pessoal e por histórias que façam sentido ao longo do caminho.
Por isso, vemos que a crise não mudou o perfil no viajante e nem sua sede por ser surpreendido. Aliás, acho que a pressão e os desafios em casa somente aumentam a necessidade desse escape.
Por outro lado, quando falamos do receptivo, temos um mercado interno que segue engatinhando ainda, com padrão um pouco inferior em comparação ao internacional. Isso não significa que não temos bons hotéis, sim, nós os temos. Mas pensem no potencial que o Brasil tem para ter um hotel maravilhoso a cada cinco quilômetros? Aqui temos um clima invejável, paisagens deslumbrantes espalhadas por mais de sete mil quilômetros de costa, uma culinária com potencial maravilhoso (nessa área já estamos dando alguns bons passos no sentido de “nos apropriarmos” mais de nossos dotes e ingredientes), um povo alegre, animado, bons rituais de passagem e muita gente boa para trabalhar na área. Mas o serviço ainda deixa a desejar. Precisamos investir em treinamento pesado para elevar o padrão do serviço oferecido. Também precisamos de incentivos do governo, melhor infraestrutura, educação, mão de obra e um trabalho mais consistente de secretarias de turismo. O brasileiro ainda olha para si antes de olhar o todo, isso é um desperdício, já que nosso País é tão farto. Digo isso pois conheço alguns amigos que vieram montar hotéis por aqui e sentiram muitas dificuldades, a começar por superfaturamento em construções. E o outro lado da moeda, curiosamente, é o fato de que o turista brasileiro parece estar à frente dos outros. Não parece um contrassenso? De um lado, um mercado atrasado que não acompanha o ritmo lá de fora, e de outro, um viajante cada vez mais exigente, acostumado com mimos e com alta expectativa por serviços personalizados e menos pasteurizados.
O viajante brasileiro já sabe o que é bom, quer luxo, mas não qualquer luxo – quer uma excelente experiência totalmente customizada e gosta de um mimo mais do que qualquer outro. Ou seja, temos um mercado atrasado para atender um público cada vez mais exigente.
O perfil do turismo e o do turista de luxo no Brasil
Por Tina Lyra
A questão que está na mente de todos hoje e que não deixa de ser debatida se refere ao comportamento e perfil do turista high end brasileiro frente à crise econômica. Ele continua viajando, mudou seus hábitos ou continua desbravando o mundo em busca de novas aventuras?
Ao meu ver, não há dúvida que a queda da confiança do consumidor em relação à economia, inclusive entre os mais ricos, impacta diversos setores. Sentimos isso nas ruas, no trânsito e no eco do bate papo entre amigos, colegas de trabalho e na mesa do jantar. Porém, o mercado de luxo ainda consegue manter, em 2015, sua constante evolução dos últimos anos. Segundo estimativas da Euromonitor, empresa de pesquisa de mercado, o crescimento real do setor no Brasil será de 4% neste ano, na comparação com 2014.
O público desses segmentos de produtos são as classes de maior poder aquisitivo, que sofrem menos com as questões socioeconômicas do Brasil. Há quem diga, inclusive, que nem mesmo a valorização do dólar em relação ao real deverá afetar esse consumidor das classes AAA. Um consumidor não busca uma commodity para o seu dia a dia, o luxo tem mais a ver com a experiência proporcionada do que a compra em si.
“O consumo significa experiência e pertencimento, e a compra de produtos e serviços de luxo mostra que muitos brasileiros estão dispostos a pagar mais — desde que o resultado tenha a ver com sensações positivas, visibilidade e exclusividade”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Desta maneira, o turismo de luxo tem como característica especial a excelência, o valor genuíno, encantamento, compromisso e obsessão por detalhes. O luxo traduz a transformação do comum em especial; e isso, para muitos, não tem preço. Na TL Portfolio trabalhamos na curadoria dos melhores hotéis mundo afora que proporcionam e preenchem essa necessidade e desejo - experiências que valorizam a qualidade, excelência, técnicas e ferramentas que estimulem o consumidor a uma tomada de decisão de desejo, por um aprendizado, pelo crescimento pessoal e por histórias que façam sentido ao longo do caminho.
Por isso, vemos que a crise não mudou o perfil no viajante e nem sua sede por ser surpreendido. Aliás, acho que a pressão e os desafios em casa somente aumentam a necessidade desse escape.
Por outro lado, quando falamos do receptivo, temos um mercado interno que segue engatinhando ainda, com padrão um pouco inferior em comparação ao internacional. Isso não significa que não temos bons hotéis, sim, nós os temos. Mas pensem no potencial que o Brasil tem para ter um hotel maravilhoso a cada cinco quilômetros? Aqui temos um clima invejável, paisagens deslumbrantes espalhadas por mais de sete mil quilômetros de costa, uma culinária com potencial maravilhoso (nessa área já estamos dando alguns bons passos no sentido de “nos apropriarmos” mais de nossos dotes e ingredientes), um povo alegre, animado, bons rituais de passagem e muita gente boa para trabalhar na área. Mas o serviço ainda deixa a desejar. Precisamos investir em treinamento pesado para elevar o padrão do serviço oferecido. Também precisamos de incentivos do governo, melhor infraestrutura, educação, mão de obra e um trabalho mais consistente de secretarias de turismo. O brasileiro ainda olha para si antes de olhar o todo, isso é um desperdício, já que nosso País é tão farto. Digo isso pois conheço alguns amigos que vieram montar hotéis por aqui e sentiram muitas dificuldades, a começar por superfaturamento em construções. E o outro lado da moeda, curiosamente, é o fato de que o turista brasileiro parece estar à frente dos outros. Não parece um contrassenso? De um lado, um mercado atrasado que não acompanha o ritmo lá de fora, e de outro, um viajante cada vez mais exigente, acostumado com mimos e com alta expectativa por serviços personalizados e menos pasteurizados.
O viajante brasileiro já sabe o que é bom, quer luxo, mas não qualquer luxo – quer uma excelente experiência totalmente customizada e gosta de um mimo mais do que qualquer outro. Ou seja, temos um mercado atrasado para atender um público cada vez mais exigente.