Artur Luiz Andrade   |   17/12/2014 16:36

ARTIGO: Bonadona celebra 2014 e fala de desafios do País

Rolando de Bonadona escreve artigo sobre 2014, quando a Accor assinou 40 contratos para novos hotéis, e aborda desafios futuros

"Não construímos hotéis: distribuímos experiências

Roland de Bonadona, CEO da Accor Américas e Caribe

Desde 1977, acreditando no Brasil apesar de todos os percalços que a economia sofre desde então, a Accor segue apostando e expande sua malha hoteleira no país. Recentemente, conseguimos o recorde de 200 hotéis em operação em território nacional. Milagre? Não creio. Confiança em parceiros brasileiros é, e sempre foi, a chave do nosso crescimento.

O modelo de negócios da Accor é basicamente a operação hoteleira. É isso que sabemos fazer e muito bem. Não compramos terrenos. Não construímos hotéis. Não vendemos apartamentos. Quem faz isso são as incorporadoras e parceiros que, por meio de contratos específicos para cada marca Accor, entregam os hotéis prontos para que, a partir daí, a operação seja iniciada por nós. Mais de 50% dos nossos novos contratos assinados em 2014 são franquias, por exemplo. Os demais entram em modelo de administração ou até locação.

O ano 2014 foi muito especial para o Grupo. Assinamos 40 novos contratos de hotéis, número que representa um investimento de cerca de R$ 1,2 bilhão por meio de parceiros do Grupo. Os contratos, até o final do ano, vão somar uma nova oferta de mais de 5 mil quartos no mercado e gerar cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos. O Brasil permanece como principal país da região, com 34 contratos assinados e um investimento de cerca de R$ 800 milhões. As marcas do segmento econômico, ibis, ibis Styles e ibis Budget, são a aposta da empresa para crescer neste modelo.

As reservas efetuadas pelos 2.5 milhões de membros do nosso programa de fidelidade LeClub Accorhotels não param de aumentar, chegando em novembro a quase 40% do volume total de diárias reservadas. Hoje os nossos hotéis recebem diretamente 30 % das reservas, mas os outros 70% chegam através da nossa plataforma de distribuição. Nesta plataforma, 60% das reservas chegam via canais próprios da Accor: call center, o site Accorhotels.com e os sites das marcas. Outros 40% chegam por meio de canais os quais somos plugados: GDS, Agências de viagem tradicionais e online, sites de adquiring principalmente. Ou seja, mesmo preferindo reservas diretas, somos absolutamente abertos a tudo que o mercado oferece, online e off-line, direta e indiretamente, e por isso bastante bem antenados com relação a tendências e perspectivas.

Até final de novembro nossa plataforma de distribuição cresceu muito mais do que a média das vendas: 22 % em volume, sendo 14% pelos canais indiretos e 28% pelos canais diretos. Ou seja, o mercado sim está cada vez mais passando por canais de distribuição, e nossos canais diretos aumentam 33 % mais do que os indiretos.

Não quero abusar dos números, os apresento apenas para ilustrar que a tendência para um Grupo hoteleiro como a Accor é alimentar uma forte relação de confiança e de lealdade com seus clientes, operando hotéis sob as suas próprias bandeiras, buscando manter consistência entre os hotéis da mesma rede. Desta forma, os clientes dispõem de uma clara referência do tipo de ambiente e serviços que encontraram naquela bandeira, com garantia de satisfação em relação à promessa de serviços, com acúmulo de benefícios, e com respaldo de uma organização global em caso de falhas - que infelizmente as vezes acontecem.

O Brasil é muito grande, porém, tem apenas 2 quartos para cada mil habitantes. Em países maduros temos entre 10 e 15 quartos. A nova classe média está entusiasmada com as viagens e não vai parar mais. Nosso desafio agora é encontrar mais parceiros para continuar a desenvolver no país uma experiência em hotelaria mais moderna e de qualidade."

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