Convenção Airmet debate corrupção no turismo do País
“Mensalão”, “mensalinho”, “sanguessugas”, “anões do orçamento” e “privataria”. Temos diversos casos de corrupção na política brasileira. E no segmento do turismo? Este foi um dos temas que surgiram de forma espontânea no segundo dia da convenção da Airmet Brasil.
“Mensalão”, “mensalinho”, “sanguessugas”, “anões do orçamento” e “privataria”. Temos diversos casos de corrupção na política brasileira. E no segmento do turismo? Este foi um dos temas que surgiram de forma espontânea no segundo dia da convenção da Airmet Brasil. O diretor da Airmet Portugal, Paulo Mendes, falava sobre a atuação das agências associadas no país europeu e sobre incentivos para agentes venderem, quando foi questionado sobre a famosa “bola” – quando um fornecedor remunera o agente diretamente, ou, como se costuma dizer, “por fora”. Instaurou-se, então, um debate.
O gerente de Mercado da Bedsonline no Brasil, Luís Fernandes, que é português, tomou a palavra e disse para que as pessoas presentes na sala não se ofendessem com o que ele diria adiante. “O Brasil tem um dos mercados mais corruptos do mundo”, exclamou, ao dizer que, em uma de suas primeiras incursões a clientes no País – uma agência de Campinas (SP), que ele não citou o nome –, o dono da empresa “solicitou” R$ 10 mil para utilizar os serviços da Bedsonline.
“Uma das primeiras coisas que me alertaram quando cheguei ao Brasil foi sobre o tal do ‘caixa 2’, ‘caixa 3’. Tinha até o ‘caixa 10’”, disse ele, que não sabia o que era a prática e mostra-se incomodado com a situação. Nos casos em que foi abordado desta maneira, Fernandes retrucava as insinuações de forma a não aceitar. “Não temos como justificar essas práticas durante uma auditoria”, ao passo que continuou: “não são todos, claro, mas nem em Angola e Moçambique eu era abordado desta forma”.
E NA EUROPA?
O diretor da Airmet Portugal disse, em outro momento, que talvez o mercado de turismo na Venezuela seja mais corrupto que o brasileiro e não isentou Portugal em seu comentário. “Os pagamentos feitos ‘por fora’ foram abolidos do mercado português há 30 anos. Lá também há corrupção, mas não da forma como é aqui.”
Na base da comparação, Fernandes, da Bedsonline, elogiou o Brasil na questão da solvência de dívidas. “Quando solicitei uma lista das empresas que estavam nos devendo, fiquei impressionado porque havia poucas e os valores não eram grandes. Somente com a quebra da Marsans, na Espanha, tivemos um prejuízo de 38 milhões de euros.”
POSICIONAMENTO
O diretor da Airmet Brasil, Sérgio Branco, disse que o melhor caminho para evitar o “por fora”, o “over” e os incentivos indevidos é ter preocupação maior com gestão. “A corrupção é um câncer do nosso mercado, mas há cura para o câncer. Os donos das agências precisam ter consciência de gestor.”
Um agente participante do evento comentou que há operadoras que incentivam a prática corrupta porque não utilizam notas fiscais. Em outro momento, o dono de uma agência disse que é difícil fazer o controle quando há fornecedores – nos exemplos citados, locadoras de automóveis e hotéis – que depositam valores diretamente nas contas correntes dos funcionários das agências.
Paulo Mendes, da Airmet Portugal, alertou que fica a critério da empresa coibir esse tipo de ação, que não deve ser confundida com campanhas de incentivos, direcionadas à agência e não ao agente. “A Bedsonline tem um programa que, na medida que o volume de vendas aumenta, as agências ampliam a categoria dos prêmios que vão ganhar. Depois, o dono da agência determina qual o agente será contemplado.”
O gerente de Mercado da Bedsonline no Brasil, Luís Fernandes, que é português, tomou a palavra e disse para que as pessoas presentes na sala não se ofendessem com o que ele diria adiante. “O Brasil tem um dos mercados mais corruptos do mundo”, exclamou, ao dizer que, em uma de suas primeiras incursões a clientes no País – uma agência de Campinas (SP), que ele não citou o nome –, o dono da empresa “solicitou” R$ 10 mil para utilizar os serviços da Bedsonline.
“Uma das primeiras coisas que me alertaram quando cheguei ao Brasil foi sobre o tal do ‘caixa 2’, ‘caixa 3’. Tinha até o ‘caixa 10’”, disse ele, que não sabia o que era a prática e mostra-se incomodado com a situação. Nos casos em que foi abordado desta maneira, Fernandes retrucava as insinuações de forma a não aceitar. “Não temos como justificar essas práticas durante uma auditoria”, ao passo que continuou: “não são todos, claro, mas nem em Angola e Moçambique eu era abordado desta forma”.
E NA EUROPA?
O diretor da Airmet Portugal disse, em outro momento, que talvez o mercado de turismo na Venezuela seja mais corrupto que o brasileiro e não isentou Portugal em seu comentário. “Os pagamentos feitos ‘por fora’ foram abolidos do mercado português há 30 anos. Lá também há corrupção, mas não da forma como é aqui.”
Na base da comparação, Fernandes, da Bedsonline, elogiou o Brasil na questão da solvência de dívidas. “Quando solicitei uma lista das empresas que estavam nos devendo, fiquei impressionado porque havia poucas e os valores não eram grandes. Somente com a quebra da Marsans, na Espanha, tivemos um prejuízo de 38 milhões de euros.”
POSICIONAMENTO
O diretor da Airmet Brasil, Sérgio Branco, disse que o melhor caminho para evitar o “por fora”, o “over” e os incentivos indevidos é ter preocupação maior com gestão. “A corrupção é um câncer do nosso mercado, mas há cura para o câncer. Os donos das agências precisam ter consciência de gestor.”
Um agente participante do evento comentou que há operadoras que incentivam a prática corrupta porque não utilizam notas fiscais. Em outro momento, o dono de uma agência disse que é difícil fazer o controle quando há fornecedores – nos exemplos citados, locadoras de automóveis e hotéis – que depositam valores diretamente nas contas correntes dos funcionários das agências.
Paulo Mendes, da Airmet Portugal, alertou que fica a critério da empresa coibir esse tipo de ação, que não deve ser confundida com campanhas de incentivos, direcionadas à agência e não ao agente. “A Bedsonline tem um programa que, na medida que o volume de vendas aumenta, as agências ampliam a categoria dos prêmios que vão ganhar. Depois, o dono da agência determina qual o agente será contemplado.”