OMT debate exploração sexual de crianças no Turismo

Líderes globais reuniram-se na sede da Organização Mundial do Turismo (OMT), em Madri, Espanha, para discutir medidas de combate à exploração sexual infantil no setor de Turismo. A iniciativa é coordenada pela ECPAT International com apoio do governo dos Países Baixos. Apesar dos esforços das autoridades, práticas criminosas em relação ao turismo sexual se expandem de maneira rápida e em grande escala. Os principais desafios para eliminá-lo são a falha na ação coletiva e falta de dados, de acordo com o estudo global, maior conjunto de informações que se tem do assunto, até o momento.

"Não podemos construir o setor de Turismo responsável e sustentável que buscamos sem proteger os mais vulneráveis em nossas sociedades. Para isso, precisamos de ferramentas eficazes e um compromisso global", disse o secretário-geral da ONU, Taleb Rifai. "O artigo 2 do Código Global de Ética para o Turismo da OMT sublinha que a exploração dos seres humanos sob qualquer forma, especialmente quando aplicada às crianças, entra em conflito com os objetivos fundamentais do Turismo e é a negação do mesmo", completa.

A luta contra a exploração infantil no Turismo é uma das prioridades da OMT, que liderou há 20 anos a Rede Mundial de Turismo para a Proteção da Criança. A médica pediatra Najat Maalla M'jid, presidente dessa força-tarefa que orientou o desenvolvimento do Estudo Global, organizou também o cenário para o último encontro.

"A exploração sexual em viagens e Turismo tem um rosto de criança. Nenhum país não está tocado por esse fenômeno e nenhuma criança é imune. Neste Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, deixe-nos colocar o direito à proteção das crianças contra a violência e a exploração no centro das nossas ações”, argumenta a marroquina.

Os especialistas reunidos em Madri acreditam ter pelo menos algumas das respostas para o problema social, mas precisam de envolvimento maior. Uma das iniciativas conduzidas globalmente foi representada pelas ferramentas implementadas pela Interpol, visando reduzir as possibilidades de os criminosos sexuais conhecidos viajarem despercebidos internacionalmente.

A representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, Marta Santos Pais, incentivou fortes ligações com os processos globais, afirmando que "a agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apresenta uma oportunidade única para reverter esse padrão e tornar todas as formas de violência contra as crianças parte do nosso passado distante”.