Roberta Queiroz   |   16/08/2016 17:40

Incêndios forçam Portugal a discutir reforma florestal

Os portugueses estão enfrentando dias de caos, principalmente, aqueles que moram ou frequentam o Funchal, capital da Ilha da Madeira. Na última semana, a região registrou diversos focos de incêndio, deslocou cerca de mil pessoas e confirmou três mortes. A intensidad

Os portugueses estão enfrentando dias de caos. Principalmente os que moram ou frequentam o Funchal, capital da Ilha da Madeira. Na última semana, a região registrou diversos focos de incêndio, deslocou cerca de 1.000 pessoas e confirmou três mortes. A intensidade do calor e dos ventos fez os governantes de Portugal começarem a se articular para discutir o que chamam de “reforma florestal”.


Arquipélago da Madeira

O primeiro-ministro do país, António Costa, afirmou ontem (15) que em outubro uma reunião extraordinária será feita para discutir a prevenção de incêndios, que chegou a interromper voos no aeroporto Cristiano Ronaldo e a destruir completamente o hotel Choupana Hills. Segundo Costa, a falta de prevenção é a razão para que se gaste tanto com o combate ao fogo.

Falar sobre “reforma florestal” também é debater economia. Isso porque os portugueses têm desembolsado cada vez mais dinheiro para conter, em vez de resolver, os incêndios. O jornal lusitano Correio da Manhã informou hoje (16) que o aluguel de dois aviões Canadair, contratados para auxiliar no combate à combustão, já custou ao Estado quase cinco milhões de euros desde maio de 2015.

A execução desse tipo de serviço por empresas privadas é rodeada por polêmicas há anos. Divulgado no último ano, o relatório do Grupo de Trabalho para Meios Aéreos em Missões de Interesse Público era mais vantajoso para o Estado a aquisição dos próprios aviões.

A Agência Brasil teve acesso a um acórdão do Tribunal de Contas de Portugal, de setembro de 2014, que mostra que a contratação de empresas privadas para a execução desses serviços é alvo de polêmica há anos.

Uma petição, que já recolheu mais de 30 mil assinaturas, pede que a Força Aérea seja a corporação responsável por atuar contra incêndios, como ocorria há duas décadas. António Costa garantiu que o assunto será debatido na reunião de outubro.

Os riscos de má gestão dos recursos voltados a problemas ligados a incêndios são uma realidade em Portugal. Recentemente, o secretário da Administração Interna, Jorge Gomes, disse que essa calamidade permite o florescimento da “indústria dos fogos, [que] dá dinheiro a muita gente”.


*Fonte: Agência Brasil

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