Da Redação   |   29/02/2016 11:10

Grécia é chamada de "agência de viagens" de refugiados

O chanceler da Áustria, Werner Fayman, acusou neste domingo (28) a Grécia de se comportar "como uma agência de viagens", por encaminhar os requerentes de asilo para outros destinos europeus, em vez de acolhê-los no país.

O chanceler da Áustria, Werner Fayman, acusou neste domingo (28) a Grécia de se comportar "como uma agência de viagens", por encaminhar os requerentes de asilo para outros destinos europeus, em vez de acolhê-los no país.

"Eu não compreendo a política dos gregos. É inaceitável que a Grécia atue como uma agência de viagens", que encaminha os refugiados para outros destinos europeus, criticou Werner Faymann ao jornal diário Österreich. O chanceler acrescentou que a Grécia recebeu no ano passado 11 mil requerentes de asilo e a Áustria, 90 mil.

O desentendimento entre Viena e Atenas intensificou-se depois de a Áustria ter definido, há cerca de uma semana, cotas para imigrantes que pretendam entrar em seu território, imitando os seus vizinhos nos Balcãs, o que criou um gargalo na Grécia.

A Áustria, que tem 8,5 milhões de habitantes, enquanto a Grécia tem aproximadamente 11 milhões, afirma que é um dos países da União Europeia que acolheram mais migrantes por habitante no ano passado, depois da Suécia.

O país aceitou receber cerca de 37,5 mil refugiados suplementares este ano. Algo que, se fosse aplicado em toda a União Europeia, permitiria acolher 2 milhões de migrantes, segundo Werner Faymann.

Em 2015 alcançaram as costas gregas a partir da Turquia cerca de 851 mil migrantes e refugiados, com 103 mil salvos pela guarda costeira. A maioria era proveniente da Síria (57%), do Afeganistão (24%) e do Iraque (9%).

Atenas argumenta ter gasto mais de 350 milhões de euros apenas em operações de resgate, transporte, acolhimento e realojamento dos refugiados. Dos 446 milhões de euros de financiamento prometidos por Bruxelas – com um quarto desse valor a ser pago pelos contribuintes gregos –, foram disponibilizados apenas 33 milhões de euros para dar resposta à crise migratória.

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