Antonio R. Rocha   |   06/02/2017 11:03

Vila Galé Touros (RN) será aberto em setembro de 2018

Ao invés das 460 unidades habitacionais do projeto inicial, serão 514 apartamentos ao todo. Será o maior hotel do Rio Grande do Norte.

Canindé Soares
O governador do RN, Robinson Faria, observa o presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo, erguer a pedra fundamental da obra
O governador do RN, Robinson Faria, observa o presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo, erguer a pedra fundamental da obra
O presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, lançou no sábado passado a pedra fundamental do oitavo empreendimento hoteleiro da rede portuguesa no Brasil: Vila Galé Touros, na praia das Garças, Rio Grande do Norte, a cerca de 100 quilômetros de Natal. A data da inauguração já foi até anunciada: 30 de setembro de 2018. Ao invés das 460 unidades habitacionais do projeto inicial, serão 514 apartamentos ao todo.

Será o maior hotel do Rio Grande do Norte. O Vila Galé Cumbuco, no Ceará, porém, continua sendo o maior do grupo no Brasil. Ganhará mais 72 apartamentos este ano, o que vai gerar uma oferta global de 540 UHs. O investimento será de R$ 20 milhões, segundo Rebelo.

Em meio à satisfação de começar mais uma grande obra, Rebelo adiantou ao Portal PANROTAS que em breve estará anunciando a nona unidade da rede Vila Galé no Brasil. Ele citou três possibilidades, todas em começo de estudo de viabilidade técnico-operacional: São Paulo (área da Avenida Paulista), Maceió e Belém, onde tem visita agendada para abril. As apostas podem começar. Há quem afirme que a Região Norte tem grande chance. Seria um novo mercado para a rede portuguesa.

MOMENTO DO PAÍS
Rebelo ressaltou, em sua passagem pelo RN, que adora trabalhar justamente em momentos de crise econômica: "O desafio é maior. Eu gosto de desafios. O Brasil vive um momento de instabilidade e de insegurança. Mas eu acredito em melhorias. Quando vim para Natal desta vez alguns amigos portugueses indagaram se o local do novo Vila Galé é aquele que apareceu nos canais de televisão de toda a Europa com cabeças cortadas na rebelião da penitenciária. Ora, não vamos nos prender a estes problemas pontuais. Vamos empreender, fazer negócios, gerar emprego. Eu acredito no Brasil e acredito no Rio Grande do Norte."

A burocracia que enfrentou para destravar as licenças ambientais em Touros quase o fez desistir do empreendimento, mas no final "a batalha" acabou minimizada pelo presidente da Vila Galé: "As licenças ambientais levaram um ano para ficar prontas aqui. Na Bahia também é este o tempo médio. No Ceará já lutei pela legalização por até um ano e meio para poder construir. Em Portugal o processo também demora. Não pense que lá é fácil. São problemas que temos que enfrentar. Eu defendo muito o meio ambiente e só entro em projetos que não causem danos. Daí às vezes bate uma inquietação natural, pois estou sempre correto e dentro da lei", reforça.

Os "problemas ambientais" no Rio Grande do Norte foram até benéficos, na verdade, para viabilizar o Vila Galé Touros. Rebelo comenta que foi preciso mudar o terreno inicial, o que lhe trouxe vantagens. "Nossa área era de 90 mil metros quadrados e passamos para um terreno de 110 mil metros quadrados. Tínhamos 350 metros de beira-mar e passamos a dispor de 500 metros de praia. Não posso reclamar, até porque os dois terrenos são relativamente próximos, a cerca de dois quilômetros entre eles", observa. O município de Touros também concedeu ao Vila Galé redução de 50% no ISS e IPTU durante dez anos.

EXPECTATIVA
Já em relação à ocupação do empreendimento de Touros, a expectativa de Jorge Rebelo aponta para 50% proveniente do mercado paulista. O fluxo europeu, segundo ele, deverá chegar a no máximo 15%. E o turismo de eventos será um grande aliado, já que o centro de convenções do futuro resort terá 1,7 mil metros quadrados, com capacidade para cerca de 1,5 mil pessoas.

Canindé Soares
Secretária de Trabalho, Habitação e Ação Social do RN e primeira-dama do Estado, Juliane Faria, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Meio Ambiente do RN, Rondinelli Oliveira, e presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo
Secretária de Trabalho, Habitação e Ação Social do RN e primeira-dama do Estado, Juliane Faria, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Meio Ambiente do RN, Rondinelli Oliveira, e presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo
"Não posso achar que o resort vai ficar repleto de portugueses ou de europeus de outros países. O transporte aéreo para o Brasil é caro. Ainda há poucas opções de voo para Natal. Daí as pessoas optam por Cuba, República Dominicana... e deixam de conhecer este Brasil fabuloso, musical, de natureza privilegiada. Não vou me iludir. O empreendimento é para o mercado nacional, que por sinal também precisa de tarifas aéreas mais adequadas. É caro voar no Brasil", reitera.

Rebelo criticou bastante o pouco caso que, segundo ele, é nítido no setor de Turismo no Brasil. Citou a Espanha, do tamanho da Bahia, que recebe 60 milhões de turistas internacionais por ano, enquanto o Brasil todo chega no máximo a 10% deste volume. O presidente da Vila Galé foi enfático ao afirmar que "o mínimo que se pode esperar de um país que prioriza o Turismo é ter como ministro alguém que atue no Turismo."

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