Futuro do Maksoud Plaza (SP) pode ter Airbnb e coworking
Após alguns anos marcados por guerras familiares e resultados a desejar, o Maksoud Plaza está voltando a dialogar com a capital paulista. A reforma e inovação de espaços internos foi capaz de atrair clientes de novas gerações, elevar a taxa de ocupa&
Após alguns anos marcados por resultados abaixo do desejado, o Maksoud Plaza está voltando a dialogar com a capital paulista. A reforma e inovação de espaços internos foi capaz de atrair clientes de novas gerações, elevar a taxa de ocupação e garantir a sobrevivência do empreendimento. As surpresas, porém, estão longe de chegar ao fim. Isso porque Airbnb e áreas de coworking podem fazer parte do futuro do icônico hotel, inaugurado em 1979.
Jhonatan Soares
Facundo Guerra é proprietário de casas noturnas como Vegas Club, Yatch e Cine Joia
Quem sinalizou os projetos foi o empresário Facundo Guerra que, com o aval e parceria do herdeiro Henry Maksoud Neto, participou ativamente da retomada do hotel. Em um evento realizado pela Accor Hotels no último dia 31, Guerra afirmou ter procurado o Airbnb para tentar anunciar as suítes presidenciais do Maksoud na plataforma. “A hotelaria e o Airbnb sempre se enxergaram como concorrentes mortais. A própria equipe do Airbnb ficou abismada com a minha sugestão”, avaliou. “Ainda não consegui fechar negócio, mas também não desisti”, alertou.
Jhonatan Soares
Assinada pelo artista plástico Felipe Morozini, a Suíte Dreams 2117 brinca com signos contemporâneos para levar o hóspede ao mundo da fantasia
O design exótico das suítes, na opinião do empresário, combina com o perfil daqueles que acessam o sistema de compartilhamento de imóveis, algo que poderia render uma espécie de receita extra. Outra proposta de Guerra é transformar dois andares administrativos do Maksoud, atualmente ociosos, em um ambiente de coworking. “Se as pessoas vêm até aqui para se hospedar, tomar um drinque, comer no restaurante, comprar roupas e até fazer a barba, porque não dar a elas a chance de trabalhar?”, observou.
Na prática, o indivíduo interessado em trabalhar no hotel de 22 andares alugaria alguns metros de espaço e teria direito a regalias. “A ideia é criar um clube e estabelecer novas relações entre trabalho, hospitalidade e diversão. Hoje, trabalho e entretenimento estão misturados e precisamos nos encaixar nesse cenário o quanto antes”, considerou Guerra, reiterando que não há nada oficial sobre as propostas.
TRAJETÓRIA E PERFORMANCE O primeiro grande sinal da atuação de Facundo Guerra na recuperação do Maksoud Plaza foi a inauguração do clube Pan Am, que oferece uma vista panorâmica de São Paulo direto do topo do hotel. Dono de diversas casas noturnas em solo paulistano, Guerra afirma ter conhecido Henry graças a um amigo em comum. “Ele precisava de ajuda, mas não tinha verba para investir no marketing e em modernização”, contou. “Pedi, então, carta branca para alterar a estrutura do hotel e fazer alianças capazes de baratear o investimento. Juntos, não gastamos mais do que R$ 300 mil ou R$ 400 mil”, revelou.
O jovem empresário alterou a operação e o nome do principal bar do hotel – hoje conhecido como Frank, em referência a Frank Sinatra, que inaugurou o Maksoud no fim da década de 1970. Parcerias e até aquisições de startups também renderam ao hotel uma loja de roupas básicas e uma barbearia extremamente concorrida.
“Essa série de mudanças contaminou a marca Maksoud e atraiu pessoas de 20 a 30 anos que nunca tinham frequentado o hotel. Criamos uma narrativa capaz de entrelaçar os diversos serviços oferecidos pelo empreendimento e gerar um ecossistema que pulsa e dialoga com a cidade”, disse. “Era isso que faltava ao hotel: acompanhar a transformação ao redor. Hoje, queremos que as pessoas vivam histórias dentro do Maksoud”.
Facundo Guerra também creditou a recuperação do Maksoud Plaza ao acordo com a Accor Hotels. Desde o ano passado, o produto entrou nos canais de distribuição da rede hoteleiro para usufruir da tradição da marca e, assim, alavancar os níveis de ocupação.
