Salvador tem pior ocupação hoteleira em 30 anos
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seção Bahia (ABIH-BA), os hotéis de Salvador apresentaram em junho taxa média de ocupação de menos de 40%. Para piorar, a previsão para os próximo
Salvador está em sua pior crise no setor hoteleiro dos últimos 30 anos. Em um cenário de convergência de baixa estação com crise econômica e pós-Copa - que aumentou a capacidade da rede -, a cidade tem visto suas piores taxas de ocupação no setor resultarem em fechamento de hotéis e demissões.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), os hotéis de Salvador apresentaram, em junho, taxa média de ocupação de 38,04%.
A baixa é sentida nos quatro polos hoteleiros da cidade - Barra-Rio Vermelho, Centro-Pelourinho, Stiep-Pituba e Itapuã-Stella Maris. Este último, contudo, teve o melhor desempenho.
A queda no movimento de passageiros nos aeroportos de Salvador no acumulado dos cinco primeiros meses do ano foi mais profunda registrada pela Infraero nacionalmente e impactou o setor. Entre janeiro e maio deste ano, a queda no fluxo de passageiros nos aeroportos é de quase 20%, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nacionalmente, a queda foi de 8,6%.
O reflexo é nítido no emprego. Segundo a Folha de S.Paulo, 16 mil pessoas foram demitidas do começo do ano até agora. E cenário futuro não é de melhora. "Temos notícias do iminente fechamento de novos hotéis de grande porte e o sindicato dos trabalhadores decretou greve sem nenhuma adesão por parte dos afiliados, pois tem como único objetivo suspender temporariamente as demissões. Mas isso evidentemente não resolve o problema. Precisamos de respostas urgentes”, pondera presidente da ABIH-BA, Glicério Lemos, .
Nos últimos dois anos, com o aumento da crise no turismo de Salvador, pelo menos 12 hotéis já fecharam as portas na cidade. Dentre os grandes empreendimentos que fecharam está o Hotel Pestana, considerado o primeiro grande cinco estrelas de Salvador.
SITUAÇÃO GRAVE TAMBÉM NO ESTADO
Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril, a Bahia teve queda de 11% nas atividades turísticas. A ABIH-BA observa que a queda está ligada também ao avanço de outras capitais nordestinas nas atividades. No Pernambuco, o volume de atividades turísticas cresceu 4,5% no mesmo período.
“A crise é geral, mas a situação da Bahia é mais grave. Enquanto outras capitais nordestinas inauguraram novos centros de convenções para fazer face à crise na baixa estação, Salvador está com seu único Centro de Convenções de grande porte fechado para reformas, sem data definida para reabertura, o que impede o trabalho de captação de grandes eventos e congressos, que dinamizam todo o segmento turístico, e que é feito com muita antecedência", aponta Lemos.