COO da Atlantica sobre OTAs: “É preciso se adequar”

A recente polêmica a respeito do boicote organizado no Rio de Janeiro contra a Decolar.com tem levantado diversas opiniões a respeito da relação entre hotéis, agências de viagens e OTAs. O COO da Atlantica Hotels, Christer Holtze, se posicionou a respeito do assunto em entrevista ao Portal PANROTAS.

“Eu vejo que a agência de viagens ainda tem uma parte muito importante no negócio e não gostaria de ver eles perderem esse espaço muito mais do que já perderam”, afirma Holtze.

Ele ressalta que o papel da OTA é “dar o produto específico no preço que o passageiro está disposto a pagar. Só isso”. “Eu acho que OTA tem seu espaço no mercado. É claro, eles conquistaram uma grande fatia e vão continuar crescendo, não tenho dúvidas nisso. E eu acho que ainda vai existir espaço para agências de viagens, em especial as especializadas. Se você quer montar, por exemplo, uma excursão com os top executives da companhia para fazer uma visita ao Pantanal, você não vai fazer isso através de uma OTA”, exemplifica.

O executivo, portanto, acredita que terá espaço no mercado para ambos. “Existe um belo livro que saiu há alguns anos atrás chamado Quem Mexeu No Meu Queijo?. Nós precisamos entender que as OTAs mexeram no nosso queijo [risos]. A gente precisa se adequar a isso. Não sei para que chorar, a gente precisa se adequar”.

O COO também destaca a necessidade de gerar um valor para as OTAs que vá “além de só colocar a tarifa lá para os consumidores acessarem”. E como isso seria feito? “Eu não sei. Essa é uma discussão que a gente precisa ter todo dia com nossas equipes, sobre como vamos agregar valor nessa fórmula para todos que vivem dessa cadeia”, responde Holtze.

“Temos de levar em conta que quando se mexe em um canto, se impacta o outro. Eu não posso simplesmente ir lá na Booking e negociar alguma tarifa e uma comissão sem considerar todos os outros que estão participando do processo, porque isso impacta a todos”, finalizou.