Carne de caranguejo de volta ao mercado paraense
Uma das máximas do empreendedorismo é que toda crise gera oportunidades. Foi exatamente o que pensou o empresário Sebastião Brabo em 2009, quando soube que a justiça havia determinado a proibição da produção de massa de caranguejo, devido às más condições higiênico-sanitárias constatadas na maioria
DA AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS
Uma das máximas do empreendedorismo é que toda crise gera oportunidades. Foi exatamente o que pensou o empresário Sebastião Brabo em 2009, quando soube que a justiça havia determinado a proibição da produção de massa de caranguejo, devido às más condições higiênico-sanitárias constatadas na maioria dos locais onde ocorria a extração.
Brabo, que já possuía uma pequena empresa há 18 anos fornecedora de frutos do mar, viu na situação uma grande chance para investir no caranguejo e oferecer ao mercado um produto seguro e certificado, até então inexistente.
Mas o empreendedor se deparou com o grande problema que travou a regularização de todos os demais produtores do nordeste paraense: não existia uma norma ou qualquer tipo de manual que determinasse qual a maneira correta de se extrair e comercializar a massa de caranguejo. Brabo pediu ajuda ao Sebrae.
“Fomos procurados por muitos produtores e associações, que solicitaram o nosso apoio na busca de alternativas para a solução do problema”, conta Ana Abreu, analista do Sebrae. “Começamos então a busca de parceiros e de alternativas que pudessem ajudar esses empreendedores”.
O primeiro passo foi buscar conhecimento junto às instituições. Como nunca foi desenvolvida nenhuma tecnologia que pudesse substituir os procedimentos inadequados, em 2010 o Sebrae realizou o “Workshop da Cadeia Produtiva do Caranguejo Uçá no Pará - a integração através do conhecimento e tecnologia”, com a participação da UFPA, UFRA, IFPA, ICMBio, Ibama, Ministério da Agricultura, Ministério Público Estadual, Adepará, Sepaq, além das associações, cooperativas, prefeituras dos municípios mais atingidos pela problemática da proibição e do IABS – Instituto Ambiental Brasil Sustentável de Brasília.
“Foi a primeira grande discussão entre as instituições para unir forças e tentar resolver a problemática, ficando constatado que muito ainda devia ser feito para essa conquista”, ressalta a analista do Sebrae.
PESQUISA
O Sebrae iniciou uma busca dentre as iniciativas de outros estados para tentar achar algum método que pudesse auxiliar os catadores de caranguejo a beneficiar a carne do crustáceo. Foram realizadas visitas técnicas no Delta do Parnaíba – Piauí e na Bahia, estado em que foi localizado um projeto de apoio às mulheres marisqueiras na Comunidade Salinas das Margaridas.
“Em nenhuma dessas localidades se trabalha com a extração de carne de caranguejo, mas ao acompanhar o trabalho com o sarnambi na Bahia foi que surgiram as primeiras ideias e alternativas para a elaboração de um projeto técnico para a criação de unidades familiares de extração de carne de caranguejo uçá”, destaca Ana Abreu.
Com base nessas informações, consultores iniciaram vários escopos de projetos, com orientações do Ministério da Agricultura e Adepará. Finalmente chegou-se a um regulamento técnico da produção de carne de caranguejo, oficializado pela Adepará, através de publicação.
“A técnica criada elimina completamente os riscos sanitários, perigos físicos, químicos e microbiológicos, dando condições aos produtores que o seguem gerarem um produto de alto padrão de higiene. Foram feitos testes com a carne em laboratórios da UFPA que atestaram a segurança do alimento produzido dessa maneira”, explica Francisco Bezerril, consultor de agronegócios do Sebrae.
UNIDADES
A empresa Filé do Mangue recebeu consultorias do Sebrae para a criação do projeto da unidade de extração, bem como a capacitação dos funcionários em boas práticas de fabricação já com base nas novas normas e procedimentos. O empresário investiu mais de R$ 250 mil para montar toda a estrutura, na vila do Treme, em Bragança.
A unidade foi inaugurada em outubro de 2014, quando o empresário recebeu da Adepará o título de registro para a execução da atividade. Tem capacidade para processar mais de quatro mil caranguejos por dia, beneficiando mais de 130 pessoas, entre funcionários da empresa e produtores locais.
“É muito gratificante chegar a esse momento e realizar esse sonho, depois de enfrentar tanta burocracia. Espero que nossa iniciativa sirva de alavanca para quem tem vontade de empreender e ajudar a comunidade.
Com a parceria do Sebrae, esperamos crescer cada vez mais”, disse Sebastião Brabo na ocasião da inauguração. Toda a produção inicial da fábrica foi vendida antecipadamente para clubes e supermercados de Belém. E as encomendas não param de chegar.
Além da Filé do Mangue, mais quatro unidades de beneficiamento de extração de carne de caranguejo já estão com a licença ambiental aprovada para serem construídas, também na comunidade do Treme, em Bragança.
Uma das máximas do empreendedorismo é que toda crise gera oportunidades. Foi exatamente o que pensou o empresário Sebastião Brabo em 2009, quando soube que a justiça havia determinado a proibição da produção de massa de caranguejo, devido às más condições higiênico-sanitárias constatadas na maioria dos locais onde ocorria a extração.
Brabo, que já possuía uma pequena empresa há 18 anos fornecedora de frutos do mar, viu na situação uma grande chance para investir no caranguejo e oferecer ao mercado um produto seguro e certificado, até então inexistente.
Mas o empreendedor se deparou com o grande problema que travou a regularização de todos os demais produtores do nordeste paraense: não existia uma norma ou qualquer tipo de manual que determinasse qual a maneira correta de se extrair e comercializar a massa de caranguejo. Brabo pediu ajuda ao Sebrae.
“Fomos procurados por muitos produtores e associações, que solicitaram o nosso apoio na busca de alternativas para a solução do problema”, conta Ana Abreu, analista do Sebrae. “Começamos então a busca de parceiros e de alternativas que pudessem ajudar esses empreendedores”.
O primeiro passo foi buscar conhecimento junto às instituições. Como nunca foi desenvolvida nenhuma tecnologia que pudesse substituir os procedimentos inadequados, em 2010 o Sebrae realizou o “Workshop da Cadeia Produtiva do Caranguejo Uçá no Pará - a integração através do conhecimento e tecnologia”, com a participação da UFPA, UFRA, IFPA, ICMBio, Ibama, Ministério da Agricultura, Ministério Público Estadual, Adepará, Sepaq, além das associações, cooperativas, prefeituras dos municípios mais atingidos pela problemática da proibição e do IABS – Instituto Ambiental Brasil Sustentável de Brasília.
“Foi a primeira grande discussão entre as instituições para unir forças e tentar resolver a problemática, ficando constatado que muito ainda devia ser feito para essa conquista”, ressalta a analista do Sebrae.
PESQUISA
O Sebrae iniciou uma busca dentre as iniciativas de outros estados para tentar achar algum método que pudesse auxiliar os catadores de caranguejo a beneficiar a carne do crustáceo. Foram realizadas visitas técnicas no Delta do Parnaíba – Piauí e na Bahia, estado em que foi localizado um projeto de apoio às mulheres marisqueiras na Comunidade Salinas das Margaridas.
“Em nenhuma dessas localidades se trabalha com a extração de carne de caranguejo, mas ao acompanhar o trabalho com o sarnambi na Bahia foi que surgiram as primeiras ideias e alternativas para a elaboração de um projeto técnico para a criação de unidades familiares de extração de carne de caranguejo uçá”, destaca Ana Abreu.
Com base nessas informações, consultores iniciaram vários escopos de projetos, com orientações do Ministério da Agricultura e Adepará. Finalmente chegou-se a um regulamento técnico da produção de carne de caranguejo, oficializado pela Adepará, através de publicação.
“A técnica criada elimina completamente os riscos sanitários, perigos físicos, químicos e microbiológicos, dando condições aos produtores que o seguem gerarem um produto de alto padrão de higiene. Foram feitos testes com a carne em laboratórios da UFPA que atestaram a segurança do alimento produzido dessa maneira”, explica Francisco Bezerril, consultor de agronegócios do Sebrae.
UNIDADES
A empresa Filé do Mangue recebeu consultorias do Sebrae para a criação do projeto da unidade de extração, bem como a capacitação dos funcionários em boas práticas de fabricação já com base nas novas normas e procedimentos. O empresário investiu mais de R$ 250 mil para montar toda a estrutura, na vila do Treme, em Bragança.
A unidade foi inaugurada em outubro de 2014, quando o empresário recebeu da Adepará o título de registro para a execução da atividade. Tem capacidade para processar mais de quatro mil caranguejos por dia, beneficiando mais de 130 pessoas, entre funcionários da empresa e produtores locais.
“É muito gratificante chegar a esse momento e realizar esse sonho, depois de enfrentar tanta burocracia. Espero que nossa iniciativa sirva de alavanca para quem tem vontade de empreender e ajudar a comunidade.
Com a parceria do Sebrae, esperamos crescer cada vez mais”, disse Sebastião Brabo na ocasião da inauguração. Toda a produção inicial da fábrica foi vendida antecipadamente para clubes e supermercados de Belém. E as encomendas não param de chegar.
Além da Filé do Mangue, mais quatro unidades de beneficiamento de extração de carne de caranguejo já estão com a licença ambiental aprovada para serem construídas, também na comunidade do Treme, em Bragança.