Fabíola Bemfeito   |   03/06/2014 13:50

Como a Booking.com vê o Brasil, a concorrência, o mundo...

A Booking.com cobra caro dos hotéis de seu inventário? As OTAs estão com os dias contados? E a concorrência com o Decolar no Brasil? Esses são alguns dos temas tratados por pelos principais executivos da OTA

A Booking cobra muito caro dos hotéis que fazem parte de seu inventário? As OTAs estão com os dias contados? E a concorrência com o Decolar no Brasil? Esses foram alguns dos temas tratados pelos principais executivos da Booking.com, OTA com sede em Amsterdã, na Holanda, durante encontro com jornalistas de 16 países, que participaram do Global Media Summit da empresa em meados de maio.

O CEO Darren Huston, o CMO Paul Hennessy e a COO Gillian Tans receberam o grupo e não deixaram pergunta sem resposta, nem se mostraram intimidados por elas. Aliás, ao entrar na sede em Amsterdã, onde a empresa nasceu, jamais se imagina que há quem diga que o bom momento das OTAs pode estar com os dias contados. A Booking passa uma ideia forte de ascensão. A empresa ocupa um prédio de cinco andares em frente ao badalado canal de Amsterdã, uma das áreas mais valorizadas da cidade. E tem planos de crescer muito.

Ao apresentar o alcance mundial da companhia, o CEO Darren Huston mostra que a empresa vai muito bem no Brasil e em diversos países da Europa, além de localidades como Austrália e Nova Zelândia, tem planos de crescer bem mais nos Estados Unidos e ainda enfrenta um grande desafio na China, onde o produto tem encontrado resistências, já que o país é considerado muito resistente ao que vem de fora. “Para ser global, uma empresa precisa ser bem-sucedida nos EUA e estamos muito otimistas com os próximos anos no mercado norte-americano”, afirma Huston, que diz ainda que a Booking seguirá insistindo também na China.

BRASIL
No Brasil o otimismo também é grande, já que o modelo Booking tem feito sucesso por aqui. “Recentemente em uma das minhas viagens me perguntaram ‘você é daquela OTA do Brasil? É que todos os seus clientes são brasileiros’”, conta orgulhoso. Mas Huston conhece bem o mercado e os desafios do País. “Sabemos que o Decolar está em todos os lugares e estamos pensando em adotar uma estratégia mais efetiva de promoção para fazer frente a isso”, diz o CMO, Paul Hennessy. Ele afirma que a Booking passa por um momento de avaliação de sua estratégia promocional e que o Brasil pode ser um bom mercado teste para uma mídia que vá além da promoção on-line.

Darren Huston conta que a estratégia da Booking.com de atuar como uma empresa global data de 2005, quando a OTA foi adquirida pelo Priceline Group – a empresa foi fundada em 1996, mas em seus primeiros anos atuou mais localmente. O Decolar, a essa altura, já era bastante forte no Brasil. De qualquer forma, por conta especialmente de sua estratégia no Google, de quem a Booking é um dos maiores anunciantes globais, a empresa segue crescendo no País, que hoje já é um de seus maiores mercados mundiais. “O Google ainda é o rei da mídia para o viajante. É maior que todos nós”, diz Huston.

Porém, a Booking não tem do que reclamar. “Somos a marca líder no mundo em reserva de acomodações e a maior empresa de internet da Europa”, afirma Darren Huston. Não à toa, a empresa tem hoje 130 escritórios em 50 países. No Brasil, são três, em São Paulo, Rio de Janeiro e Natal. E vem um quarto ainda em 2014, em Porto Alegre. “Além de um mercado forte na compra de hotéis no Brasil e no mundo, a base gaúcha irá comandar a ampliação de nossa base de hotéis no Sul do País”, diz.

COMISSÃO
O executivo também afirmou que, no momento, a Booking não tem planos de vender passagens aéreas. “Na nossa essência, queremos ser o melhor canal de viagens on-line para o consumidor, então pode ser que isso aconteça um dia, mas não está nos nossos planos para breve”, continua o CEO, lembrando que o comprador de viagens na internet visita nada menos que 28 sites em média antes de viajar. “Eles não precisam fazer tudo em um mesmo lugar.”

Huston, por outro lado, diz que não há planos de se aumentar a comissão cobrada dos hotéis. “Nossa comissão é hoje entre 12% e 15%, nem mais alta, nem mais baixa, e estamos bem assim.” Respondendo sobre se o valor é alto, diz que, nessa relação, a Booking presta um serviço significativo aos hotéis. “Ajudamos a construir uma marca, traduzimos o produto para 42 idiomas, anunciamos o hotel globalmente. Quem de fato conhece sua indústria e produto está satisfeito com nosso modelo de negócio. Não é comum que propriedades nos deixem”, afirmou.

RELAÇÃO COM OS HOTÉIS
Paul Hennessy também garante que a relação da Booking com os hotéis é favorável do ponto de vista dos anúncios. “Não compramos palavras-chave no Google, por exemplo, sem autorização dos hotéis. Temos muita gente pensando nisso 24 horas por dia. Se a propriedade não quer, a gente não anuncia. Mas a maioria gosta e está satisfeita com nossa estratégia. É muito difícil para as propriedades estar em todo o mundo e a Booking faz isso por ela”, continua o executivo.

“Ainda achamos que somos a forma mais barata de gerar demanda para os hotéis. O hotel não paga nada até que o hóspede esteja lá”, acredita Hennessy. “Na essência, nossos times locais é que buscam hotéis para o inventário da Booking. Mas há algum tempo já começam a aparecer propriedades que procuram a gente e essa é uma prova dos bons resultados.”

O modelo de negócios da Booking, aliás, não concorre com o site dos hotéis, segundo o CEO Darren Huston. “Vendemos o inventário não vendido pelo hotel. Apresentar hotéis situados em destinos de esqui no verão, por exemplo. É quanto esse hotel precisa da Booking.com”, garante Huston. Ele também diz que é a popularidade com o consumidor que determina o sucesso da empresa. “Por isso investimos tanto na experiência do usuário. Queremos que o hóspede seja fiel à Booking porque teve a melhor experiência on-line”, diz.


*Fonte: O PanHotéis viajou a convite da Booking.com com hospedagem no Art´ohotel e assistência internacional GTA

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