Fabíola Bemfeito   |   27/03/2013 16:53

Stephen Kannitz dá dicas para os hoteleiros no Conotel

Com uma palestra que tinha como tema a classe média, o consultor Stephen Kannitz usou a última plenária do Conotel, que termina hoje em São Paulo, para, de forma descontraída, dar dicas para os hoteleiros presentes ao evento. A palestra acabou tendo bom público, enchendo o auditório principal do eve

Com uma palestra que tinha como tema a classe média, o consultor Stephen Kannitz (foto) usou a última plenária do Conotel, que termina hoje em São Paulo, para, de forma descontraída, dar dicas para os hoteleiros presentes ao evento. A palestra acabou tendo bom público, enchendo o auditório principal do evento no Transamérica Expo Center.

“Seus funcionários não estão no ramo de hotelaria. Vocês estão. Eles têm de saber que estão no ramo da diversão – os hóspedes querem, antes de tudo, se divertir”, disse, referindo aos empreendimentos de lazer. “Aliás, uma observação que fiz nesses meus anos como consultor é que a maioria das pessoas odeia servir. Por isso, vocês precisam procurar funcionários que gostam de servir, que já tenham sido voluntários. E que sorriam. Se não sorrir, gente, não serve para trabalhar na hotelaria. Também não dá para ensinar ninguém a sorrir”, continuou.

Kannitz ressaltou que ter internet de qualidade, rápida, funcionando sem burocracia – sem `papelzinho com senha na recepção´ – não tem de ser prerrogativa só dos empreendimentos voltados para o mercado corporativo. Segundo ele, os hotéis de lazer, com essa geração que vive conectada, se não tiver qualidade de conexão estão perdidos. “Filhos e pais têm de ter uma boa experiência.”

Segundo ele, classe média é o consumidor que consegue poupar 10% da renda e rico o que consegue economizar 35% da renda. “Depois de alguns anos, quando consegue economizar alguns salários, a nova classe média começa a pensar em viagens e férias”, afirmou. “Também questiono esse conceito de um mês de férias, que deveriam acontecer em vários períodos de uma semana, por exemplo.” E continuou: “as novas gerações vão integrar trabalho e diversão de uma forma muito mais inteligente que nós”, garantiu.

Kannitz disse que vê como uma grande tendência fora do Brasil, mas ainda pouco explorada aqui, a concepção de empreendimentos voltados para nichos ou grupos étnicos, como os hotéis para o mercado LGBT, para a terceira idade ou para japoneses, por exemplo. “Não é que vocês vão excluir público, mas esses segmentos precisam se sentir muito confortáveis no seu hotel. E o empreendimento vira referência”, afirmou.

Ele também questionou a promoção brasileira. “Não são vocês que têm de promover o Brasil, o governo que tem de fazer isso”, afirmou, usando o exemplo da Índia e a campanha Incredible India. “É um horror, nossos filmes só falam de violência, favela, pobreza. A Índia, pelo menos, falou do pobre que deu certo, lembrando o filme “Quem quer ser um milionário?”, de 2008, que tinha o país asiático como pano de fundo.

No final, ele falou do que chamou de “Tese da Dilma”. Segundo o palestrante, com os juros mais baixos, briga comprada pela presidente, o que reduzirá o custo do capital social, pessoas e empresas poderão investir em segmentos com ganhos pequenos. "Hoje fica difícil, já que qualquer projeto com retorno menor que 13%, 14% e até 19% fica inviável. Para que ter o risco, se posso ganhar isso sem esforço?", questionou. “Com a questão resolvida, vamos crescer muito e de forma sustentada. Vocês estão no país certo, no setor certo em um ano histórico. Aproveitem”, concluiu.

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