Hoteleiros trabalham por capacitação com incentivo fiscal
Em 2009, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa de 2014 a discussão girava em torno da capacidade hoteleira. Quatro anos depois, o foco é outro: a falta mão de obra qualificada no mercado
Em 2009, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa de 2014 a discussão girava em torno da capacidade hoteleira. Quatro anos depois e com número de leitos exigidos pela Fifa já atingidos, o foco é outro: falta mão de obra qualificada no mercado. O tema em questão foi levantado pelas principais entidades hoteleiras do País e levado para a Fifa.
No início do mês, representantes do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) se reuniram com o chefe de acomodação da Copa 2014 da Fifa, Enrique Byrom, e trouxeram o problema à tona.
“Até 2014 cerca de 200 novos hotéis de associados do Fohb serão construídos. São R$ 7 bilhões que estão sendo aplicados e a falta de mão de obra qualificada é um risco sério a estes investimentos”, ressaltou Byrom. “Problemas sempre existiram nos países que recebem um evento como a Copa do Mundo, cabe ao organizador encontrar meios para sanar estas dificuldades. O Brasil já tem 848 hotéis listados. Neste quesito a hotelaria está muito avançada, cabe agora capacitar sua mão de obra para que os visitantes possam ser bem recebidos”, afirma.
IMPOSTO DE RENDA
Desde que o Brasil foi anunciado como país-sede, diversos programas de capacitação foram criados, a maioria por órgãos públicos. No entanto, não são exclusivos para setores da hotelaria. Rotter assume que entidades como o Fohb e os próprios hotéis poderiam promover cursos de qualificação, mas pede uma contrapartida do governo. “Um hotel que investisse em treinamento, por exemplo, poderia ter algum tipo de desconto no Imposto de Renda, tal qual é feito na Europa e Estados Unidos”, exemplifica.
Enquanto a solução não chega, redes hoteleiras que estão investindo no País vão encontrando dificuldades. A Atlantica Hotels, por exemplo, prevê 11 novos hotéis este ano no Brasil – dois serão inaugurados ainda este mês -, e não está sendo fácil contratar funcionários. “Infelizmente não há mão de obra especializada à disposição. Para um hotel que está sendo inaugurado, precisamos contratar com antecedência e fazer um treinamento intensivo para que no dia da abertura o colaborador esteja apto a trabalhar em um hotel da nossa rede. Não é fácil!”, diz a vice-presidente de Vendas e Marketing da Atlantica Hotels, Annie Morrissey.
Na rede Accor a situação é parecida. O CEO para América Latina, Roland de Bonadona, afirma que para funções como mensageiros ou camareiras a busca é intensa. “Como a economia está aquecida há muita rotatividade e isso prejudica muito nossos empreendimentos, mas é um desafio bom de lidar, pois temos que aprender a sair dessa situação”.
IMPORTAR MÃO DE OBRA?
O Governo Federal já está ciente do problema e por meio do Ministério do Turismo solicitou que as entidades hoteleiras apresentassem propostas para melhorar a situação. Entre as medidas sugeridas está a flexibilização da legislação. “Algumas medidas como terceirizar a mão de obra operacional, hoje proibida por lei, poderiam ajudar na solução do problema. As negociações estão sendo feitas, mas tudo é muito lento”, criticou o presidente do Fohb.
Uma das ideias defendidas por Rotter é importar a mão de obra, uma alternativa pontual para ser feita apenas no período dos jogos. “Em 2014 o Brasil deve receber 6,7 milhões de turistas estrangeiros. É um milhão a mais de visitantes que o País recebe anualmente. Trazer mão de obra estrangeira é uma alternativa em paralelo para que os hotéis possam atender de forma eficaz, afinal queremos que estes turistas voltem ao Brasil nos anos seguintes”, complementa, dando como exemplo a Espanha, país que está com desemprego acima da média e já possui mão de obra qualificada.
A bola está com o governo federal, que para atender a demanda da hotelaria precisa flexibilizar as leis vigentes. Tudo isso em pouco mais de 450 dias para o início do maior torneio de futebol do mundo.
PREÇOS DEFINIDOS
A Fifa já tem em seu catálogo uma relação com pouco mais de 800 hotéis listados como aptos para receber turistas para a Copa 2014. Desses, 602 já têm seus preços definidos. “O restante estamos em negociação, mas novos hotéis podem vir a fazer parte desta lista”, adiantou Enrique Byrom, o executivo de acomodação para a Copa 2014 da Fifa.
Com experiência de cinco torneios no currículo, Byrom lembra que o Brasil está em ritmo avançado no quesito hospedagem. “A África do Sul chegou aos jogos de 2010 com 55 mil leitos. Se conseguirmos negociar as tarifas com todos os hotéis listados teremos 60 mil quartos à disposição espalhados pelo Brasil”, afirma.
O dirigente lembra que os preços que estão sendo cobrados são compatíveis com as tarifas oferecidas no exterior. “A hotelaria brasileira tem cooperado muito com a Match Services (empresa da Fifa responsável por fornecer entre outras coisas acomodação)”.
No início do mês, representantes do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) se reuniram com o chefe de acomodação da Copa 2014 da Fifa, Enrique Byrom, e trouxeram o problema à tona.
“Até 2014 cerca de 200 novos hotéis de associados do Fohb serão construídos. São R$ 7 bilhões que estão sendo aplicados e a falta de mão de obra qualificada é um risco sério a estes investimentos”, ressaltou Byrom. “Problemas sempre existiram nos países que recebem um evento como a Copa do Mundo, cabe ao organizador encontrar meios para sanar estas dificuldades. O Brasil já tem 848 hotéis listados. Neste quesito a hotelaria está muito avançada, cabe agora capacitar sua mão de obra para que os visitantes possam ser bem recebidos”, afirma.
IMPOSTO DE RENDA
Desde que o Brasil foi anunciado como país-sede, diversos programas de capacitação foram criados, a maioria por órgãos públicos. No entanto, não são exclusivos para setores da hotelaria. Rotter assume que entidades como o Fohb e os próprios hotéis poderiam promover cursos de qualificação, mas pede uma contrapartida do governo. “Um hotel que investisse em treinamento, por exemplo, poderia ter algum tipo de desconto no Imposto de Renda, tal qual é feito na Europa e Estados Unidos”, exemplifica.
Enquanto a solução não chega, redes hoteleiras que estão investindo no País vão encontrando dificuldades. A Atlantica Hotels, por exemplo, prevê 11 novos hotéis este ano no Brasil – dois serão inaugurados ainda este mês -, e não está sendo fácil contratar funcionários. “Infelizmente não há mão de obra especializada à disposição. Para um hotel que está sendo inaugurado, precisamos contratar com antecedência e fazer um treinamento intensivo para que no dia da abertura o colaborador esteja apto a trabalhar em um hotel da nossa rede. Não é fácil!”, diz a vice-presidente de Vendas e Marketing da Atlantica Hotels, Annie Morrissey.
Na rede Accor a situação é parecida. O CEO para América Latina, Roland de Bonadona, afirma que para funções como mensageiros ou camareiras a busca é intensa. “Como a economia está aquecida há muita rotatividade e isso prejudica muito nossos empreendimentos, mas é um desafio bom de lidar, pois temos que aprender a sair dessa situação”.
IMPORTAR MÃO DE OBRA?
O Governo Federal já está ciente do problema e por meio do Ministério do Turismo solicitou que as entidades hoteleiras apresentassem propostas para melhorar a situação. Entre as medidas sugeridas está a flexibilização da legislação. “Algumas medidas como terceirizar a mão de obra operacional, hoje proibida por lei, poderiam ajudar na solução do problema. As negociações estão sendo feitas, mas tudo é muito lento”, criticou o presidente do Fohb.
Uma das ideias defendidas por Rotter é importar a mão de obra, uma alternativa pontual para ser feita apenas no período dos jogos. “Em 2014 o Brasil deve receber 6,7 milhões de turistas estrangeiros. É um milhão a mais de visitantes que o País recebe anualmente. Trazer mão de obra estrangeira é uma alternativa em paralelo para que os hotéis possam atender de forma eficaz, afinal queremos que estes turistas voltem ao Brasil nos anos seguintes”, complementa, dando como exemplo a Espanha, país que está com desemprego acima da média e já possui mão de obra qualificada.
A bola está com o governo federal, que para atender a demanda da hotelaria precisa flexibilizar as leis vigentes. Tudo isso em pouco mais de 450 dias para o início do maior torneio de futebol do mundo.
PREÇOS DEFINIDOS
A Fifa já tem em seu catálogo uma relação com pouco mais de 800 hotéis listados como aptos para receber turistas para a Copa 2014. Desses, 602 já têm seus preços definidos. “O restante estamos em negociação, mas novos hotéis podem vir a fazer parte desta lista”, adiantou Enrique Byrom, o executivo de acomodação para a Copa 2014 da Fifa.
Com experiência de cinco torneios no currículo, Byrom lembra que o Brasil está em ritmo avançado no quesito hospedagem. “A África do Sul chegou aos jogos de 2010 com 55 mil leitos. Se conseguirmos negociar as tarifas com todos os hotéis listados teremos 60 mil quartos à disposição espalhados pelo Brasil”, afirma.
O dirigente lembra que os preços que estão sendo cobrados são compatíveis com as tarifas oferecidas no exterior. “A hotelaria brasileira tem cooperado muito com a Match Services (empresa da Fifa responsável por fornecer entre outras coisas acomodação)”.