Da Redação   |   19/09/2015 10:59

Artigo: Sergio Pasqualin fala sobre Portinari, guerra e paz

Neste último dia 08 de setembro, tive a oportunidade de presenciar o evento da entrega dos famosos painéis de Portinari, Guerra e Paz, sendo devolvidos ao seu lugar de origem, o Hall de entrada da Assembleia Geral da Onu

O presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Sergio Pasqualin (foto), enviou artigo para o Portal PANROTAS para comentar sobre os famosos painéis Guerra e Paz, de Portinari, que não só foram objetivo de um trabalho minucioso de restauração por parte do governo brasileiro, como também são capazes de gerar reflexão imediata por sua profundidade e relevância para o atual momento da sociedade.

Leia o artigo abaixo na íntegra.

Guerra e Paz - Portinari

Neste último dia 8 de setembro, tive a oportunidade de presenciar o evento da entrega dos famosos painéis de Portinari, Guerra e Paz, sendo devolvidos ao seu lugar de origem, o Hall de entrada da Assembleia Geral da ONU.

Em 2007, a ONU decidiu fazer uma reforma em suas instalações e este fato inspirou o Projeto Portinari a convencer o governo brasileiro em trazer os painéis para o Brasil, com a finalidade de restaurá-los e também fazer uma mostra em várias cidades, bem como no Exterior, pois o local que está exposto na ONU só têm acesso os delegados e convidados, portanto sem público.

Finalmente, em 2010, este projeto tornou-se realidade por meio de esforços conjuntos entre governo e iniciativa privada, trazendo ao Brasil a famosa obra de arte de Cândido Portinari, que é parte das quase cinco mil do acervo do artista, falecido em 1962, aos 58 anos de idade.

Além de toda história que cerca este monumento da arte contemporânea, iniciado em 1952 e terminado em 1956, retratando naquela época os infortúnios dos contrastes entre a guerra e a paz, o que aconteceu neste dia 8 de setembro de 2015, no plenário da Assembleia Geral da ONU, foi um outro marco importante que, sem sombras de dúvidas, dará continuidade nesta brilhante história da obra de Portinari.

O Projeto Portinari, capitaneado por seu filho João Carlos Portinari, marcou o momento desta devolução, por meio de uma produção simplesmente única, preparada para este evento. Criada pela artista brasileira Bia Lessa, demonstrou toda sua capacidade e criatividade com uma pesquisa envolvendo nomes emblemáticos da história da humanidade, desenvolvendo um dramático apelo a algo necessário e desejado pelo homem e, na mesma intensidade, desdenhado pelo mesmo homem: a tão sonhada paz retratada por Portinari que, para demonstrá-la, precisou retratar a guerra.

Quando cito que este momento foi um significativo marco que se unira à arte de Portinari, quero me referir ao embaixador do Brasil na ONU, Patriota por ter sustentado a apresentação do roteiro criado por Bia Lessa, que, por sua vez, conseguiu demonstrar em 21 capítulos a capacidade que o homem teve de criar coisas boas que foram sendo desvirtuadas para o mal, causando grandes catástrofes à humanidade, sendo que um dos pontos mais críticos atualmente é a questão da sustentabilidade. Conseguimos estragar o nosso planeta.

O que chama a atenção é a forma como isto foi demonstrado dentro de uma casa onde convivem todas as nações, com suas religiões e culturas diferentes, com momentos tão difíceis pelos quais vários países estão passando. E o projeto teve o atrevimento e a provocação de mostrar, de uma maneira inteligente, coisas agressivas sob a ótica de algumas culturas, porém retratando uma realidade atual que sempre existiu em nossa história, a desigualdade que instiga o contraste pintado por Portinari em 1956 - Guerra e Paz.

Como proposta final, apresentação da Bia Lessa convida todos a refletir: paz é o projeto.

Por aqui, a Academia Brasileira de Eventos e Turismo também trabalha pelo fio condutor da paz, a educação, que desperta o interesse por novas culturas e relacionamentos pessoais e de negócios. E este é um dos motivos que nos inspira a acompanhar de perto e admirar iniciativas como esta do Projeto Portinari, muito bem apoiadas e endossadas pela ONU na figura de seu embaixador brasileiro, Antônio Patriota.

(*) Sergio Medina Pasqualin é presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.

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