Rodrigo Vieira   |   04/05/2016 13:05

Travelweek: crise transforma valores de viagens de luxo

O resgate de valores simples é um dos principais componentes na classificação de luxo nos dias atuais, e esse fator é ainda mais intensificado em tempos de crise econômica e política. Essa é a opinião do diretor da Travelweek by ILTM, Simon Mayle, que vê o Brasil seguindo a tendência internacional


Emerson Souza
Simon Mayle, da Travelweek

O resgate de valores simples é um dos principais componentes na classificação de luxo nos dias atuais, e esse fator é ainda mais intensificado em tempos de crise econômica e política. Essa é a opinião do diretor da Travelweek by ILTM, Simon Mayle, que vê o Brasil seguindo a tendência internacional no setor de viagens de alto padrão. Segundo ele, dividir mais tempo com a família, prestigiar as raízes e procurar destinos e hospedagens que proporcionem bem-estar são experiências indispensáveis a se considerar em um roteiro luxuoso.

“Quando a crise estourou em outros países do mundo, essa foi a tendência. Ser simples, desestressar, ter mais tempo para si mesmo e para a família foram os propósitos mais buscados entre os viajantes. Agora o mercado de luxo no Brasil está passando por essa transformação de valores. O material deu espaço ao subjetivo. As viagens para se reenergizar, lavar a alma, estão demonstrando muito crescimento”, aponta Mayle, mas com ressalvas. “Claro que não estamos falando de destinos e hotéis massivos. O luxo segue sendo composto por viagens exclusivas, para pessoas com educação e de cabeça aberta, mas o ponto central não é mais o financeiro, e sim a experiência.”

Tempo, propósito, bem-estar e conhecimento são a chave para uma viagem baseada em experiências ser bem sucedida, na opinião do especialista, que cita Inhotim (MG) e Foz do Iguaçu (PR) como destinos brasileiros exemplares na entrega desse conceito. Segundo Mayle, não adianta o produto ser bonito ou luxuoso, é necessário saber entregar.

“Inhotim é um lugar maravilhoso que oferece uma experiência cultural muito acima dos destinos de massa. É um destino para alimentar a alma de conhecimento. Foz do Iguaçu é outro case positivo para o Turismo de luxo no Brasil. Possui hotéis adequados em termos de serviço e infraestrutura e, claro, a cidade soube se aproveitar da beleza natural que tem”, afirmou. “Saber entregar de maneira diferente da convencional faz toda diferença.”

MESMO TAMANHO

Emerson Souza
Relógio apita a cada cinco minutos para troca de reuniões
A Travelweek Sao Paulo 2016 deverá permanecer estável na comparação com o ano passado: cerca de 1.150 visitantes únicos devem circular pelo Pavilhão da Bienal até sexta-feira (6). São 465 expositores de 63 países, além de 425 buyers de 11 países (25 cidades brasileiras e 43 latino-americanas). Mais de 19 mil reuniões estão pré-agendadas, cada uma com duração de cinco minutos.

“Seguimos buscando qualidade, e não quantidade. Escolhemos a dedo nossos participantes conforme as tendências do mercado de luxo”, apontou o diretor, ainda revelando as particularidades do evento em 2016. “Houve um aumento muito grande de destinos que de certa forma mexem com a raíz do brasileiro. Portugal, por exemplo, é um dos grandes destaques, com 37 expositores. Colômbia e Peru também fortalecem essa lista. Aliás, o Turismo de luxo vem crescendo muito aqui na América do Sul. A alta do dólar tem relação, mas isso é muito bom pois esses destinos mostram seu potencial. É o mesmo caso do Brasil diante de países do Exterior.”

A Travelweek Sao Paulo by ILTM 2017 será realizada de 25 a 28 de abril, também na Bienal.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados