Número de estrangeiros pode ter queda na Copa 2014
DA AGÊNCIA BRASIL O sucesso turístico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que atraiu 2 milhões de visitantes e injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio de Janeiro, dificilmente deve se repetir nos dois
DA AGÊNCIA BRASIL
O sucesso turístico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que atraiu dois milhões de visitantes e injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio de Janeiro, dificilmente deve se repetir nos dois próximos grandes eventos que ocorrerão no País, segundo especialistas. O número de visitantes estrangeiros nas principais cidades turísticas do País deve registrar queda, na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, em relação a anos normais. A retração é esperada porque os megaeventos esportivos atraem público específico. O visitante normal, defendem eles, desiste de viajar para evitar preços altos e escapar da movimentação.
“Os grandes eventos são marcados pela interação de dois efeitos opostos. Por um lado, atraem um tipo determinado de turista. Só que simultaneamente afastam o turista regular, que quer fugir da confusão, da alta generalizada de preços e da piora na qualidade dos serviços”, diz o vice-presidente de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi.
Ele lembra que essa situação ocorreu na Olimpíada de Londres, no ano passado. De acordo com a prefeitura da capital britânica, 900 mil turistas passaram pela cidade durante os jogos, dos quais 300 mil estrangeiros e 600 mil britânicos. Considerando apenas os visitantes internacionais, a queda chega a 75% em relação a 2010, quando 1,2 milhão de turistas de outros países visitaram a cidade por mês.
O vice-presidente da Abav acredita
que o cenário deve se repetir na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Ele, no entanto, acredita que a queda no volume de turistas estrangeiros no País será menor e variará de 20% a 30% em relação a um ano normal. “A queda deve ser menor porque muitos turistas latino-americanos vão aproveitar a distância menor para visitar o Brasil durante esses eventos. Já temos informações de que haverá uma grande quantidade de mexicanos no Brasil durante a Copa”, ressalta.
Gerente financeiro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Flávio Borges também considera bastante provável a queda no total de visitantes estrangeiros no País durante a Copa e os Jogos Olímpicos. “Um evento de grande porte está longe de ser garantia de sucesso em número de viajantes. As experiências recentes mostram que isso ocorre principalmente nas cidades que costumam atrair grande quantidade de turistas, como Rio, e eventos de negócios, como São Paulo.”
Vinculado à Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o SPC Brasil divulgou recentemente uma pesquisa sobre a Copa das Confederações. Segundo o levantamento, 85% dos torcedores que foram aos estádios moravam no mesmo estado das partidas. Os entrevistados ficaram divididos em relação à possibilidade de o tipo de público mudar na Copa do Mundo, com redução de torcedores locais: 52% disseram que sim; 48%, não.
Apesar das dúvidas sobre a capacidade de atração de turistas, o gerente financeiro do SPC Brasil diz que uma eventual diminuição no número de visitantes estrangeiros não deve servir de desânimo para o comércio e o turismo. Para ele, os benefícios sobre a economia brasileira só deverão ser sentidos após os eventos, desde que o país consiga projetar positivamente a imagem no exterior.
“O número de turistas estrangeiros na África do Sul caiu na Copa do Mundo, mas subiu nos anos seguintes porque o país se beneficiou da divulgação e entrou na rota do turismo internacional. A Copa pode deixar esse legado para o Brasil, mas o país precisa conduzir bem o evento e os comerciantes e prestadores de serviços precisam se preparar”, aconselha.
Sobre a injeção de dinheiro proporcionada pela JMJ, Borges diz que o sucesso econômico do evento só ocorreu por causa do número elevado de turistas que chegaram ao Rio atraídos pelo carisma do papa Francisco. “Os peregrinos são um tipo diferenciado de turista, que fica hospedado em residências e gasta praticamente tudo em alimentação. Não tem como comparar a JMJ, que tem o apelo de um líder religioso, a eventos esportivos.”
Dados divulgados na quinta-feira (1º) pelo Ministério do Turismo mostram que a imagem da cidade do Rio de Janeiro melhorou para turistas brasileiros e estrangeiros depois da JMJ. O resultado é que a maioria dos visitantes de fora (92,1%) e turistas brasileiros (96,1%) pretende retornar à capital fluminense. No total, 3,1 mil brasileiros e 1.350 estrangeiros de 175 países contaram suas impressões sobre a infraestrutura turística da cidade do Rio.
“Os resultados da pesquisa mostram que o evento foi positivo. As avaliações apontam que o Rio de Janeiro foi aprovado como local para realização de megaeventos, especialmente na rua. Essas considerações também são muito importante para o desenho do futuro religioso do país”, explica o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes.
O sucesso turístico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que atraiu dois milhões de visitantes e injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio de Janeiro, dificilmente deve se repetir nos dois próximos grandes eventos que ocorrerão no País, segundo especialistas. O número de visitantes estrangeiros nas principais cidades turísticas do País deve registrar queda, na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, em relação a anos normais. A retração é esperada porque os megaeventos esportivos atraem público específico. O visitante normal, defendem eles, desiste de viajar para evitar preços altos e escapar da movimentação.
“Os grandes eventos são marcados pela interação de dois efeitos opostos. Por um lado, atraem um tipo determinado de turista. Só que simultaneamente afastam o turista regular, que quer fugir da confusão, da alta generalizada de preços e da piora na qualidade dos serviços”, diz o vice-presidente de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi.
Ele lembra que essa situação ocorreu na Olimpíada de Londres, no ano passado. De acordo com a prefeitura da capital britânica, 900 mil turistas passaram pela cidade durante os jogos, dos quais 300 mil estrangeiros e 600 mil britânicos. Considerando apenas os visitantes internacionais, a queda chega a 75% em relação a 2010, quando 1,2 milhão de turistas de outros países visitaram a cidade por mês.
O vice-presidente da Abav acredita
que o cenário deve se repetir na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Ele, no entanto, acredita que a queda no volume de turistas estrangeiros no País será menor e variará de 20% a 30% em relação a um ano normal. “A queda deve ser menor porque muitos turistas latino-americanos vão aproveitar a distância menor para visitar o Brasil durante esses eventos. Já temos informações de que haverá uma grande quantidade de mexicanos no Brasil durante a Copa”, ressalta.
Gerente financeiro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Flávio Borges também considera bastante provável a queda no total de visitantes estrangeiros no País durante a Copa e os Jogos Olímpicos. “Um evento de grande porte está longe de ser garantia de sucesso em número de viajantes. As experiências recentes mostram que isso ocorre principalmente nas cidades que costumam atrair grande quantidade de turistas, como Rio, e eventos de negócios, como São Paulo.”
Vinculado à Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o SPC Brasil divulgou recentemente uma pesquisa sobre a Copa das Confederações. Segundo o levantamento, 85% dos torcedores que foram aos estádios moravam no mesmo estado das partidas. Os entrevistados ficaram divididos em relação à possibilidade de o tipo de público mudar na Copa do Mundo, com redução de torcedores locais: 52% disseram que sim; 48%, não.
Apesar das dúvidas sobre a capacidade de atração de turistas, o gerente financeiro do SPC Brasil diz que uma eventual diminuição no número de visitantes estrangeiros não deve servir de desânimo para o comércio e o turismo. Para ele, os benefícios sobre a economia brasileira só deverão ser sentidos após os eventos, desde que o país consiga projetar positivamente a imagem no exterior.
“O número de turistas estrangeiros na África do Sul caiu na Copa do Mundo, mas subiu nos anos seguintes porque o país se beneficiou da divulgação e entrou na rota do turismo internacional. A Copa pode deixar esse legado para o Brasil, mas o país precisa conduzir bem o evento e os comerciantes e prestadores de serviços precisam se preparar”, aconselha.
Sobre a injeção de dinheiro proporcionada pela JMJ, Borges diz que o sucesso econômico do evento só ocorreu por causa do número elevado de turistas que chegaram ao Rio atraídos pelo carisma do papa Francisco. “Os peregrinos são um tipo diferenciado de turista, que fica hospedado em residências e gasta praticamente tudo em alimentação. Não tem como comparar a JMJ, que tem o apelo de um líder religioso, a eventos esportivos.”
Dados divulgados na quinta-feira (1º) pelo Ministério do Turismo mostram que a imagem da cidade do Rio de Janeiro melhorou para turistas brasileiros e estrangeiros depois da JMJ. O resultado é que a maioria dos visitantes de fora (92,1%) e turistas brasileiros (96,1%) pretende retornar à capital fluminense. No total, 3,1 mil brasileiros e 1.350 estrangeiros de 175 países contaram suas impressões sobre a infraestrutura turística da cidade do Rio.
“Os resultados da pesquisa mostram que o evento foi positivo. As avaliações apontam que o Rio de Janeiro foi aprovado como local para realização de megaeventos, especialmente na rua. Essas considerações também são muito importante para o desenho do futuro religioso do país”, explica o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes.