Leonardo Ramos   |   09/05/2017 08:34

Turismo está matando cidades, diz Marketing de Amsterdã

Para diretor de marketing de Amsterdã, Frans Van der Avert, empresas de baixo custo como Ryanair e Airbnb aumentam a pressão do Turismo, que estaria destruindo cidades históricas na Europa; veja

Diego Verticchio
“As cidades estão morrendo pelo Turismo”. A incisiva opinião foi expressa pelo diretor executivo de Marketing de Amsterdã, Frans Van der Avert, ao Fórum Mundial de Turismo em Lucerna, na Suíça. Segundo ele, a pressão desta indústria, causada principalmente por empresas de baixo custo como a Ryanair e a Airbnb, estaria destruindo as cidades históricas da Europa, e que se isso continuar, “ninguém mais viverá nos centros históricos”.

Para Van der Avert, é alarmante que Amsterdã, com 800 mil habitantes, receba cerca de 17 milhões de visitantes por ano, mais de 20 vezes a sua população. "Nós não queremos ter mais pessoas. Queremos aumentar a qualidade dos visitantes, queremos as pessoas que estão interessadas na cidade, não as que a querem apenas como um pano de fundo para festas”, reclama. “Vemos muitos visitantes sem respeito pelo caráter da cidade. As operadoras de baixo custo criam um problema”, completou, citando a Ryanair como exemplo.

Ele identificou Praga, Dubrovnik e Barcelona como cidades afetadas de forma semelhante, e alertou ainda que a indústria do segmento já está enfrentando uma reação de moradores dessas cidades, o que pode inclusive culminar em novas políticas referentes ao Turismo, em um futuro próximo. A mesma linha opinativa seguiram alguns líderes participantes do Global Summit do WTTC 2017, que teve cobertura do Jornal PANROTAS, e você pode conferir aqui.

AIRBNB É UMA DAS CULPADAS
Uma das críticas de Van der Avert é ao Airbnb e plataformas similares: “A economia de compartilhamento é realmente uma grande ameaça. O Airbnb é uma empresa de bilhões de dólares que está destruindo cidades", clamou, reclamando que muita importância é dada aos visitantes, enquanto os negócios e moradores da cidade acabam ficando espremidos.

MEDIDAS CONTRA SUPERLOTAÇÃO

O executivo lembra ainda que a prefeitura de Amsterdã já introduziu mais de 70 medidas para combater a superlotação causada pelas viagens, como o fechamento do terminal de cruzeiros na cidade e a decisão de não se construir mais hotéis.

“O Marketing de Amsterdã trabalha para residentes, empresas e visitantes. Acreditamos que tem de haver um equilíbrio, a cidade tem de ser habitável. Mas esse equilíbrio está se esvaindo”, concluiu.

BARCELONA NA MESMA SITUAÇÃO
Em janeiro deste ano, a cidade de Barcelona, citada por Van der Avert, também adotou medidas legais para conter a alta de Turismo, tornando ilegal o surgimento de novos hotéis em sua região central.


*Fonte: Travel Weekly

conteúdo original: http://bit.ly/2ps0QHn

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