Henrique Santiago   |   13/05/2015 11:14

Copa América: conheça os estádios onde o Brasil vai jogar

Estádios em Santiago e Temuco são repletos de história

SANTIAGO E TEMUCO (CHILE) - As preparações para a Copa América 2015, realizada no Chile entre 11 de junho e 4 de julho, estão quase finalizadas. Com ingressos esgotados, o Brasil estreará pelo grupo C no Estádio Municipal Germán Becker, em Temuco, no domingo, 14, contra o Peru, em busca do nono troféu do torneio continental. Na quarta-feira, 17, a seleção canarinho enfrentará a Colômbia no Estádio Monumental David Arellano, na capital do país, Santiago. Por fim, a equipe comandada por Dunga encerrará a primeira fase no mesmo estádio, contra a Venezuela. Passando para a segunda fase, o Brasil jogará em outros estádios das oito cidades-sede e pode retornar a Temuco nas quartas-de-final.

Os interessados em futebol e até os que só seguem o esporte pela emoção de um torneio fazem suas apostas, mas fica uma pergunta no ar: quem foi Germán Becker? E David Arellano? Por que eles emprestam seus nomes a esses estádios? Por trás da bola há uma história rica e por vezes comovente, algo que o futebol promove com maestria.

A aprazível casa de futebol de Temuco, nome que remete ao dialeto mapuche “água do temu", uma árvore típica do país, ganhou vida devido à iniciativa do prefeito da cidade, German Becker, que levou o projeto a sério por anos e o inaugurou oficialmente sob o nome Estadio Municipal de Temuco em 13 de agosto de 1965. Com capacidade original para 30 mil espectadores, o espaço foi remodelado ao longo dos anos, tendo inclusive levado o nome de seu mentor em 1993. Já em 2008, o estádio passou por uma reforma de cerca de US$ 30 milhões, com a implantação de novos assentos, gramado, entre outros benefícios, como forma de se modernizar e adequar ao padrão Fifa para receber o campeonato mundial feminino de futebol organizado pela entidade máxima do esporte. Hoje, o jovem estádio recebe 18,5 mil torcedores e vai ser um dos grandes palcos da Copa da América.

Para falar do Monumental, a casa do tradicional Colo-Colo, é preciso voltar nas primeiras décadas do século 20. O nome remete ao jogador e membro-fundador do clube, o jovem David Arellano, que, junto com outros atletas, fundou o clube em 1925 com a ideia de valorizar as raízes indígenas do Chile, em especial a tribo mapuche, pois o esporte naquela era época era muito elitizado, com times e seus nomes valorizando a língua inglesa.

Menos de dois anos após trazer a cultura de seu país ao futebol em campo, o fundador e capitão do Colo-Colo faleceu aos 24 anos após uma disputa de bola em que resultou em um forte golpe em seu estômago, o que o levou a uma peritonite e, posteriormente, à morte. Em agradecimento aos esforços que excederam as quatro linhas do campo, a equipe carrega em sua camisa uma faixa preta acima do logotipo, o qual ao longo dos anos passou a ostentar a figura e a força de um índio mapuche. Aliás, o nome “Colo-Colo” remete à palavra “kod-kod”, que significa gato dos pampas.

O Colo-Colo, porém, só foi projetar seu próprio estádio no fim da década de 1950 com ambição para ser o “segundo Maracanã’. Considerado um dos principais espaços para receber a Copa do Mundo no Chile, em 1962, a natureza redesenhou a história com o terremoto ocorrido no país dois anos antes, o qual devastou o país e sua população. O Brasil se sagrou bicampeão do mundial, mas o Monumental só foi aberto em 1975.

Com sérios problemas de infraestrutura, a casa foi fechada, restaurada e reaberta somente em 1989, onde desde então a equipe manda seus jogos. Atualmente, a capacidade do Estadio Monumental David Arellano é de 47.075 torcedores. Toda essa história pode ser vista, contada e guiada no museu do estádio, inaugurado em 5 de junho, data que marca o aniversário do título da Copa Libertadores, em 1991.

Brasil? Chile? Argentina? Independentemente do vencedor, a única certeza é que o público será o grande beneficiado ao presenciar a história assim que a bola rolar na Copa América 2015.

Confira abaixo fotos de ambos os estádios.

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