Maria Izabel Reigada   |   23/11/2009 16:51

Abremar questiona cota de cabines proposta por deputado

O presidente da Abremar, Ricardo Amaral, enviou carta ao Site PANROTAS e ao deputado federal Otávio Leite comentando a coluna Olhar Político, que o parlamentar publica no Jornal PANROTAS.

O presidente da Abremar, Ricardo Amaral, enviou carta ao Site PANROTAS e ao deputado federal Otávio Leite comentando a coluna Olhar Político, que o parlamentar publica no Jornal PANROTAS. Os comentários referiam-se à coluna publicada no JP 887, na qual o deputado sugeriu ações para formalizar o segmento dos cruzeiros marítimos dentro da cadeia turística brasileira. Entre elas, Otávio Leite incluiu a possibilidade de estabelecer cota de cabines para ocupação por turistas estrangeiros, nos cruzeiros pelo Brasil.

“É preciso reconhecer que falta uma legislação transparente, que impeça a dúbia interpretação, enquanto restam regras conflitantes que geram algos custos e entraves operacionais”, diz no comunicado Ricardo Amaral. “A Abremar reconhece as boas intenções do nobre deputado, mas acredita que a criação de cota mínima para trazer turistas do Exterior não é o melhor caminho para atrair empresas e cruzeiristas. Seria uma medida inédita no mundo em termos de destinos turísticos e nada renderia ao País”, alerta. Leia, abaixo, a íntegra da carta:


“Exmo. Sr.
Deputado Federal Otávio Leite
DD Membro da Comissão de Turismo e Desportos - CTD

A Abremar – Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas defende o debate técnico e a regulamentação como primordiais para o desenvolvimento da atividade de cruzeiros marítimos no País. Neste sentido, vem trabalhando para mostrar às autoridades quais os gargalos que comprometem o potencial turístico brasileiro, inclusive com apresentação na CTD, Comissão da qual o nobre deputado participa com destaque e liderança.

Como entidade representativa do setor, a Abremar está pronta para colaborar com todos os aspectos que dizem respeito ao desenvolvimento do turismo náutico no País. É preciso reconhecer que falta uma legislação transparente, que impeça a dúbia interpretação, enquanto restam regras conflitantes que geram altos custos e entraves operacionais. Prejudicam, principalmente o turista.

Os cruzeiros marítimos realmente caíram no gosto dos brasileiros e, como Vossa Excelência reconhece, são uma modalidade de turismo que possibilita o acesso da população a produtos de alta qualidade. Mas, os empecilhos com os quais a atividade se defronta alijam o Brasil de concorrer com regiões e países como Ásia, Oceania e Dubai, que vêm se preparando com legislação e infraestrutura. A Índia segue o mesmo caminho, para atrair mais empresas, navios e turistas.

A Abremar reconhece as boas intenções do nobre deputado, mas acredita que a criação de cota mínima para trazer turistas do Exterior não é o melhor caminho para atrair empresas e cruzeiristas. Seria uma medida inédita no mundo em termos de destinos turísticos e nada renderia ao País. É preciso, sim, sanear medidas limitantes como as dos portos e questões ligadas aos tributos e aos vistos da tripulação.

Há anos as empresas marítimas desenvolvem esforços para atrair turistas ao Brasil. O País figura em todos os seus materiais publicitários, em 25 idiomas e em mais de 50 países. O Brasil tem condições muito favoráveis para a expansão dos cruzeiros marítimos, atividade que na temporada passada gerou cerca de 40 mil empregos e que, na atual, deverá impactar a economia nacional em quase R$ 1 bilhão.

Pelos fatos apontados acima, a Abremar coloca-se à disposição do nobre deputado para debater os aspectos abordados em seu artigo. Como entidade representativa, acreditamos que nosso objetivo é comum. Isto é, fazer do Brasil um grande destino de Cruzeiros Marítimos para que o país aproveite definitivamente o seu grande potencial turístico.

Ricardo Amaral
Presidente da Abremar”

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