Janize Colaço   |   23/08/2016 11:59

Custos e incertezas das obras da Rio 2016

Em estudo recente, à manutenção do complexo, a prefeitura estima que somente para 2017 deverá custar R$ 60 milhões. Já para a infraestrutura, como o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, por exemplo, terá gastos de R$ 100 milhões com a co

A Olimpíada mal acabou e a dúvida sobre o que fazer com as arenas, os ginásios e as áreas de competição construídas para o torneio já está no ar. Na Rio 2016, com a utilização de 22 arenas, foram investidos cerca de R$ 7 bilhões em obras de construção, reformas e ampliações dos locais de competição. E, embora os gastos tenham sido compartilhados com a iniciativa privada e com o governo federal, a prefeitura ficou responsável por 97% das áreas.

A Prefeitura do Rio de Janeiro terá até o final de agosto para entregar à Justiça o plano de legado, em que deve constar todo o financiamento e as diretrizes para a conservação e uso das arenas. O Ministério Público Federal ainda analisa a documentação entregue pela administração municipal, após questionamentos sobre o destino das construções.

Em estudo recente, a prefeitura estima que somente para 2017 deverá custar R$ 60 milhões a manutenção do complexo. Já para a infraestrutura, como o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, por exemplo, terá gastos de R$ 100 milhões com a conservação de locais. Para os estádios do parque, todavia, deverá ser somado ainda o custo de R$ 39 milhões no mesmo período.

Getty Images/Buda Mendes
Vila Olímpica
O consórcio Rio Mais, das construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken, foi a responsável pela construção das três Arenas Cariocas, o IBC (Centro Internacional de Transmissão), o MPC (Centro Principal de Mídia) e um hotel com 404 quartos, bem como das redes subterrâneas e a infraestrutura viária da Vila dos Atletas. Pelos próximos 15 anos, o consórcio será responsável pela manutenção de todas essas construções.

Além disso, o consórcio ainda tem a autorização de vender os apartamentos da Vila Olímpica e aproveitar o restante do terreno – embora haja a dificuldade na venda dos imóveis que serviram de moradia para os atletas e pouca certeza sobre a viabilidade de um novo projeto imobiliário em seus arredores.

Já a Arena do Futuro, que custou R$ 133 milhões, será transformada em quatro escolas municipais, com capacidade para 500 alunos cada. As obras de mudança serão feitas pela empresa Dimensional, que prevê o custo de mais R$ 6 milhões até final do ano que vem. O Centro Aquático, de R$ 217 milhões, será transformado em dois locais de treinamento em outras regiões, sob uma operação de R$ 8 milhões, segundo a Matriz de Responsabilidades, documento da Autoridade Pública Olímpica.

Prefeitura: Renato Sette
Parque Olímpico
A maior parte das arenas do Parque Olímpico vão integrar o Centro Olímpico de Treinamento (COT) para atletas de alto rendimento. A Arena Carioca 1, por onde passou o time de basquete americano, será um estádio com mais de sete mil lugares permanentes, reservado a partidas esportivas e eventos. A Arena 2, onde Rafaela Silva conquistou o ouro no judô, será um centro de formação de lutadores, de várias modalidades. A 3, a menor delas, receberá projetos sociais. Já o velódromo, que custou R$ 138 milhões, seguirá recebendo ciclistas velozes, mas terá um destino misto: o centro do ginásio, onde ficavam os árbitros, poderá servir a projetos sociais e eventos.

Durante as preparações para a Olimpíada, a construção do campo de golfe em uma antiga área de proteção ambiental, que custou R$ 60 milhões, motivou ambientalistas a questionarem o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ). Feita pela Fiori Empreendimentos, a empresa poderá explorar parte do terreno para a construção de um empreendimento imobiliário em troca do serviço prestado, nada se comenta acerca das questões ambientais.

Em Deodoro, uma vez que se situa numa região militar, o governo federal planeja contar com recursos das Forças Armadas para administrar os locais de competição. Entre os parceiros potenciais estão as confederações esportivas, que poderiam usar o centro de tiro, o estádio de hóquei sobre a grama e o campo de hipismo.


*Fonte: Valor Econômico

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