Com 7 mil pedidos, Airbus deve acelerar produção
Com mais de nove mil aeronaves em serviço, distribuídas entre 400 clientes, a Airbus carrega sua marca em 28 mil voos por dia. Segundo a empresa, a cada 1,5 segundo um Airbus deixa o solo e alcança os ares em voos comerciais.
TOULOUSE (FRANÇA) - Com mais de nove mil aeronaves em serviço, distribuídas entre 400 clientes, a Airbus carrega sua marca em 28 mil voos por dia. Segundo a empresa, a cada 1,5 segundo um Airbus deixa o solo e alcança os ares em voos comerciais.
Os 55 mil colaboradores preenchem bases na Alemanha, China, Espanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos, formando uma cadeia de produção que, hoje, tem cerca de 952 bilhões de euros em pedidos firmes. Em equipamentos, o valor é traduzido em exatas 6,815 aeronaves, a maioria do modelo A320, o queridinho das companhias aéreas e que está arrebatando ainda mais contratos com a geração neo, mais econômica e inteligente. O crescimento não para por aí: até 2035, a fabricante deve produzir 33 mil aeronaves, chegando a estrondosos US$5,2 trilhões em pedidos. O campeão de futuros pedidos, claro, será o A320 e seu corredor único, com uma estimativa de entrega mais de 23,5 mil unidades.
O sucesso da companhia reflete o crescimento da aviação mundial. Segundo Rafael Alonso, atual presidente da Airbus para a América Latina e o Caribe, 55% da população do planeta será considerada classe média em 2035, segundo estudo assinado pela Oxford Economics. Hoje o percentual é de 38%. Em números absolutos, isso significa que mais de 4,8 bilhões de pessoas terão condições financeiras de se transportar por via aérea.
“Fazendo um recorte na América Latina, podemos afirmar que 500 milhões de pessoas devem ingressar à classe média, e esse movimento nos faz acreditar que a demanda por serviços aéreos em classe econômica só tende a crescer. Isso porque, hoje, um a cada três latinos-americanos voa. A economia dessa região está em processo de recuperação, mas acredito que para 2019 teremos um cenário muito mais animador”, analisa Alonso, reiterando que o mercado de fabricação de aeronaves não trabalha com projetos de curto prazo. “As economias crescem e caem a todo instante. É um movimento natural e histórico, por isso as companhias aéreas não deixam de investir e projetar o futuro.”
NO BRASIL
O otimismo de Rafael Alonso é estendido ao mercado brasileiro, onde a Airbus possui 173 aeronaves em operação e 54% de market share (contra 46% da Boeing, na competição de mesmo porte de aeronave). As encomendas previstas corroboram a resiliência do dirigente. A Avianca Brasil, que nesta terça (11) recebeu o primeiro A320neo (saiba mais), ainda aguarda 62 unidades; a Azul já solicitou 35 aeronaves, também A320neo, enquanto a Latam aguarda por 55 aviões do modelo. A Gol é a única que anunciou ordem de compra com a Boeing, solicitando 60 unidades do B737 Max, concorrente direto do A320neo.
“Nossa relação com o Brasil iniciou apenas em 1998, a partir de uma negociação com o comandante Rolim (Tam). Foi a partir da confiança dele que conseguimos entrar e explorar este mercado”, recorda o presidente da Airbus para América Latina e Caribe, em tom de agradecimento ao empresário brasileiro.
Para atender às necessidades das aéreas brasileiras e do Exterior, a Airbus trabalha agora para aumentar o ritmo de entregas. A produção mensal de 42 aeronaves por mês será ampliada, em 2019, e terá capacidade para montagem de 60 aeronaves/mês, segundo Rafael Alonso. “Nós vendemos mais do que somos capazes de produzir, então é preciso acelerar o processo”, encerrou.