Executivo da Embraer faz acordo de delação, diz jornal
Um executivo da Embraer fez um acordo de delação premiada no caso em que a empresa é acusada ter ter pago propinas de U$ 3,4 milhões às autoridades da República Dominicana para conseguir um contrato de venda de oito aviões militares, segundo informa&
Um executivo da Embraer fez um acordo de delação premiada no caso em que a empresa é acusada de ter pago propinas de US$ 3,4 milhões às autoridades da República Dominicana para conseguir um contrato de venda de oito aviões militares. As informações são do jornal O Globo do último domingo (17).
A notícia vem poucos dias após a empresa brasileira ser a mais bem avaliada pelo estudo "Transparência em Relatórios Corporativos: Avaliando Multinacionais de Mercados Emergentes" da ONG Transparência Internacional. Doze representantes brasileiras foram levadas em conta no estudo que considerou 100 grandes companhias de 15 países emergentes. Na lista aparecem companhias citadas por delatores da Lava Jato, com todas obtendo nota abaixo de cinco (escala de zero a dez).
A Embraer teve uma nota de 5,6 pontos.
INVESTIGAÇÕES
Em agosto de 2014, o Ministério Público Federal denunciou oito funcionários da Embraer por um suposto envolvimento em esquemas de suborno de autoridades da República Dominicana em troca de um contrato de US$ 92 milhões para fornecer aviões militares às forças armadas do país.
O MPF teria contado com o apoio do Departamento de Justiça e a SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos, que pelo menos desde 2010 investigam possíveis violações da Lei de Práticas Corruptas Estrangeiras dos Estados Unidos. A investigação é conduzida por autoridades norte-americanas pelo fato de a companhia brasileira ter ações na bolsa de Nova York.
Em março deste ano, o consultor de vendas Elio Moti Sonnenfeld, que alegou ter pago propinas em nome da Embraer, declarou a procuradores no Brasil acreditar que os principais executivos da empresa, incluindo o ex-presidente Frederico Curado, sabiam do esquema de suborno.
Sonnenfeld disse que recebeu uma comissão de US$ 3,4 milhões da Embraer e repassou, na forma de propina, a uma autoridade na República Dominicana.
Em junho, a Embraer anunciou Paulo Cesar de Souza como novo presidente, cuja transição para o cargo no lugar de Curado será concluída até o final do ano. Na época, a fabricante disse que o processo de sucessão era planejado, não havendo qualquer relação com as investigações.