Danilo Teixeira Alves   |   05/05/2016 08:16

Gol renegocia dívidas e contratos de leasing

A Gol Linhas Aéreas, informou hoje seus investidores que está renegociando a maioria de suas dívidas e seus contratos de leasing, envolvendo titulares de debêntures e acordos com a Delta Air Lines e a Boeing.


Emerson Souza

A Gol Linhas Aéreas informou ontem (4) aos seus investidores que está renegociando a maioria de suas dívidas e contratos de leasing, envolvendo titulares de debêntures e acordos com a Delta Air Lines e a Boeing.

A companhia tem uma dívida de R$1,050 bilhão representada por debêntures em circulação por ela emitidas e iniciou discussões com os titulares de tais debêntures visando algumas concessões, incluindo a prorrogação de 90% do valor de principal vincendos em 2016 e 2017 para 2018, 2019 e 2020, além de um novo crédito no valor de R$380 milhões com prazo de dois anos e renúncia para o cumprimento de determinadas obrigações financeiras por um ano.

A Delta Air Lines, acionária da Gol Linhas Aéreas, concordou em reduzir o excesso de garantia nos termos do reimbursement agreement relativos ao empréstimo de US$ 300 milhões. A companhia norte-americanaa concordou em fazer esta redução de forma permanente, sujeito à realização da troca de notes (ofertas de permuta).

A Boeing, fabricante das aeronaves da aérea, apoiou a racionalização da frota e das decolagens da companhia. As duas empresas acordaram flexibilidade adicional nas futuras entregas de aeronaves. De acordo com o documento da Gol, em 31 de dezembro de 2015 havia um valor de R$555, 5 milhões em pagamento prévio de entregas. No primeiro quadrimestre de 2016, foram revisados os cronogramas de entregas com a Boeing de forma que a companhia não receba aeronaves até a metade de 2018.

Em documento enviado aos investidores, a Gol afirma estar enfrentando nos últimos anos um cenário econômico desafiador, o qual inclui instabilidade política, contração da econômica brasileira, forte desvalorização do real e pressão inflacionária e altas taxas de juros. “Adicionalmente, a Gol e o setor de aviação civil foram afetados pela diminuição da demanda, excesso de capacidade da indústria, custos trabalhistas, crédito caro e escasso, rebaixamento da avaliação de risco, aumento dos custos de operação, altos custos financeiros e reduzida capacidade de pagamento”, completou a empresa.

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