Rodrigo Vieira   |   21/09/2015 11:41

Azul teria feito lobby para segurar céus abertos BRA-EUA

O setor aéreo até tinha expectativa de que o próximo dia 1º de outubro marcasse a vigência do acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos, mas como já noticiado pelo Portal PANROTAS, as coisas avançaram muito pouco de cinco anos para cá, e segue nada definido nessa questão, que nem sequer f

O setor aéreo até tinha expectativa de que o próximo dia 1º de outubro marcasse a vigência do acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos, mas como já noticiado pelo Portal PANROTAS, as coisas avançaram muito pouco de cinco anos para cá, e segue nada definido nessa questão, que nem sequer foi encaminhada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. Todavia, o Valor Econômico levantou hoje uma suspeita do motivo pelo qual o projeto empacou.

LEIA TAMBÉM: United compra 5% da Azul por US$ 100 milhões

O jornal alega ter três fontes oficiais que apontam um lobby do presidente da Azul, David Neeleman, ao ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, para reter o acordo. Confidenciais, as fontes indicam que a Azul teme o crescimento de Delta, American e United (parceira da Azul) em nosso mercado antes de sua consolidação em rotas internacionais – a aérea começou a voar para os Estados Unidos há cerca de um ano.

Por mais que os céus ainda não estejam abertos entre Brasil e Estados Unidos, as companhias aéreas ainda têm certa liberdade para implementar novas rotas. Isso porque 301 voos semanais são permitidos de companhias norte-americanas ao Brasil e outros 301 de companhias brasileiras aos Estados Unidos, mas nenhum dos lados preencheu sua cota. Acontece que uma restrição geográfica limita a 133 voos o tráfego entre Terminal São Paulo (GRU e VCP), aos Estados Unidos como origem ou destino. O Brasil ainda tem espaço para aumentar esse volume, enquanto as norte-americanas estão perto do limite. Isso as preocupa, principalmente pelo fato de São Paulo ser a principal região do mapa aéreo no País.

Em nota, a Azul afirmou hoje ao Portal PANROTAS que “para ser viável a implementação do acordo de céus abertos, é necessário equalizar as condições competitivas". "Uma das questões primordiais é tornar mais simples e acessível o processo de obtenção do visto de entrada em ambos os países, além da revisão de questões como a Lei do Aeronauta, custo do combustível de aviação, entre outras. Acreditamos que essas ações estimulariam o aumento do fluxo de passageiros entre os dois países e, consequentemente, suas economias”, finaliza a empresa.

De acordo com o Valor, Mercadante segue a mesma linha de argumentação e sinaliza que pretende validar o acordo de céus abertos em paralelo à liberação de vistos entre Estados Unidos e Brasil.

Como medida preventiva, a Anac estaria preparando uma proposta ao Departamento de Transportes dos Estados Unidos levantando possibilidade de eliminação dessas restrições geográficas. A medida não precisaria de aprovação parlamentar para ser implementada. Caso ocorra, a eliminação daria maior volume de voos entre Estados Unidos e São Paulo (GRU e VCP), o que seria um tempo para respirarem antes da abertura dos céus abertos.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados