Tap quer Curitiba e mais voos para Rio e São Paulo
Com os novos voos para Belém e Manaus, anunciados no final de semana, a Tap completa um arco importante de prestação de serviços no Brasil dentro de uma estratégia que foi inédita na história do País
ENTREVISTA FEITA PARA A PANROTAS PELO PRESSTUR, NOSSO PARCEIRO COMERCIAL EM PORTUGAL
Com os novos voos para Belém e Manaus, anunciados no final de semana, a Tap completa um arco importante de prestação de serviços no Brasil dentro de uma estratégia que foi inédita na história do País, isto é, de voos diretos para a Europa. “Nós começamos com o Nordeste brasileiro notadamente, além do Rio e São Paulo. Fizemos esse projecto na época do então ministro Walfrido dos Mares Guia, do ex-presidente da Embratur, Eduardo Sanovics. Foi uma época muito forte da promoção do Brasil na Europa com os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs). Avançamos depois para ser a primeira empresa aérea europeia a fazer voos para Belo Horizonte, a primeira empresa aérea europeia a fazer voos para Brasília e depois para Porto Alegre”, explicou o vice-presidente executivo da Tap, Luiz da Gama Mór.
Fatava o Norte do País. E a grande dúvida era: Belém ou Manaus? “Durante algum tempo analisamos qual seria a melhor oportunidade, mas quando surgiram as condições de nós fazermos o voos agora, nós achámos que ambas as cidades podem vir a merecer um voo direto. Então, para desenvolver esse produto, para desenvolver esse fluxo, porque o nosso voo cria uma procura nova, uma demanda nova que não existe, nós estamos iniciando três vezes por semana um voo circular”.
O Norte do Brasil, a região mais carente de voos domésticos e internacionais no País, mas uma das mais próximas da América do Norte e da Europaabre uma nova frente o desenvolvimento, não só do turismo, mas de outros setores. “O porão como carga será muito importante, além da aproximação efetiva entre os mercados e destinos das duas regiões”.
PORTAL PANROTAS — A Tap está adicionando voos entre o Brasil e a Europa, na contramão da tendência mundial que, por causa da crise, substitui um destino por outro...
LUIZ DA GAMA MÓR — Essa é uma característica que nós temos tido ao longo do tempo, e que temos conseguido manter. É um objetivo, nunca é uma garantia, mas nós não gostamos de sair de nenhum lugar que a gente começa. Nós compreendemos a responsabilidade que isso significa e queremos passar essa segurança para todos os parceiros do setor. Aliás ainda estamos avaliando mas devemos aumentar frequências para diversos destinos brasileiros. Esse é o nosso objetivo.
PP — O projeto é para 2014?
MÓR — Durante o ano de 2014 haverá aumento de frequências. Ainda não existe uma definição. O mercado brasileiro continua a cresce para a Tap. Este ano, o crescimento é relativamente pequeno, perto do crescimento geral da empresa, porque os load factors já estão muito altos. Então, esses voos de Belém e de Manaus nos ajudam também porque liberam lugares, notadamente no caso de Manaus em São Paulo, que é o primeiro ponto de onde eles vêm para a Europa via Tap. O segundo é Brasília. No caso de Belém, o primeiro é Fortaleza e o segundo Brasília. Mas libera lugares nos voos da Tap para a gente vender mais para locais. Então, a dificuldade de crescimento maior que nesse instante se coloca no Brasil é uma questão de oferta, porque os nossos load factors estão muito elevados.
PP — Neste momento de câmbio alto, a Europa fica atraente para os moradores do Norte do Brasil? Vale lembrar que Manaus também tem voos diretos para Miami.
MÓR — Eu tenho conversado com a comitiva que veio de Manaus e Belém e é impressionante o tempo que demora fazer Manaus–São Paulo–Lisboa. Dependendo do tempo de conexão, são 20 ou 24 horas de voo. É um desgaste que nós temos condições de oferecer um produto muito melhor. E ao oferecer um produto muito melhor nós criamos um mercado novo, e isso foi muito forte em Porto Alegre, que é a última experiência que nós tivemos, e tenho certeza que vai ser muito mais forte em Belém e Manaus. Veja que com esta dificuldade, esse tempo de voo, esses voos domésticos brasileiros caros, o tempo de espera em aeroportos com uma série de restrições ainda no Brasil, não é todo o mundo que se aventura a viajar para a Europa. Imagina casais com filhos pequenos ou pessoas de idade ou que não estão sujeitas a se incomodar... Fica muito mais perto de Miami. Sabemos que é um mercado que se vira muito para Miami. Mas veja que de Belém é mais ou menos a mesma distância de Lisboa do que de Miami. Portanto, é a hora, porque a Europa oferece tudo o que Miami oferece em termos de compra, mas oferece muito mais do que Miami pode oferecer em termos de cultura, de experiência mesmo multicultural que fascina os brasileiros.
No caso do Pará nós temos uma questão adicional, que é a própria ligação com Portugal. É muito forte, existe uma comunidade portuguesa muito ativa em Belém mas não é como uma comunidade isolada. A História portuguesa está presente de uma forma muito presente, na arquitectura, nos nomes e nos hábitos do povo do Pará, que impressiona. Então vai ser um destino muito importante para os portugueses. Eu acho que esse voo vai permitir uma revoada de portugueses para lá. Já Manaus tem um componente já mais trabalhado na Europa inteira como destino turístico. É um destino que até agora sempre foi caro pelas dificuldades de acesso e que a gente vai permitir que agora se popularize e que se transforme num movimento maior.
PP — Quando o senhor fala em aumentar voos para o Brasil, está incluindo Curiiba?
MÓR — Dos sonhos que a gente tinha de muito tempo, que eu tenho falado quando perguntam, ficará faltando só Curitiba, que eu espero um dia ainda conseguir quando eles resolverem o problema da pista. Mas na realidade as principais capitais brasileiras com potencial de tráfego, com distância razoável entre uma e outra, porque quando está muito perto de uma cidade que a gente já faz o voo fica um pouco mais difícil, nós temos muito que crescer ainda nos destinos em que a gente opera. Notadamente Rio e São Paulo. Nós temos dois voos por dia, mas precisamos de mais imediatamente para Rio e São Paulo.
PP — E Porto Alegre?
MÓR — Porto Alegre precisa aumentar frequência. Nós ainda não chegámos à frequência diária, nós estamos de três a cinco frequências conforme a época do ano, e certamente nós vamos olhar esse caso agora com carinho para o ano que vem.
Com os novos voos para Belém e Manaus, anunciados no final de semana, a Tap completa um arco importante de prestação de serviços no Brasil dentro de uma estratégia que foi inédita na história do País, isto é, de voos diretos para a Europa. “Nós começamos com o Nordeste brasileiro notadamente, além do Rio e São Paulo. Fizemos esse projecto na época do então ministro Walfrido dos Mares Guia, do ex-presidente da Embratur, Eduardo Sanovics. Foi uma época muito forte da promoção do Brasil na Europa com os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs). Avançamos depois para ser a primeira empresa aérea europeia a fazer voos para Belo Horizonte, a primeira empresa aérea europeia a fazer voos para Brasília e depois para Porto Alegre”, explicou o vice-presidente executivo da Tap, Luiz da Gama Mór.
Fatava o Norte do País. E a grande dúvida era: Belém ou Manaus? “Durante algum tempo analisamos qual seria a melhor oportunidade, mas quando surgiram as condições de nós fazermos o voos agora, nós achámos que ambas as cidades podem vir a merecer um voo direto. Então, para desenvolver esse produto, para desenvolver esse fluxo, porque o nosso voo cria uma procura nova, uma demanda nova que não existe, nós estamos iniciando três vezes por semana um voo circular”.
O Norte do Brasil, a região mais carente de voos domésticos e internacionais no País, mas uma das mais próximas da América do Norte e da Europaabre uma nova frente o desenvolvimento, não só do turismo, mas de outros setores. “O porão como carga será muito importante, além da aproximação efetiva entre os mercados e destinos das duas regiões”.
PORTAL PANROTAS — A Tap está adicionando voos entre o Brasil e a Europa, na contramão da tendência mundial que, por causa da crise, substitui um destino por outro...
LUIZ DA GAMA MÓR — Essa é uma característica que nós temos tido ao longo do tempo, e que temos conseguido manter. É um objetivo, nunca é uma garantia, mas nós não gostamos de sair de nenhum lugar que a gente começa. Nós compreendemos a responsabilidade que isso significa e queremos passar essa segurança para todos os parceiros do setor. Aliás ainda estamos avaliando mas devemos aumentar frequências para diversos destinos brasileiros. Esse é o nosso objetivo.
PP — O projeto é para 2014?
MÓR — Durante o ano de 2014 haverá aumento de frequências. Ainda não existe uma definição. O mercado brasileiro continua a cresce para a Tap. Este ano, o crescimento é relativamente pequeno, perto do crescimento geral da empresa, porque os load factors já estão muito altos. Então, esses voos de Belém e de Manaus nos ajudam também porque liberam lugares, notadamente no caso de Manaus em São Paulo, que é o primeiro ponto de onde eles vêm para a Europa via Tap. O segundo é Brasília. No caso de Belém, o primeiro é Fortaleza e o segundo Brasília. Mas libera lugares nos voos da Tap para a gente vender mais para locais. Então, a dificuldade de crescimento maior que nesse instante se coloca no Brasil é uma questão de oferta, porque os nossos load factors estão muito elevados.
PP — Neste momento de câmbio alto, a Europa fica atraente para os moradores do Norte do Brasil? Vale lembrar que Manaus também tem voos diretos para Miami.
MÓR — Eu tenho conversado com a comitiva que veio de Manaus e Belém e é impressionante o tempo que demora fazer Manaus–São Paulo–Lisboa. Dependendo do tempo de conexão, são 20 ou 24 horas de voo. É um desgaste que nós temos condições de oferecer um produto muito melhor. E ao oferecer um produto muito melhor nós criamos um mercado novo, e isso foi muito forte em Porto Alegre, que é a última experiência que nós tivemos, e tenho certeza que vai ser muito mais forte em Belém e Manaus. Veja que com esta dificuldade, esse tempo de voo, esses voos domésticos brasileiros caros, o tempo de espera em aeroportos com uma série de restrições ainda no Brasil, não é todo o mundo que se aventura a viajar para a Europa. Imagina casais com filhos pequenos ou pessoas de idade ou que não estão sujeitas a se incomodar... Fica muito mais perto de Miami. Sabemos que é um mercado que se vira muito para Miami. Mas veja que de Belém é mais ou menos a mesma distância de Lisboa do que de Miami. Portanto, é a hora, porque a Europa oferece tudo o que Miami oferece em termos de compra, mas oferece muito mais do que Miami pode oferecer em termos de cultura, de experiência mesmo multicultural que fascina os brasileiros.
No caso do Pará nós temos uma questão adicional, que é a própria ligação com Portugal. É muito forte, existe uma comunidade portuguesa muito ativa em Belém mas não é como uma comunidade isolada. A História portuguesa está presente de uma forma muito presente, na arquitectura, nos nomes e nos hábitos do povo do Pará, que impressiona. Então vai ser um destino muito importante para os portugueses. Eu acho que esse voo vai permitir uma revoada de portugueses para lá. Já Manaus tem um componente já mais trabalhado na Europa inteira como destino turístico. É um destino que até agora sempre foi caro pelas dificuldades de acesso e que a gente vai permitir que agora se popularize e que se transforme num movimento maior.
PP — Quando o senhor fala em aumentar voos para o Brasil, está incluindo Curiiba?
MÓR — Dos sonhos que a gente tinha de muito tempo, que eu tenho falado quando perguntam, ficará faltando só Curitiba, que eu espero um dia ainda conseguir quando eles resolverem o problema da pista. Mas na realidade as principais capitais brasileiras com potencial de tráfego, com distância razoável entre uma e outra, porque quando está muito perto de uma cidade que a gente já faz o voo fica um pouco mais difícil, nós temos muito que crescer ainda nos destinos em que a gente opera. Notadamente Rio e São Paulo. Nós temos dois voos por dia, mas precisamos de mais imediatamente para Rio e São Paulo.
PP — E Porto Alegre?
MÓR — Porto Alegre precisa aumentar frequência. Nós ainda não chegámos à frequência diária, nós estamos de três a cinco frequências conforme a época do ano, e certamente nós vamos olhar esse caso agora com carinho para o ano que vem.