Artur Luiz Andrade   |   10/04/2013 06:09

Etihad negocia code-share com empresa brasileira

O presidente da Etihad Airways, James Hogan, causou alvoroço na mídia de turismo mundial na semana passada, ao dizer que o modelo tradicional de alianças aéreas não interessava a sua companhi. Agora, busca code-share com empresa brasileira

ABU DHABI – O CEO da Etihad Airways, James Hogan, causou alvoroço na mídia de turismo mundial na semana passada, ao dizer que o modelo tradicional de alianças aéreas não interessava a sua companhia, que aposta em crescimento orgânico, code-shares com empresas de qualquer aliança (a empresa tem 42 acordos em todo o mundo) e participações minoritárias em aéreas de outros países, como a Air Berlin (29%), Air Seychelles (40%), Virgin Australia (9%) e Aer Lingus (menos de 3%).

A Etihad, que chega em junho ao Brasil, ligando São Paulo a Abu Dhabi (no primeiro mês três vezes por semana e em julho diariamente), teve lucro de US$ 42 milhões no ano passado, transportando 10,3 milhões de passageiros. Este ano, já bateu recordes no primeiro trimestre e chegará, além de São Paulo, a Amsterdã, Ho Chi Mihn e Saigon.

Hogan revelou em entrevista ao Portal PANROTAS que negocia um code-share com uma empresa brasileira, que, no entanto, não revelou se era a Tam ou a Gol. Como a Tam ingressará na Oneworld, aliança escolhida pela concorrente Qatar, a aposta recai sobre a Gol.

Hogan estará no Brasil para as celebrações do início da operação no País.

PORTAL PANROTAS – Por que a Etihad decidiu que 2013 era o ano de chegar a São Paulo e à América do Sul?
JAMES HOGAN – Isso faz parte de nossa estratégia de termos uma marca realmente global. Além disso, vemos grandes oportunidades em São Paulo e toda a região. O crescimento do mercado brasileiro não nos passa despercebido. Também seremos uma ótima opção para as comunidades libanesa e japonesa que vivem no Brasil, além daqueles que querem experimentar nosso serviço, conhecer Abu Dhabi e ainda chegar a qualquer parte do planeta. Temos ótimas conexões para a Índia, a China, destinos asiáticos diversos, até a Austrália. O brasileiro já se acostumou em usar o golfo como hub, vamos oferecer uma opção diferente.

PORTAL PANROTAS – Diferente em que sentido? Como se diferenciar sendo a terceira empresa da região a chegar ao Brasil?
JAMES HOGAN – Abu Dhabi é uma cidade diferente, a capital dos Emirados. E a Etihad a melhor companhia da região. Temos muitos pilotos e tripulantes brasileiros que ajudarão a mostrar aos viajantes do Brasil a excelência de nossos serviços. O foco da Etihad e de Abu Dhabi é a hospitalidade. E a nossa conectividade com o mundo é muito importante para o desenvolvimento da cidade como destino mundial e centro de negócios.

PORTAL PANROTAS – Que percentual dos passageiros usa a cidade como hub e que parte fica no destino?
JAMES HOGAN – Diria que 30% ficam e 70% fazem conexões. Os passageiros das classes Premium são os que mais ficam em Abu Dhabi. Os da classe econômica conectam-se na cidade a outros destinos.

PORTAL PANROTAS – Por que o senhor defende um modelo diferente de não aderir a alianças? Sua vizinha Qatar já se associou à Oneworld...
HOGAN – Fomos chamados para criar uma empresa segura, com excelência em serviços e rentável. Para isso apostamos em um modelo de parcerias, investimentos minoritários e em serviço diferenciado. Não temos o peso, os custos, a inflexibilidade das legacy carriers. Investimentos em nosso pessoal, nosso funcionários têm contratos conosco e não respondem a um sindicato, e sim a uma companhia que aposta neles.

PORTAL PANROTAS – Mas como manter os custos baixos com serviços tão diferenciados?
JAMES HOGAN – Nossa participação nessas empresas e as parcerias nos fazem comprar melhor, economizar em escala e servir ao passageiro na medida exata. Dividimos os custos e não temos a estrutura pesada das empresas antigas.

PORTAL PANROTAS – Em sua apresentação no Global Summit da WTTC o senhor abordou o tema da consolidação de empresas aéreas... Alguma chance de isso ocorrer entre as duas empresas dos Emirados Árabes – a Eithad e a Emirates?
JAMES HOGAN – Nenhuma chance. São modelos completamente diferentes. Me disseram que nosso modelo se assemelha ao da Lan, na América do Sul, mas não saberia dizer. Mas posso dizer que há espaço para três grandes empresas no golfo. Estamos na encruzilhada do mundo. Daqui você pode ir para qualquer canto do planeta. E os três hubs são importantes para a região como um todo.


*Fonte: O Portal PANROTAS Viaja a convite da WTTC, Etihad, Tap e com proteção GTA

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