'Ásia fechada' favorece o Brasil, mas tarifa aérea prejudica

O lockdown persistente em grande parte dos países da Ásia favorece o mercado de Turismo brasileiro e latino-americano, sobretudo o de alto padrão. No entanto, as companhias aéreas precisam urgentemente atender a alta demanda desta retomada com uma oferta maior de assentos em voos de longa distância. A análise é da diretora de Portfólio da International Luxury Travel Market (ILTM), Alison Gilmore.

A britânica está de volta ao Brasil para a realização da ILTM Latin America 2022 e, ao Portal PANROTAS, sinaliza que o mercado de Turismo de luxo vive momento aquecido no País devido à demanda represada pelo período de isolamento social.

A Ásia, importante polo consumidor global de produtos premium, ainda tem muitos países, como a China, em lockdown. "Isso impacta diretamente a América Latina, pois a Ásia voltará mais lentamente ao jogo. Todos esperavam que a Ásia seria a primeira região a reabrir, o que não aconteceu, então vejo a região atrasada em seis a nove meses. Por isso, temos muito acontecendo na Europa e os olhos dos europeus também estão se voltando para o Brasil e outros mercados consumidores das Américas", avalia Alison.

A ressalva para uma retomada ainda maior, em sua visão, são as tarifas aéreas internacionais. "Estão exorbitantes", afirma a britânica. "Voa-se em econômica com preço de primeira classe. Esse é um problema que as companhias aéreas precisam resolver e rapidamente. Seria melhor para todo mundo. Não adianta os clientes quererem chegar aos hotéis e destinos mais incríveis se eles não têm como voar até lá ou, se têm, encontrarem bilhetes nesses valores. É preciso colocar toda a oferta de assentos existentes antes da pandemia nos países que já reabriram. A demanda está aí."

Feliz de estar no Brasil e ver a sede de negócios dos participantes da ILTM Latin America, a especialista ressalta a diferença que faz a realização de um evento sem obrigatoriedade de máscara. "Nosso primeiro grande evento presencial durante a pandemia foi em Cannes, mas ainda se usava a proteção facial. Agora podemos ver os sorrisos novamente e para os brasileiros não poderem se abraçar e beijar é algo bem grave", brinca Alison. "Sinto uma atmosfera diferente aqui. Essa indústria do luxo é muito emocional. No Turismo de luxo, tudo é sobre pessoas, tê-las juntas. No Brasil, isso é ainda mais importante."