Beatrice Teizen   |   10/12/2021 09:14
Atualizada em 10/12/2021 09:17

Como o luxo se ressignificou com a pandemia, segundo Teresa Perez

Fundadora da operadora homônima está em sua 18ª edição da ILTM Cannes, na Riviera Francesa

CANNES (FRANÇA) – Em sua 18ª ILTM Cannes, Teresa Perez, fundadora da operadora homônima, já viu o setor de Turismo de luxo se transformar algumas vezes. Já viu diferentes tendências ao longo do tempo, assim como já experienciou praticamente de tudo que há disponível neste segmento de alto padrão. Com a pandemia de covid-19, tudo foi modificado, principalmente o viajante e a maneira de viajar. O conceito das viagens de luxo foi ressignificado.

PANROTAS / Beatrice Teizen
Teresa Perez, da Teresa Perez Tours
Teresa Perez, da Teresa Perez Tours
“O luxo se transformou se tornando um momento de encontro com a família, com si próprio, um momento de reflexão e de investir em si mesmo. Hoje, você vê hotéis pequenos, com 40, 50 apartamentos, mudando para uma porção de villas, com três ou quatro quartos e cozinha. Aumentaram a parte social, de spa, de wellness, assim como as atrações para crianças”, conta.

Teresa também aponta que as pessoas passaram a querer desfrutar da natureza, que tudo passou a ter um valor – e não estamos falando do valor financeiro, mas, sim, o de significado. Seja o mato, o cavalo, algo simples que o viajante de luxo já tinha oportunidade de ver em sua fazenda, por exemplo, ou em qualquer outro lugar, mas não notava. “Só percebiam coisas grandes, que, na realidade, não têm relevância.”

Com a crise de saúde global, com a impossibilidade de viajar por muitos meses, o cliente mudou. Os jovens, segundo a fundadora da Teresa Perez Tours, gostam de correr, de se movimentar, querem atividades. Não querem mais ficar parados dentro de um carro com um guia mostrando para onde ele deve olhar. As pessoas querem vivenciar cada momento.

CHEGA DE CONCORRÊNCIA
A especialista em viagens de luxo e alto padrão tocou ainda em um ponto que era bastante comum antigamente e que, agora, ela vê que mudou. De acordo com Teresa, os hotéis não estão mais com o sentimento de comparação, com o espírito negativo de concorrência. O mesmo vale para as agências de viagens.

“No Brasil, uns 15 anos atrás, usava-se muito a expressão ‘aquela agência roubou meu passageiro’. Não existe isso. O turista, a pessoa que vai viajar, tem milhões de opções. Ele vai na internet, na OTA, pede para o filho, liga diretamente para o hotel... O viajante vai para onde acha que é interessante, para onde é bem tratado. Por isso não tem mais isso de competitividade. E foi o que senti nesta edição da ILTM, as pessoas felizes, sem se comparar com os colegas”, finaliza.

O Portal PANROTAS é media partner da ILTM Cannes, viaja a convite da organização do evento, com seguro viagem GTA, incluindo proteção contra covid-19

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